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Dilma toma posse como 1ª mulher presidente do Brasil


Brasília - Dilma Rousseff tornou-se no dia 1º de janeiro de 2011 (sábado), a primeira mulher presidente da República e prometeu fazer da luta contra a miséria uma prioridade em seu governo.

A nova presidente prometeu, em seu discurso de posse no Congresso, consolidar a "obra transformadora" daquele que lhe passou a faixa e que a escolheu para sucedê-lo, afirmando que governará para todos.

"A luta mais obstinada do meu governo será pela erradicação da pobreza extrema e a criação de oportunidades para todos", afirmou Dilma, de 63 anos, no Congresso.

"A superação da miséria exige prioridade na sustentação de um longo ciclo de crescimento. Com crescimento é que serão gerados os empregos necessários para as atuais e as novas gerações", afirmou em discurso logo após de assumir, que durou 40 minutos.

Dilma destacou também a necessidade de uma reforma política e medidas que modernizem o sistema tributário do país.

A presidente assumiu o compromisso de avançar em áreas como educação e saúde e disse que o Brasil deve ser um exemplo para o mundo de que é possível ter crescimento econômico sem destruir o meio ambiente. Para ela, este é um momento novo para o Brasil.

"Muita coisa melhorou no nosso país, mas estamos vivendo apenas o início de uma nova era", disse. "Pela primeira vez o Brasil se vê diante da oportunidade real de se tornar, de ser, uma nação desenvolvida."

A presidente emocionou-se em alguns momentos, especialmente quando disse que "a partir deste momento sou a presidenta de todos os brasileiros".

Um dos momentos em que recebeu mais aplausos foi quando lembrou do ex-vice-presidente José Alencar, que por estar internado em um hospital de São Paulo não compareceu à cerimônia.

Ao entrar no Congresso, Dilma --vestindo um tailleur de cor creme-- foi saudada com o bordão "ole, ole, ole, olá, Dilma, Dilma", da mesma forma que ocorreu com seu antecessor, Luiz Inácio Lula da Silva, quando assumiu a Presidência.

A nova presidente chegou ao Congresso Nacional sob chuva, por isso o trajeto pela Esplanada dos Ministérios teve que ser feita em carro fechado. No caminho, acenou às pessoas que a saudavam, muitas agitando bandeiras do PT e protegidas por guarda-chuvas.

Com a trégua da chuva, a nova presidente seguiu em carro aberto do Congresso para o Palácio do Planalto, acompanhada pela filha, Paula.

Dilma subiu a rampa do Planalto ao lado do vice-presidente Michel Temer e recebeu a faixa de Lula no Parlatório, um púlpito de concreto construído na área externa, em frente à Praça dos Três Poderes.

Logo depois, com a faixa presidencial, fez seu primeiro pronunciamento à nação como presidente e reiterou uma homenagem aos companheiros de luta contra a ditadura.

"Minha geração veio para a política em busca da liberdade, num tempo de escuridão e medo. Pagamos o preço da nossa ousadia, ajudando o país a chegar até aqui", disse. "Aos companheiros que tombaram nesta caminhada, minha comovida homenagem e minha eterna lembrança."

E prometeu honrar o legado do presidente Lula.

A festa que marcou o início do governo Dilma foi, ao mesmo tempo, a despedida de Lula, com popularidade recorde.

Visivelmente emocionado, depois de passar a faixa presidencial para sua sucessora, Lula quebrou o protocolo e foi abraçar populares ao pé da rampa do Palácio do Planalto.

"Mulher no poder" - A ex-guerrilheira que foi presa e submetida a tortura, entre 1970 e 1973, durante o governo militar, convidou para a cerimônia ex-colegas de cela. Ieda Akselrud de Seixas, que ficou presa com Dilma por um ano e meio, disse sentir muito orgulho que "a primeira mulher a ser presidente seja também a primeira mulher combatente".

"Estou sentindo, de uma certa forma, como se aqueles que lutaram contra a ditadura estivessem subindo a rampa", disse.

O fato de ser a primeira mulher a assumir a Presidência da República foi mencionado como motivação por algumas das milhares de pessoas que viajaram de várias partes do país, e até do exterior, para acompanhar a chegada de Dilma ao poder.

"Eu acho que ela representa tudo aquilo que a mulher deseja para si", disse a aposentada Eliane Melo, de 60 anos, que veio de Niterói (RJ) para a posse. "Mulher no poder. Para nós fazermos as nossas transformações com olhar de mulher."

A cerimônia reuniu cerca de 70 mil pessoas na Esplanada dos Ministérios, Congresso e Praça dos Três Poderes, segundo estimativa da assessoria de imprensa da Polícia Militar.

A posse de Dilma foi acompanhada ainda por cerca de 20 chefes de Estado ou de governo, entre outras autoridades, segundo o balanço divulgado pelo Itamaraty. Entre os presentes estavam, por exemplo, a secretária de Estado norte-americana, Hillary Clinton, os presidentes da Colômbia, Juan Manuel Santos, da Venezuela, Hugo Chávez, do Chile, Sebastián Piñera, e da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

Ao chegar ao Itamaraty para a recepção em homenagem a Dilma, o presidente do Chile, Sebastián Piñera, disse que quando homens e mulheres trabalham juntos, o mundo é melhor.

O Chile já teve, antes do Brasil, uma presidente, Michelle Bachelet, também presa e torturada durante um período de ditadura naquele país. "Isso significa que temos uma grande igualdade não só de oportunidades, mas também de responsabilidades", afirmou.|Leonardo Goy e Jeferson Ribeiro, com reportagem adicional de Maria Carolina Marcello/Reuters.

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