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02/12/2010 - 09:54

Importados acirram concorrência com a indústria de peças e componentes para veículos de duas rodas

São Paulo - A indústria fabricante de peças e componentes para atender os setores de bicicletas e motociclos continua sofrendo sérios problemas em função da forte concorrência dos produtos asiáticos no mercado nacional e internacional.

As empresas que trabalham com produtos para o segmento de bicicletas estão terminando o ano de 2010, apresentando um resultado em termos de volume 11% maior, “só que estamos perdendo em margem, uma vez que nossos preços médios caíram em função da concorrência externa”, diz Auro Levorin, vice-presidente do Simefre – Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários.

Peças e partes para bicicletas - Segundo ele, a recessão nos mercados europeus e nos Estados Unidos e o dólar baixo em comparação ao Real, fizeram que os fabricantes asiáticos voltassem suas forças para o Brasil. A indústria nacional para manter suas vendas e poder competir com os importados, reduziu seus preços em cerca de 10%. “Mesmo assim, estimo que os importadores duplicaram suas vendas em 2010 em comparação ao volume de 2009. Para nossa sorte, o mercado brasileiro está com boa demanda o que permitiu que mantivéssemos nosso quadro profissional intacto”, declara.

Hoje a indústria de peças opera com 70% da sua capacidade, ou seja, com índice de 30% de ociosidade, que chega ser considerado suportável. “Mais que isso compromete nossas empresas”, frisa.

Levorin diz que o mercado está com uma ótima demanda, por outro lado aumentou a concorrência das empresas estrangeiras. O grande comprador, neste momento é o segmento de reposição porque o original permanece igual a 2009 e 2008.

Segundo Levorin, os fabricantes que fornecem para o mercado de reposição já deixaram de fabricar alguns itens como freios, cubos, movimento central, etc. por conta da concorrência com os importados. “Existe a ameaça de outras peças deixarem de ser produzidas, entre elas aquelas fabricadas em aço”.

Para Levorin, os fatores que impactaram negativamente o desempenho do setor foi o aumento do custo de insumos nacionais (mão-de-obra, energia elétrica e serviços) e a falta de uma política industrial. “Até agora o MDIC – Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio não conseguiu tirar da gaveta nenhuma proposta que realmente atenda às necessidades das empresas da área”.

Atualmente a indústria não produz uma série de peças porque perdeu competitividade.

Exportação – As vendas externas de peças para veículos de duas rodas continuam em queda livre. Hoje, o setor exporta menos de 10% da produção para países do Mercosul que oferecem vantagens tarifárias.

Perspectivas 2011 – Ao comentar sobre as perspectivas para 2011, Levorin acredita que o mercado ficará estável sem grandes mudanças. Porém, no entender do vice-presidente do Simefre, se nada for feito para salvaguardar os interesses dos produtores brasileiros contra a concorrência desleal, a participação da industrial nacional continuará diminuindo e perdendo espaço para os importados. Com isso, certamente haverá corte de funcionários. “A indústria não tem como manter um quadro operacional ocioso por muito tempo”, anuncia.

Peças e partes de Moto - Renan Chiabai Feghali, diretor do Simefre, diz que as vendas para as montadoras em 2010 cresceram cerca de 10%, mas ainda estão abaixo do volume comercializado em 2008. Quanto ao mercado de reposição deve ser 10% maior. “As montadoras voltaram a fazer compras com bastante intensidade, ao mesmo tempo em que intensificaram o processo de substituição das peças brasileiras pelos conjuntos importados”, acentua.

Para 2011, o executivo aposta em crescimento de 10% nas vendas para as montadoras e 5% no mercado de reposição. Segundo Feghali, as razões para isso são as mesmas que vem causando as perdas no segmento de bicicletas, com a clara vinculação contratual entre as diferentes montadoras com relação a modelos de moto que estão sendo importadas em CKD e a outra é o PPB - Processo Produtivo Básico, de Manaus -AM (em revisão na Suframa – Superintendência da Zona Franca de Manaus) é considerado frágil como promotor de uso de componentes brasileiros das motocicletas.

No segmento de moto e peças também há excesso de oferta na Ásia por conta da crise econômica nos Estados Unidos e Europa. Isso tem provocado a depressão de preços no mercado brasileiro e também importações de componentes.

Aguarda-se que o MDIC (Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) finalmente encaminhe as propostas do PPB para que haja a reativação do setor de motopeças, que é altamente gerador de empregos no País.

Quanto ao mercado de reposição, há forte crescimento de mercado como um todo, mas as parcelas principais desse crescimento têm beneficiado os importadores.

Feghali diz que a esperança dos fabricantes de peças para bicicletas é que se efetive a normalização de qualidade liderada pelo Simefre junto à ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e Inmetro (Instituto Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial).

O regulamento já passa a ter validade para a melhoria das peças brasileiras no mercado interno e melhor controle dos importados a partir de junho de 2011. “Vale ressaltar a participação e o empenho de Edson Suster, gerente executivo do Simefre que tem representado o setor junto às ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) e ao Inmetro”, comenta. [www.simefre.org.br]

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