IGP-M acelera dentro da perspectiva de mercado

Índice que regula os contratos de aluguéis tende a ficar estável em 2011.

O IGP-M, calculado mensalmente pela Fundação Getúlio Vargas (FGV) e divulgado no final de cada mês é o índice utilizado para limitar os aumentos da maior parte dos contratos de aluguéis e energia elétrica no Brasil. Quando foi implementado, em 1989, teve como princípio ser um indicador para balizar as correções de alguns títulos emitidos pelo Tesouro Nacional e depósitos bancários com renda pós fixada acima de um ano.

O índice IGP-M analisa as mesmas variações de preços consideradas no indicador IGP-DI, também calculado pela Fundação Getúlio Vargas. A diferença está no dia de fechamento, visto que as variações de preços consideradas pelo IGP-M referem ao período do dia 21 do mês anterior ao dia 20 do mês de referência, e o IGP-DI refere-se do dia primeiro ao dia 30 do mês em referência. A cada dez dias a FGV divulga a variação prévia da composição dos indicadores.

De acordo com o gerente de Locações da Auxiliadora Predial, Alexandre Arruda, o IGP-M vem sendo aplicado há muito tempo ao reajuste dos aluguéis, desde a época que antecedeu a institucionalização da Lei do Inquilinato (Lei 8245, de outubro de 1991). Ele garante que o IGP-M é o índice mais adequado e justo para a situação por ser o mais próximo da atualização geral do mercado e favorecer o melhor equilíbrio de satisfação, tanto para proprietário quanto para o inquilino do imóvel.

Os contratos de aluguéis a serem renovados no mês de dezembro devem ficar mais caros em relação ao reajuste praticado no ano anterior, pois os preços atualizados pelo IGP-M aumentaram 10,56% desde janeiro. Embora a última atualização do IGP-M de 2010 seja divulgado apenas na segunda semana de dezembro, o número tende a superar em mais que o dobro a inflação oficial medida pelo Índice de Preços ao Consumidor Amplo, do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), que teve alta de 4,38% até outubro. Contudo, Arruda lembra que os aluguéis estão congelados desde 2009 e vão sofrer reajustes neste ano. De acordo com o executivo, os inquilinos estão conscientes de que os valores ficaram abaixo do esperado no ano passado e, por essa razão, não reclamaram do índice previsto.

"Em 2009 os proprietários não tiveram a correção dos aluguéis devido ao IGP-M ter ficado negativo. Os valores ficaram congelados há mais de um ano, e os inquilinos têm essa consciência, por isso não estamos recebendo queixas e intermediando negociações", observa o gestor.

Já para 2011, Alexandre Arruda garante que os inquilinos podem ficar tranquilos, pois a tendência é de que o índice se estabilize, ocorrendo o reajuste normalmente. Lembrando que o índice de reajuste não é o mesmo para os imóveis desocupados, Arruda frisa que, atualmente, cresceu a procura por propriedades para alugar, fazendo com que os imóveis desocupados sofram uma valorização. "Seguindo a lei da oferta e demanda, os preços acabam subindo", constata ele. "Estamos em um momento de mercado positivo para os investidores, que têm benefícios nos valores dos imóveis para futura revenda, além da grande demanda por aluguéis. Logo, com a maior atuação de investidores, a oferta para locação também sobe, e o inquilino terá mais opções de escolha, podendo selecionar mais imóveis", explica.

CMN mantém TJLP em 6% para o primeiro trimestre de 2011 - O Conselho Monetário Nacional (CMN) manteve no dia 15 de dezembro (quinta-feira), a Taxa de Juros de Longo Prazo (TJLP) em 6%, válida para o primeiro trimestre de 2011.

A TJLP é usada para corrigir os empréstimos do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O CMN é formado pelos ministros da Fazenda e do Planejamento e pelo presidente do Banco Central.