Cuidados redobrados com a desidratação durante o verão

No verão, com a temperatura mais elevada, o nosso corpo elimina mais líquido do que em outras épocas do ano, através do suor. O suor é composto de água e sais minerais e, devido a isto, a perda desses dois componentes é aumentada nesse período. De um modo geral, para uma pessoa manter-se hidratada, o ideal é a ingestão de dois litros de água por dia. No entanto, no verão, pelo excesso de suor essa necessidade pode aumentar. E algumas observações são importantes para determinadas fases da vida.

Durante a fase adulta, a sensação de sede é o principal indício de que o corpo necessita da reposição de água. Tomando água ou outros líquidos sempre que sentir sede, provavelmente a pessoa se manterá devidamente hidratada.

Já com crianças, os cuidados devem ser maiores, pois eles não conseguem expressar que estão com sede. Assim deve-se oferecer água à criança durante todo o dia a intervalos regulares. Recém nascidos amamentados com leite materno, geralmente, não necessitam de reposição com outros líquidos.

Igualmente, os idosos são um grupo que necessita atenção especial. Além de possuírem uma reserva de líquidos menor, fazendo com que uma mínima perda seja significativa, não têm a percepção da necessidade de hidratação e não costumam pedir água. Uma maneira fácil para garantir a hidratação do idoso é sempre manter um copo ou até uma garrafinha com água exclusivamente para ele, ao seu lado, garantindo que tenha acesso fácil à mesma. E, além disso, os familiares ou cuidadores devem estar atentos para lembrá-lo de ingeri-la.

Mas, não é somente a água a responsável pela hidratação. Quase todos os alimentos que se ingere no dia a dia, como carnes, arroz, feijão, legumes, verduras e frutas, têm parte da sua composição em água. Por isto, ao pensarmos em hidratação, o consumo desses alimentos também está incluído no cálculo do volume diário de líquidos ingeridos.

Para quem não abre mão da atividade física nem mesmo nos dias mais quentes, um nível adequado de hidratação é fundamental, com a ingestão de líquidos antes, durante e depois dos exercícios. As bebidas isotônicas podem ser benéficas, repondo não somente a água, mas também os sais minerais perdidos em excesso.

Durante as férias é comum as crianças saírem de seus horários habituais. Assim os pais devem estar atentos, não só evitando longos períodos sem que a criança se alimente, como oferecendo líquidos entre as refeições, já que, normalmente, as crianças, ao se distraírem, costumam se esquecer de tomar água ou outros líquidos e, com isso, podem desidratar. Mantê-los com roupas leves e claras, que dissipem facilmente para o ambiente o calor que o corpo tenta eliminar, são os ideais. A volta às aulas, também requer cuidados. Os pais devem estar atentos a providenciar merendas com alto conteúdo líquido, dando preferência a sucos, frutas e yogurte. Assim como a interessar-se em saber se na escola os seus filhos estão sendo estimulados a ingerir líquidos, tal como em casa.

É necessário ficar atento aos sintomas da desidratação que nem sempre chamam a atenção no início. O primeiro sinal é sede excessiva e boca seca. Em crianças o choro e a irritabilidade podem ser sinais precoces, além de ficarem menos ativas que o normal. Os idosos podem não manifestar a sede. Se não há reposição hídrica adequada podem aparecer sintomas como fraqueza, sonolência, tonteira, dor de cabeça e fadiga. O volume de urina é menor e esta se torna amarelo forte ou escura. Observa-se que o número de idas ao banheiro ou a necessidade de troca de fraldas é menor do que o habitual. Com a progressão a pele torna-se seca e pouco elástica, há diminuição do peso, aumento da temperatura corporal e a frequência cardíaca aumenta, podendo chegar a um estado de emergência médica com risco de vida na qual se observa desidratação grave com diminuição da pressão arterial que pode progredir para choque devido ao volume de água corporal baixo, desmaio, hipertermia, convulsões, podendo chegar até à morte.