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07/07/2007 - 09:15

A Força Feminina do Samba

De Ciata a Dona Zica, passando por Selminha Sorriso, livro reúne mais de 60 perfis de mulheres que ajudaram a escrever a história do samba carioca.

A história do samba é um livro aberto com alguns episódios não contados. Não fosse por isso, como explicar a documentação falsa que levou aos primeiros desfiles da Praça XI uma menor de 18 anos no carnaval de 1935? Não fosse por esse detalhe, a Portela não seria campeã do carnaval naquele mesmo ano. Se seguisse o bê-a-bá do proibido, essa história não conheceria Dodô, uma das maiores porta-bandeiras da Portela.

Fatos inusitados como esse, protagonizados por ilustres e anônimas, mulheres que ajudaram a escrever a saga de um dos ritmos mais populares do país estão reunidos no livro A Força Feminina do Samba. Idealizado por Nilcemar Nogueira, neta de Cartola e Dona Zica, a obra faz um apanhado inédito de mais de 60 perfis de tias, baianas, passistas, porta-bandeiras, carnavalescas, intérpretes, compositoras, cozinheiras, aderecistas e damas que fizeram do samba sua arte e ofício.

Produzido pelo Centro Cultural Cartola, com textos e edição da Monte Castelo Idéias e patrocínio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, o livro A Força Feminina do Samba resgata a trajetória de personagens que contribuíram para o desenvolvimento da identidade cultural brasileira, reverenciando a trajetória de mulheres cuja sabedoria foi passada de geração a geração, e perpetuou-se no tempo. O lançamento será no Centro Cultural Cartola, no domingo, 15 de julho, às 14h, com a presença de todas as mulheres que escreveram o seu nome da história do samba e da ministra Nilcéia Freire, da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres.

De Ciata à Dona Zica, passando por Selminha Sorriso, o livro faz, ainda, um passeio pela história do samba, mostrando desde os baticuns nos quintais no final de século XIX, passando pelos carnavais memoráveis, as mudanças do ritmo e da forma de evoluir na avenida, até à profissionalização da maior festa popular fluminense.

Algumas histórias contadas em A Força Feminina do Samba: Ruça, de Vila Isabel

Depois do carnaval de 1987, a Unidos de Vila Isabel passou por maus momentos. A quadra, na rua Teodoro da Silva, onde atualmente funciona um shopping, foi fechada e a agremiação ficou sem presidente. Nesse momento, Ruça começou a escrever em definitivo seu nome na história da escola e do carnaval carioca. A crise era tamanha, que ninguém se prontificou de imediato a candidatar-se à presidência da Vila. Depois de muitas incertezas e impasses ela aceitou o desafio, disputou a eleição em chapa única e foi eleita para um mandato de três anos. Sem quadra, os ensaios aconteciam nas esquina da rua Rocha Fragoso com avenida 28 de Setembro, a principal via de Vila Isabel. Em seu primeiro ano à frente da escola, Ruça mudou o estatuto da agremiação para que todos tivessem direito a voto e não só o conselho administrativo. No final daquele ano, em uma visita à África, ela, o marido e o amigo e poeta Manoel Rui Monteiro, “encontraram” o enredo para o carnaval de 88. “Estávamos na Angola e durante uma conversa sobre o festival de cultura negra, que aconteceu no Brasil em 85, surgiu a idéia do enredo. Aí fizemos “Kizomba, festa da raça”, 100 anos depois da abolição da escravidão”, destaca.

Tia Perciliana - Perciliana também foi a primeira a ser vista raspando a faca no prato, um instrumento de ritmo inusitado. A batida consagrada anos depois pelo filho, João da Baiana, foi aprendida na escola diária do samba, na convivência dos terreiros de candomblé, e nos ensinamentos passados de geração para geração em sua família.

O lançamento do livro A Força Feminina do Samba, será dia 15 de julho, às 24 horas, no Centro Cultural Cartola (Rua Visconde de Niterói, 1296, Mangueira).Valor do exemplar: R$ 30,00 | Locais de venda: Centro Cultural Cartola. Site Letras Virtuais (www.letrasvirtuais.com.br) e Livraria Folha Seca (Rua do Ouvidor, 37, Centro do Rio de Janeiro)

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