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10/12/2010 - 10:17

O fim da era Meirelles no BC

A decisão do Comitê de Política Monetária do Banco Central (Copom), adotada na noite desta quarta-feira (8), de manter a Selic em 11,75% pode ser uma demonstração de que realmente chegou ao fim a era Meirelles no Banco Central. O governo de Dilma Roussef, que assume no próximo dia 1.º de janeiro, deve se orientar mais para o desenvolvimento do que pelo medo da inflação.

A análise é pertinente porque ainda ontem foi divulgado do IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Ampliado) que é a referência do governo para a inflação. Até novembro, ele supera em mais de um ponto percentual a meta da inflação para este ano. Enquanto a meta é de 4,5%, o IPCA bateu, em novembro, em 5,65%. Para atingir o objetivo, dezembro teria que ter deflação, o que dificilmente acontecerá.

Mesmo assim, o BC decidiu não mexer no juro básico. Mesmo quando toda a comunidade econômica já esperava pelo menos meio ponto percentual de alta.

Consideramos, porém, que mesmo com indicadores de inflação em alta, o Banco Central de novo centra no desestímulo à produção (dinheiro caro afasta investidores) para reduzir os preços. Poderia, sim, reduzir a taxa básica e apoiar-se nas medidas, já anunciadas pelo atual e futuro ministro da Fazenda, Guido Mantega, de que o governo vai cortar gastos no ano que vem e no aumento do compulsório bancário, que já está valendo.

Essas medidas têm impacto imediato, a médio e longo prazos. O compulsório já deixou alguns produtos mais caros (desde que sejam usados financiamentos), e o corte nos gastos vai diminuir a pressão entre oferta e demanda no ano que vem.

Sem Meirelles – justiça seja feita, ele conduziu o BC de forma a fazer com que o Brasil chegasse aos dias de hoje com uma economia sólida e com tanto dinheiro em caixa que poderia pagar a dívida externa – o Copom deverá ser mais maleável. E, sem tropeços internacionais, acreditamos que até a metade do ano que vem, devemos voltar a juro de apenas um dígito.

A partir de agora, e até o dia 1.º de janeiro, o Brasil vive a expectativa da posse do novo governo.

Seja bem-vinda presidente Dilma Roussef. O Brasil deposita seu destino e seu futuro em suas mãos.

. Por: Darci Piana, presidente do Sistema Fecomércio Sesc Senac Paraná

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