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14/12/2010 - 09:20

Câncer renal: Anvisa aprova medicamento oral para tratamento do carcinoma de células renais

Estudo publicado no Journal of Clinical Oncology mostra que pazopanibe (Votrient®) reduz significativamente a progressão do tumor ou risco de morte em 54% dos casos em pacientes com este tipo de câncer, conhecido como o mais frequente nos rins.

Em apenas oito meses após a divulgação de estudo fase III no Journal of Clinical Oncology (fevereiro de 2010), publicação médica americana respeitada internacionalmente, autoridades regulatórias tornam acessível aos brasileiros uma promissora opção para o tratamento dos pacientes com câncer renal. A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) acaba de conceder a autorização para que o pazopanibe (Votrient®), da GlaxoSmithKline (GSK), seja comercializado no País. O medicamento é indicado para pacientes com carcinoma de células renais (CCR) avançado e/ou metastático, o mais frequente nos rins — nove entre dez casos identificados. Nos EUA, o pazopanibe foi aprovado pelo FDA (Food and Drug Administration) em outubro de 2009.

A aprovação do registro do pazopanibe (Votrient®) no país marca um grande avanço no tratamento do câncer renal, como uma grande esperança, já que este tipo de câncer é altamente resistente à quimioterapia e uma parte dos pacientes não obtém resposta com o uso de medicamentos já conhecidos, como as citocinas. Além disso, por ser uma terapia oral e de administração mais conveniente, o medicamento dispensa a necessidade do paciente ir ao hospital para receber o tratamento. Ele pode realizar o tratamento em casa.

O pazopanibe é um medicamento produzido por biotecnologia, que atua interrompendo os sinais que as células cancerosas emitem para crescer e se proliferar. Ele se constitui em um potente inibidor multialvo da enzima tirosina quinase (TKI) que atua sobre receptores dos fatores de crescimento presentes nas células. Ao bloquear a enzima tirosina quinase, ele inibe a geração de novos vasos sanguíneos (angiogênese) e consequentemente o tumor não receberá oxigênio e nutrientes necessários ao seu crescimento. A angiogênese é, portanto, crítica para o crescimento e sobrevivência de tumores.

Um importante estudo de fase 3 (VEG105192) publicado em fevereiro de 2010 (Sternerg CN et al, 2010), que envolveu 435 pacientes com câncer renal avançado e ou metastático demonstrou que o pazopanibe quando comparado ao placebo, determinou um aumento significativo do tempo de sobrevida livre da progressão da doença, 9,2 versus 4,2 meses respectivamente. Naqueles pacientes que não haviam recebido outro tratamento prévio para câncer renal avançado e/ou metastático, o resultado de pazopanibe foi ainda melhor, determinando um tempo de sobrevida livre de progressão de 11 meses, comparado ao placebo que foi de 2,8 meses. Os autores do estudo concluíram que o medicamento é capaz de reduzir a progressão de um tumor ou o risco de morte em 54% se comparado ao placebo e a taxa de resposta global para pacientes tratados com pazopanibe foi de 35%.

Além disso, este mesmo estudo apontou que o tratamento com pazopanibe não determinou impacto negativo sobre a qualidade de vida do paciente, quando comparado ao placebo. O que reforça a segurança e a boa tolerabilidade do medicamento, fator crítico para o sucesso do tratamento contra o câncer, já que é sabido que muitas vezes os efeitos colaterias de um medicamento, como alguns quimioterápicos, pode comprometer significativamente o sucesso e a adesão do paciente ao tratamento.

Perfil- O VEG105192 é um estudo fase III randomizado, duplo cego e controlado com placebo em 435 pacientes com câncer de rim avançado que receberam tratamento prévio ou não obtiveram sucesso no tratamento com citocina. Os pacientes do estudo foram randomizados em dois grupos para se avaliar a eficácia do pazopanibe, um potente inibidor multialvo da tiroquinase (TKI) de receptores dos fatores de crescimento. Na randomização, os pacientes receberam pazopanibe 800mg, uma vez ao dia, ou placebo. O estudo foi divulgado no Journal of Clinical Oncology, volume 28, número seis, em fevereiro de 2010.

CCR (carcinoma de células renais) - Segundo dados da American Society of Clinical Oncology, ao longo de 2009, há uma estimativa de cerca de 57.700 novos diagnósticos de câncer de rim e 13 mil mortes em função da doença nos EUA. Ele acontece duas vezes mais em homens e cerca de 25% dos seus diagnósticos se dão já com a doença avançada e/ou metastática. Os principais fatores de risco são tabagismo, obesidade, hipertensão e histórico familiar. A maioria dos casos é diagnosticada entre 50 e 70 anos de idade. Um dos principais agravantes do câncer do rim é a falta de sintomas, que leva ao diagnóstico tardio do tumor, quando ele já está em estágio avançado ou metastático.

Recentemente, a Sociedade Brasileira de Urologia (SBU) publicou estudo realizado com 508 pacientes, coordenado pelo diretor da SBU, Aguinaldo Nardi. Do total de pacientes com câncer renal, 59% são homens, 79% brancos, 46% sofrem com hipertensão, 18% são obesos e 15% têm histórico de tabagismo. A idade média dos pacientes é de 60 anos. Cerca de 73% foram diagnosticados através do ultrassom abdominal, enquanto 19% foram diagnosticados através da tomografia. A incidência do câncer renal aumentou em 43% nas últimas três décadas e 40% dos casos são diagnosticados quando o tumor está nos estágios 3 e 4, ou seja, os mais avançados.

A GSK Oncologia dedica-se a descobrir, desenvolver e produzir inovações no combate ao câncer capazes de fazer profundas diferenças na vida dos pacientes. Sua pesquisa mundial em Oncologia inclui colaborações com mais de 160 centros de tratamento oncológico. Com uma nova geração de tratamentos focados nos pacientes, a GSK busca desenvolver terapias para diversas frentes de combate ao câncer, seja na área de prevenção, quimioterapia e ou terapias específicas.

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