Dívida de Pessoas Físicas alcança R$ 743,5 bilhões

O último relatório de Operações de Crédito do Sistema Financeiro divulgado ontem (29) pelo Banco Central (BC) mostrou que o saldo dos empréstimos contratados por pessoas físicas com recursos livres e direcionados no Brasil cresceu 1,8% em outubro e atingiu R$ 743,5 bilhões. “Em recursos livres, essa expansão foi principalmente nas modalidades de financiamento de veículos e na contratação de crédito pessoal, o que mostra o quanto as pessoas físicas estão endividadas”, alerta a gerente do Easynvest e consultora de finanças pessoais, Miriam Macari.

De acordo com o relatório do Banco Central, o saldo de financiamentos para aquisição de veículos alcançou R$ 130,1 bilhões em 2010. “É um crescimento de 44,4% nos últimos 12 meses contraídos em financiamentos em até 72 parcelas”, ressalta Macari. Segundo a consultora, o ideal é que o consumidor possa economizar e comprar seu automóvel à vista. “O crédito farto é um sedutor do consumo, mas se o consumidor investir seu dinheiro poderá pagar seu automóvel à vista e economizar em juros, o valor de outro automóvel”, sugere a gerente do Easynvest.

Ela também se mostrou preocupada com o crescimento da carteira de crédito pessoal que atingiu volume de R$ 200,1 bilhões ao final de outubro. “Os empréstimos diretos para pessoas físicas, como a concessão de crédito consignado na folha de salário cresceram 23,4% nos últimos 12 meses numa velocidade muito superior ao crescimento da economia”, argumenta Macari.

A gerente do Easynvest propõe que o consumidor deve evitar comprometer o seu salário com prestações e o pagamento de juros altos. “O alto endividamento é uma das causas que levaram a atual crise econômica mundial. O consumidor deve ter consciência que investir seu dinheiro pode gerar um rendimento extra que facilitará a compra de produtos à vista, negociando descontos e proporcionando a oportunidade de trocar gastos com juros por outros produtos e serviços”, afirma Macari.

Segundo dados do relatório do Banco Central, a taxa média de juros para pessoas físicas subiu 0,1 ponto percentual em outubro e ficou em 40,4% ao ano. “Em outras palavras, poupar e investir seu dinheiro gera no mínimo uma economia de mais de 40% ao ano além dos ganhos extras proporcionados pelo investimento”, compara a gerente do Easynvest. “Em menos de 30 meses, a economia com juros é de 100%, ou seja, dá para comprar outro bem, ao invés de comprar um e pagar por dois”, calcula Macari.

Para o investidor que desejar economizar seu dinheiro, a gerente do Easynvest aponta dois caminhos. “Em renda fixa, a partir de R$ 200,00, a opção é o Tesouro Direto que rende melhor que a velha caderneta de poupança”, descreve Macari.

“E em renda variável, a partir de R$ 1 mil, a sugestão é o investimento em ações das principais companhias brasileiras, que proporcionam dividendos (lucros) e rendimentos de acordo com os riscos e as oportunidades proporcionadas pelo crescimento da economia”, argumenta Macari.

“Ambos os investimentos podem ser feitos em ambiente seguro e com a facilidade da internet a partir de um cadastro numa corretora, que possibilita menores custos de administração do que as taxas cobradas pelos bancos de varejo”, conclui a gerente do Easynvest.