2011, ano promissor para os empreendedores

Estamos nos despedindo de mais um ano. Normalmente, esse é um período de balanços, de registros do que fizemos e/ou deixamos de fazer. É hora também de renovar a esperança e a energia, de definir novos planos para o novo ano, carregado de expectativas com a posse da presidente eleita em outubro. É nessa hora de planejamento que muitas vezes surge a ideia de empreender, de ser dono do próprio negócio. O caminho de quem escolhe empreender, porém, é complexo e nem sempre preciso.

O aspecto financeiro, por exemplo, é importante no processo de transformação da ideia em realidade. Ele é o instrumento que viabiliza uma realização. Mas, para que uma iniciativa se concretize, não bastam recursos financeiros. Acima de tudo, é preciso conhecimento.

Não existe fórmula mágica para se alcançar o sucesso empresarial. O trabalho é contínuo – incluindo muitos sábados e domingos –, árduo e repleto de obstáculos. A busca por um vasto conhecimento sobre aquilo que se quer empreender é fundamental e serve como valioso atalho nessa longa estrada rumo à concretização do sonho.

O conhecimento pode ser buscado por diversos caminhos. Um deles é através das entidades que agrupam o Sistema S, como o Sebrae. Ali são oferecidos vários cursos, além da prestação de consultorias com profissionais especializados. Esse auxílio é de grande valia, já que ajuda a aprofundar os entendimentos do negócio a ser criado, de seus obstáculos, bem como das estratégias para superá-los. O Sebrae também disponibiliza ferramentas para medir a viabilidade de uma iniciativa, com instruções e maior preparo para quem está para ingressar nesse universo.

A burocracia na formalização do negócio é outra pedra no caminho empresarial, principalmente para quem tem o espírito empreendedor, mas não possui muitos recursos para buscar a regulamentação – o que acontece com milhares de trabalhadores informais espalhados por todo o país.

Para esses, porém, o ano de 2010 foi muito positivo, com a iniciativa do governo federal de criar projetos que desburocratizam e criam acessos à formalização, como o programa Micro Empreendedor Individual (MEI), recentemente rebatizado simplesmente como Empreendedor Individual (EI). A modalidade permite que empreendedores com renda anual de até R$ 36 mil e que não tenham participação em nenhuma outra empresa formalizem seu negócio. Até o mês de agosto, cerca de meio milhão de profissionais haviam saído da informalidade e passado a contar com as vantagens da legalização, entre as quais os benefícios da Previdência Social, a possibilidade de vender para o poder público e ter acesso a um crédito diferenciado. Para 2011, a expectativa é legalizar outros 500 mil trabalhadores, ávidos por uma oportunidade para “fazer acontecer”.

Com uma boa idéia, conhecimento onde se deseja atuar e apoio do governo, o momento está muito favorável para que o brasileiro deixe emergir de vez seu espírito empreendedor. Some-se a esse cenário empenho, dedicação intensa e, claro, uma pitada de sorte. Estará criado o ambiente ideal para que a possível empreitada no início de mais um ano se transforme em um negócio de sucesso. Um feliz e produtivo 2011!

. Por: Milton Dallari,Sócio-diretor da Decisão Consultores Associados, ex-diretor do SEBRAE-SP e conselheiro da Associação dos Aposentados da Fundação Cesp.