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07/01/2011 - 11:50

Emergentes vão liderar investimentos da indústria automotiva nos próximos cinco anos, aponta estudo da KPMG

Estudo da KPMG mostra que 41% dos executivos do setor pretendem aumentar os investimentos no Brasil em 2011. Se considerarmos apenas as empresas americanas, este número chega a 70%.

São Paulo - Os mercados emergentes vão puxar a produção global de automóveis nos próximos anos, segundo pesquisa global da KPMG sobre o setor. A China seguirá como maior produtor e vendedor de carros até 2015 para 86% dos entrevistados da edição 2011 do estudo. O país ainda é considerado o maior alvo dos investimentos no setor.

Além disso, 42% acreditam que a venda de automóveis para o mercado interno chinês ultrapasse 18 milhões de unidades por ano até 2015. Levando em consideração que algumas fontes publicaram vendas domésticas de 14,7 milhões de janeiro a outubro de 2010, esta pode ser uma expectativa conservadora. Embora a maioria dos pesquisados avalie que a China deve quebrar o recorde de um milhão de exportações no setor nos próximos cinco anos, alguns ainda sentem que vai levar muito mais tempo para ir além deste valor.

E pesquisa ouviu 200 executivos da indústria automotiva, sendo que mais da metade dos participantes são chefes de unidades de negócios ou cargo superior. Os entrevistados são de todas as áreas da cadeia de valor da indústria, incluindo fabricantes de veículos, fornecedores e distribuidores. Do total, 51% dos executivos são baseados na Europa, Oriente Médio e África, 27% na região Ásia-Pacífico e 22% nas Américas. Todos os participantes representam companhias com faturamento anual superior a US$ 100 milhões e mais do que um quarto trabalham para empresas com faturamento anual superior a US$ 10 bilhões.

Apesar de a China ser o país mais popular entre os investidores, a Índia também está chamando a atenção. Cerca de 50% dos entrevistados planejam aumentar o investimento no mercado indiano, o que é um salto em relação a 2010, quando o valor equivalente foi de apenas 34%. Ainda segundo a pesquisa, a expectativa é que dentro de cinco anos a Índia será o terceiro país em termos de produção e vendas globais, atrás apenas de China e Estados Unidos, apesar da maioria dos fabricantes ter afirmado que o país não deve ultrapassar 10% de market share global (por receita) dentro desse período.

Em relação ao Brasil, o país deu um salto de popularidade desde a última pesquisa.. Agora em 2011, 41% dos pesquisados disseram que pretendem aumentar seus investimentos no país, contra 22% do ano anterior. Se considerarmos apenas empresas da região das Américas, este número chega a 70%. Além disso, a expectativa é que o Brasil ultrapasse a barreira dos quatro milhões de carros vendidos no país por ano até 2015. Entretanto, o market share global brasileiro deve permanecer abaixo dos 10%.

Para poucos entrevistados, o Brasil pode se tornar um grande exportador de automóveis em um futuro próximo ou mesmo fabricar mais de um milhão de veículos em outros mercados durante esse tempo.

Já sobre a Rússia, quase 67% dos entrevistados esperam que o país mais do que dobre seu volume de vendas para cerca de três milhões de veículos/ano até 2015. Mas apesar das iniciativas do governo para estimular a produção local e encorajar o investimento estrangeiro, não é esperado que a Rússia seja um dos principais players em termos de vendas e fabricação no exterior nos próximos cinco anos.

A pesquisa da KPMG também apontou algumas ameaças e desafios da indústria automotiva global. O excesso de capacidade produtiva continua sendo a principal preocupação tanto nos mercados maduros como nos emergentes. Quase 67% dos entrevistados acreditam que os EUA sejam o país com o maior excesso de capacidade produtiva instalada, seguido pelo Japão e pela Alemanha. Curiosamente, é esperado que até mesmo a China e a Índia atinjam um excesso digno de atenção dentro dos próximos cinco anos.

A maior parte das montadoras acredita que aumentar as exportações para novos mercados poderia atenuar o problema, porém, com muitas empresas fabricantes de equipamentos (original equipment manufacturer) construindo unidades fabris em novos mercados, as oportunidades no futuro podem ser limitadas.

“O estudo ainda revelou que há um mercado global de duas camadas sobrepostas de atuação. Países mais maduros estão lutando para conviver com o problema da mobilidade urbana em transformação enquanto que em regiões promissoras, como por exemplo, da Ásia, existe um esforço mercadológico para entregar uma variedade de carros a populações desejosas de maior mobilidade. Neste sentido, as montadoras terão que agir rapidamente para atender essas expectativas”, afirma Charles Krieck, sócio líder da KPMG no Brasil para o setor automotivo.

Outra tendência verificada no estudo é a demanda dos consumidores por veículos projetados/produzidos para atender propósitos específicos. Isso porque o crescimento da população e a urbanização estão direcionando uma mudança significativa no cenário automotivo. O crescimento das zonas de baixa emissão de carbono e o acesso restrito aos carros em algumas regiões, como na cidade de Masdar, nos Emirados Árabes, pode estar apenas no começo. Essas tendências representam a visão dominante entre os entrevistados: 75% acreditam que os veículos serão projetados para propósitos específicos e 76% disseram que o projeto do veículo será determinado pelo planejamento urbano.

Enquanto o mundo aguarda veículos elétricos de preço acessível, soluções de mobilidade são o que alguns entrevistados afirmaram ser a virada do jogo. Apesar de apenas 9% acreditar que as soluções de mobilidade irão representar uma parte significativa de suas estratégias nos próximos anos, algumas montadoras já estão investindo nessa área.

Com a emergência dos serviços de mobilidade – sendo a eficiência dos combustíveis ainda inequivocamente o maior fator levado em consideração quando da compra de um carro – aproximadamente 80% dos entrevistados disseram que os veículos híbridos e elétricos irão conquistar a maior fatia de crescimento de qualquer categoria de veículos pelos próximos cinco anos.

Enquanto a maioria dos executivos disse que carros elétricos não terão um preço acessível para o mercado de massa nos próximos cinco anos, o investimento nessa categoria é importante. De todas as tecnologias alternativas de combustível disponíveis, quase 90% estão planejando investir em sistemas híbridos, energia elétrica de baterias ou tecnologias de célula de combustível (hydrogen fuel cell) nos próximos cinco anos.

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