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03/12/2010 - 09:41

Preços dos alimentos básicos sobem nas 17 capitais pesquisadas, aponta DIEESE

Todas as 17 capitais brasileiras onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos – realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica registraram, em novembro, alta no preço dos gêneros alimentícios essenciais. Os aumentos foram muito expressivos nas cidades de Manaus (9,28%), Fortaleza (8,03%), Vitória(6,70%) e Brasília (5,57%). As menores variações foram verificadas em Porto Alegre (1,04%),Belém (2,02%), Natal (2,42%) e Salvador (2,66%). Ainda que em sete localidades as elevações para o custo da cesta tenham superado a de São Paulo (4,26%), a capital paulista continuou a registrar o maior valor para os produtos básicos (R$ 264,61), com um valor bem acima do apurado para Manaus (R$ 250,56). O terceiro maior custo ocorreu em Porto Alegre (R$ 249,78). Os menores valores foram anotados em Aracaju (R$ 179,78) e João Pessoa (R$ 193,49), as duas únicas capitais onde o preço ficou abaixo dos R$ 200,00.

Com base no custo da cesta observado em São Paulo, e levando em consideração a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em novembro, o menor salário pago no país deveria ficar em R$ 2.222,99, o que corresponde a 4,35 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00. Em outubro, o mínimo era estimado em R$ 2.132,09, ou 4,18 vezes o piso em vigor. Já em novembro de 2009, o mínimo necessário ficava em R$ 2.139,06, o que representava 4,60 vezes o piso de então (R$ 465,00).

Variações acumuladas-Também no acumulado dos onze meses deste ano, o custo da cesta básica subiu em todas as 17 cidades pesquisadas. As maiores variações acumuladas foram anotadas em Goiânia (23,79%), Recife (20,44%), Fortaleza (18,05%), Manaus (16,03%) e São Paulo (15,96%). Os menores aumentos foram verificados em Porto Alegre (5,14%), Aracaju (6,27%) e Brasília (6,53%).

Na comparação com novembro de 2009, somente em Porto Alegre a variação acumulada foi negativa (-1,90%). As elevações mais expressivas foram apuradas em Recife (17,29%), Goiânia (14,74%), Fortaleza (14,68%) e Manaus (14,42%).

Cesta x salário mínimo- A forte alta no custo da cesta básica fez crescer também o total de horas que o trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir para adquirir a cesta básica. Em novembro, a jornada necessária chegou a 98 horas e 12 minutos na média das 17 capitais pesquisadas, enquanto em outubro eram necessárias 94 horas e 11 minutos. Em novembro de 2009, o tempo de trabalho necessário correspondia a 98 horas e 58 minutos.

O mesmo comportamento é detectado quando se leva em consideração o percentual do salário mínimo líquido (após o desconto da parcela correspondente à Previdência) comprometido com a aquisição dos produtos básicos. Em novembro, 48,52% do valor líquido recebido pelo trabalhador era destinado à compra da mesma cesta que, em outubro, demandava 46,53% de seus vencimentos. Em comparação com novembro de 2009, o percentual comprometido atualmente ainda é levemente menor, já que a compra da cesta demandava 48,89% do rendimento líquido. Comportamento dos preços

A maioria dos produtos componentes da cesta dos alimentos básicos apresentou aumentos significativos e generalizados pelas 17 capitais pesquisadas, em novembro. A carne elevou seus preços em 16 capitais, particularmente, em Fortaleza (19,12%), Vitória (15,32%), Recife(14,07%), Manaus (12,84%), Rio de Janeiro (12,71%) e São Paulo (12,33%). Em Natal,verificou-se ligeira redução de -0,28%.

No período anual, foram apuradas altas extraordinárias em todas as regiões. As taxas mais expressivas ocorreram em Recife (34,03%), seguido por Goiânia (33,67%), Fortaleza (33,54%), São Paulo (33,12%) e Rio de Janeiro (31,59%). Aracaju (7,28%) foi a única cidade onde o produto teve alta inferior a 10%. A seca ocorrida em meados do ano prejudicou as pastagens que, aliadas ao aumento da demanda externa, foram as causadoras desta subida de preços.

O açúcar também encareceu em 16 capitais, como em Salvador (14,21%), São Paulo (13,16%) e Manaus (12,64%). As menores taxas foram observadas em Brasília (3,27%) e Belém (1,65%), enquanto em Recife houve redução de -1,49%.

As variações dos últimos 12 meses foram positivas em todas as 17 regiões, com destaque para Brasília (34,60%), João Pessoa (28,13%), Fortaleza (26,04%) e Goiânia (25,17%). Já em Salvador (5,63%), Curitiba (4,21%) e Porto Alegre (1,52%), os aumentos foram menores.

O açúcar encareceu no mercado internacional e os produtores do país estão aproveitando a oportunidade e exportando mais que no ano anterior. Desta forma, os preços do açúcar no mercado interno estão equalizados com os preços internacionais. O óleo de soja subiu seu preço em 15 capitais, com as maiores alterações em Manaus (11,64%), Belém (9,20%) e Porto Alegre (8,87%). Em Brasília e Belo Horizonte a variação foi nula.

O pão aumentou de preço em 13 cidades, com taxas moderadas, como em Fortaleza(3,98%), Aracaju (2,41%) e Rio de Janeiro (2,22%). Em Belém não houve alteração de preço e foram anotadas reduções em Brasília (-0,63%), Natal (-1,35%) e Goiânia (-1,54%). Entretanto,comparado ao mês de novembro de 2009, o pão hoje está mais caro em todas as 17 capitais. Asmaiores elevações foram observadas em Fortaleza (13,66%), Florianópolis (11,09%), Vitória(10,87%), Goiânia (10,85%) e Curitiba (10,72%). Taxas menores foram anotadas em Salvador (0,60%) e Manaus (0,38%).

O leite subiu de preço no mês de novembro em 12 cidades e, mais acentuadamente, em Manaus (13,36%) e em Brasília (6,45%). Em Belo Horizonte houve estabilidade, enquanto barateou em Goiânia (-0,97%), Florianópolis (-1,09%), Belém (-2,13%) e Natal (-4,82%). Nos últimos 12 meses, o leite ficou mais caro em 16 capitais, principalmente no Rio de Janeiro (20,16%), Goiânia (17,87%), Florianópolis (15,87%) e Curitiba (15,28%). Houve queda em Natal(-2,69%).

A principal causa da alta do leite foi a estiagem prolongada em meados do ano. Entretanto, com o fim da entressafra que ocorre na primavera e com maior regularidade das chuvas, deve haver maior oferta do produto e consequente redução do preço. Entre os produtos que reduziram seus preços, destaca-se o tomate, que apresentou queda em 16 regiões, no período de 12 meses. As maiores taxas negativas ocorreram no Rio de Janeiro (-51,23%), Curitiba (-49,84%), Porto Alegre (-49,76%), Belo Horizonte (-48,04%), Florianópolis (-47,79%), Vitória (-47,01%), Brasília (-43,21%) e Goiânia (-41,74%). Em Manaus, o produto encareceu 5,61%.

A batata aumentou em novembro em oito das nove capitais do centro/sul, onde são pesquisados seus preços. As maiores altas foram observadas em Goiânia (34,15%), Florianópolis (15,33%) e Belo Horizonte (14,77%). Os preços não se alteraram em Curitiba. Na comparação com o mês de novembro do ano passado, houve redução em todas as nove cidades, como no Rio de Janeiro (-34,82%) e Belo Horizonte (-34,48%).

A carne, principal item na composição da cesta básica, foi, no mês de novembro, o maior responsável pela elevação do custo da cesta em todas as capitais.

São Paulo- A cidade de São Paulo ocupou novamente a primeira posição do custo da cesta básica entre as 17 capitais. Atingiu o valor de R$ 264,61, com uma alta de 4,26% em novembro, acumulando 15,95% no período de janeiro a novembro, e de 12,60% em relação a novembro de 2009.

Os produtos subiram com taxas significativas para o açúcar (13,16%) e para a carne (12,33%). O preço da carne atingiu R$ 16,76 por quilo, o maior valor entre os preços das outras regiões. Foi o principal responsável pelo alto custo da cesta dos alimentos básicos. Aumentaram de preço também a batata (6,52%), a farinha de trigo (5,57%), a banana (2,63%), o óleo de soja (2,45%), a manteiga (1,19%), o leite (0,92%) e o pão (0,75%).

As reduções ocorreram em quatro produtos: o tomate (-7,38%), o feijão (-5,74%), o arroz (-1,00%) e o café (-0,31%). Nos últimos 12 meses ocorreram aumentos expressivos no preço do feijão (88,52%), da carne (33,12%), do açúcar (14,36%) e da farinha de trigo (11,40%). O pão (9.85%), a banana (9,35%), o leite (7,84%), o óleo de soja (3,72%), o arroz (3,66%) e a manteiga (3,64%) completam a lista dos demais produtos alimentícios com elevação no período de 12 meses. Reduziram de preço o tomate (-32,54%), a batata (-22,53%) e o café (-0,94%).

O trabalhador paulistano cuja remuneração é o salário mínimo necessitou de uma jornada de 144 horas e 9 minutos para a aquisição dos alimentos básicos, maior que a de outubro, que era de 109 horas e 29 minutos e também acima do tempo de novembro de 2009, quando fora de 111 horas e 11 minutos.

Resultado semelhante se alcança quando o custo da cesta alimentar é comparado com o salário mínimo líquido – isto é, quando descontada a contribuição da Previdência Social. Assim, em novembro, a cesta representava 56,40% do mínimo líquido, maior que a de outubro (54,09%) e que a de novembro do ano passado (54,93%).| www.dieese.org.br

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