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01/12/2010 - 07:16

No Dia Mundial de Luta Contra AIDS Farmanguinhos promove fórum sobre o HTLV

O HTLV-1 pode causar leucemia, paralisia e graves alterações oculares.

Para marcar o Dia Mundial de Luta Contra a AIDS, o Instituto de Tecnologia em Fármacos - Farmanguinhos realizará o 1º Fórum HTLV – Panorama, Propostas e Desafios, no dia 1º de dezembro, das 14 às 17 horas. O objetivo é chamar a atenção para o HTLV-1, um retrovírus da mesma família do HIV. Em nível mundial, estima-se que existam de 15 a 20 milhões de pessoas com HTLV-1. No Brasil, cerca de dois milhões de indivíduos vivem com o vírus, o que constitui o maior contingente do mundo.

O encontro reunirá especialistas na área, como o pesquisador da Fiocruz Bernardo Galvão, que chefiou a equipe que isolou pela primeira vez o HIV no Brasil. A idéia é fazer um diagnóstico do panorama da doença no país, visando levantar subsídios para a criação de um programa de combate ao HTLV. Nesse sentido, serão discutidos aspectos como a necessidade da realização de exames no pré-natal e de rotina, além de tratamento e legislação específica para o controle dessa enfermidade.

Existem dois tipos do HTLV, uma Doença Sexualmente Transmissível (DST) reconhecida pelo Ministério da Saúde: o HTLV-1 e o HTLV-2. O vírus transmite-se da mesma maneira que o HIV, ou seja, por via sexual, pelo sangue, agulhas e seringas contaminadas; e da mãe para o filho, principalmente por meio da amamentação.

A infecção pelo HTLV-1 não tem cura e pode causar um tipo raro de leucemia e paralisia das pernas. Como o vírus atinge a medula espinhal, outras alterações são muitos constantes como, por exemplo, obstipação intestinal, diminuição da libido, disfunção erétil e distúrbios miccionais (bexiga neurogênica, a chamada “urina solta”) e dor. Outras doenças como inflamação da camada media do olho (uveitis), olho seco, boca seca, artrites, dermatites e doença crônica do tecido conjuntivo (poliomiosites) podem também estar associadas a este vírus. Além disso, o HTLV-1 causa imunossupressão e predispõe os indivíduos infectados a doenças como a tuberculose.

Os testes de triagem do sangue para detectar o HTLV - que elimina o risco de transmissão sanguínea - já são realizados no Brasil. No entanto, não são produzidos no país e têm custo elevado, o que dificulta a implementação de um programa de controle como a inclusão no pré-natal.

Endemia - Estudos realizados com doadores de sangue no Brasil demonstraram uma prevalência geral de 0,45%, com variação nas diferentes regiões geográficas: as mais atingidas são Norte e Nordeste. Em relação aos estados, Salvador, Bahia e São Luiz do Maranhão apresentam as prevalências mais elevadas no país.

Cerca de 2% da população da cidade Salvador está infectada e estima-se que 50 mil pessoas sejam portadores deste vírus. A prevalência aumenta com a idade atingindo 9,3% e 6,8% mulheres e homens, respectivamente, acima de 50 anos.

Qualidade de vida - A infecção pelo HTLV é - como no caso do HIV/AIDS - norteada por questões relativas ao exercício da sexualidade, perda e morte. Com a ameaça da morte e da possibilidade de perder suas funções motoras, o indivíduo se sente fragilizado. Essas mudanças no cotidiano do paciente interferem na qualidade de vida. Soma-se a esses problemas o desconforto dos distúrbios miccionais, particularmente aqueles relacionados à perda involuntária de urina.

Devido a esse quadro, a maioria dos pacientes infectados pelo HTLV-1 apresenta sinais de estresse psíquico (70%), distúrbios do sono (70%) e psicossomático (76%), dor (90%), desejo de morte (60%), desconfiança no próprio desempenho (70%) e nível elevado de depressão (50%), afetando os aspectos psicossociais e convívio social.

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