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07/01/2011 - 10:01

País precisa de mais creches com profissionais capacitados, advertem especialistas

“Programas que promovem o desenvolvimento infantil são o melhor investimento para desenvolver o capital necessário ao crescimento do país”.

O número de crianças brasileiras de 0 a 3 anos matriculadas em creches é muito pequeno e considerado preocupante. De acordo com o Instituto Nacional de Pesquisas e Estudos Educacionais (INEP), pouco mais de 80% das crianças nessa faixa de idade estão fora das creches. A atenção que o assunto merece fez com que ele se tornasse uma das principais bandeiras políticas nas últimas eleições.

Em sua campanha eleitoral, uma das promessas da presidente Dilma Rousseff (PT) foi a de que 6 mil novas creches e pré-escolas serão construídas no Brasil durante seu mandato. Na esfera estadual, o governador eleito Geraldo Alckmin (PSDB) também prometeu investimentos de R$ 1 bilhão para a construção de creches em São Paulo.

Mas, se por um lado os novos governantes acreditam que tais promessas são suficientes para resolver o problema, especialistas em desenvolvimento infantil afirmam que essa é apenas uma parte do processo. “De nada valem prédios bem equipados se não há pessoas preparadas, verdadeiramente capacitadas para cuidar dessas crianças. O desenvolvimento infantil nos primeiros três anos de vida é importantíssimo para a formação do ser humano”, diz a psicóloga Ely Harasawa, da Fundação Maria Cecília Souto Vidigal.

Evidências neurocientíficas demonstram que os primeiros anos, desde a concepção, definem a base para a vida, pois têm influência significativa no desenvolvimento do ser humano. A quantidade e a qualidade dos estímulos que a criança recebe do ambiente em que cresce afetam seu potencial de desenvolvimento físico, cognitivo e psicossocial. “Tais habilidades para o estímulo do desenvolvimento infantil também precisam ser trabalhadas com os pais, educadores, responsáveis pelos cuidados das crianças”, diz Ely. Por isso, o cuidado educacional e emocional da criança de 0 a 3 anos merece grande atenção por parte dos pais, responsáveis e também do governo.

Durante um workshop internacional sobre desenvolvimento infantil realizado pela Fundação no início deste mês, em São Paulo, a pediatra Mary Young, coordenadora dos programas do Banco Mundial para a primeira infância, destacou que o desenvolvimento da primeira infância deve ser parte da visão de futuro de cada nação, o que, em parte, justifica a preocupação dos governantes. “Programas que promovem o desenvolvimento infantil são o melhor investimento para desenvolver o capital necessário ao crescimento do país. É o caminho mais curto e eficiente para reduzir a pobreza e estimular o crescimento econômico”, conclui Mary.

Fundação Maria Cecília Souto Vidigal - Familiar e sem fins lucrativos, a Fundação foi criada em 1965 para atuar em pesquisa e ensino em hemoterapia. Durante quase 40 anos, os trabalhos foram dirigidos exclusivamente a pesquisas, ensino e atendimento a leucêmicos. A partir de 2006, a Fundação passou a desenvolver uma nova missão: gerar e disseminar conhecimento para o desenvolvimento integral da criança. No Estado de São Paulo, em seis cidades (Botucatu, Itupeva, Penapolis, São Carlos, São José do Rio Pardo e Votuporanga), a Fundação já realiza esse trabalho com profissionais capacitados, o apoio das prefeituras locais e de organizações não-governamentais.

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