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15/12/2010 - 11:45

A febre dos sites de compras coletivas

Os sites de compras coletivas viraram febre entre os internautas. As promoções anunciadas normalmente oferecem ao consumidor um desconto que pode chegar até 60% do valor tradicional de vários itens, como pratos de restaurantes, pacotes de massagens, estadia em pousadas...

A ideia acabou se transformando em um fenômeno do comércio eletrônico, mas, apesar de os empreendedores estarem animados para montar clubes de compras e faturar com as comissões – que não são nada baixas para os anunciantes – é preciso ter muita cautela e analisar para onde irá essa tendência.

O primeiro argumento das empresas que decidem anunciar em um clube de compras é utilizá-lo como ferramenta de marketing, principalmente para estabelecimentos novos e pouco conhecidos. Porém, há alguns pontos que os empreendedores devem analisar como a fidelização do cliente. Há quem acredite que atrair o público por meio de grandes ofertas formará a clientela esperada. E isso não é verdade. O que ocorre é que os consumidores que aderiram à onda desses sites não comprariam ou utilizariam determinados serviços sem os descontos atrativos. Podemos chamar esse perfil de “público de promoção” e ele quase nunca é o target que o estabelecimento busca.

O segundo ponto importante e que precisa ser cuidadosamente analisado é se o estabelecimento tem a estrutura necessária para atender o volume de consumidores que a oferta atrairá. Há empresas que, esquecendo de planejar esse item, tiveram que duplicar o número de funcionários ou até mesmo expandir o atendimento em salas novas e improvisadas de uma hora para outra. Trata-se de uma questão delicada, que poderá causar impacto negativo se houver queda na qualidade do atendimento. Já ouvi muitos consumidores reclamarem de filas de espera enormes ou ainda de terem sido vistos com maus olhos ao mostrarem o cupom de desconto aos funcionários dos estabelecimentos. Portanto, é necessário pensar em um SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) que seja realmente eficaz, para solucionar as reclamações, dúvidas ou simplesmente atender bem quem foi fisgado pelas promoções.

A terceira questão a ser observada – uma das mais importantes – é se o empreendedor tem orçamento para ‘bancar’ o comércio eletrônico. Apesar de gerar um volume grande de produtos e serviços vendidos, os clubes de compras coletivas abocanham comissões sobre o valor promocional que vão de 20% a 50% do preço final. Ora, se o empreendedor já está reduzindo consideravelmente sua margem de lucro com a oferta que fará, ainda terá que destinar metade do montante para os administradores do clube. Caso não seja feito um cálculo minucioso, o pequeno empreendedor corre sérios riscos de quebrar sua própria empresa.

Não há dúvidas de que a febre das vendas coletivas veio para ficar. Mas ela somente será consolidada entre nós quando as empresas anunciantes estiverem preparadas, de fato, para atender à demanda. Porém, não é o que observamos no mercado. Sem preparo, os empreendedores que estão surfando na onda das compras coletivas correm o risco de deslizar na curva fechada da queda das vendas on-line compartilhadas.

. Por: Flávio Antônio da Costa Filho,Especialista em soluções de internet e diretor da Buy2Joy, empresa de e-commerce voltada a pequenas empresas

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