Commodities em baixa

Preço de açúcar também despenca, preocupando setor.

Entramos na reta final do ano, época que muitos já deveriam estar pensando na decoração natalina, com os mercados de commodities sofrendo fortes influencias dos fatores macroeconômicos. Para os gestores de risco da Archer Consulting - empresa focada em gestão de riscos, mercado de futuros, opções e derivativos - os índices das commodities cederam enquanto as bolsas e o dólar ficaram de lado.

As poucas altas, com destaque para o gás natural (quase 10%), prata (4,77%), café (4,69%) e o cacau (3,33%) foram exceções. As baixas dominaram o mercado da última semana. Veja a performance da soja (4,87% de perda), petróleo (queda de 3,97%), alumínio (com perda de 5,83%) e o algodão (que cedeu 8,76%).

"O mercado de açúcar também atravessou perdas nas duas últimas semanas e os fundamentos foram colocados à prova, quando os preços do açúcar no mercado internacional derreteram tendo como pano de fundo os problemas econômicos na região do euro, a preocupação de inflação na China - que discute o controle de preço sobre produtos básicos - e uma boa dose de falta de bom senso por parte da ICE (bolsa de açúcar de NY), que aumentou a margem de maneira estapafúrdia", comenta o diretor da Archer, Arnaldo Luiz Corrêa.

Para ele, no entanto, não foram apenas esses fatores mencionados responsáveis pela queda nos preços do açúcar. "Existem outros fatores escondidos que merecem atenção. As negociações de alta frequência, HFT (high-frequency trading). Esse HFT caracteriza-se pela compra e venda em alta velocidade de um ou vários ativos com a ajuda de potentes computadores usando complexos algoritmos, cuja finalidade é negociar múltiplos volumes de contratos durante o pregão, em busca de pequenas margens. Essas posições raramente passam para o dia seguinte. São zeradas ao longo do dia, e não raramente também, desvirtuam o mercado, para o bem e para o mal. Quando a bolsa eleva as margens de garantia esse pessoal não é afetado.", avalia Arnaldo.