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13/07/2007 - 09:31

Livro contribui para o debate sobre economia, política e natureza

É possível ser ecológico sem ser rico? Ou esse é um luxo dos países “desenvolvidos”? O renomado economista ecológico espanhol Joan Martínez Alier desloca a discussão e mostra que os conflitos socioecológicos nascem da utilização cada vez maior do ambiente natural por conta da expansão econômica. E também analisa quais são os diversos atores presentes nesse embate.

Para entendermos os conflitos distributivos e a dívida ecológica das nações Alier nos brinda com o livro O ecologismo dos pobres – conflitos ambientais e linguagens de valoração, lançamento da Editora Contexto. A obra, que já percorreu o mundo em inglês e espanhol, causando grande impacto, é uma importante e profunda contribuição para debates sobre meio ambiente, política e economia.

Recheado de exemplos ao longo do planeta – incluindo o Brasil –, o livro também traz inspiração para a ação. Descreve e analisa as manifestações crescentes por justiça ambiental, assim como movimentos populares: o ecologismo popular e o ecologismo dos pobres. O ponto central da obra é o fato de os pobres, com freqüência, favorecerem mais a conservação dos recursos naturais. Além disso, os impactos dos problemas ambientais são sentidos muito mais pelas nações pobres.

Alguns casos analisados: as companhias de mineração que poluíram a Espanha, Japão e Peru no final do século 19 e no início do século 20 e, mais recentemente, nas minas de ouro do Peru; o óleo (Niger Delta, Guatemala); o gás natural (Burma, Equador), as florestas (Venezuela, Tailândia, Malásia, Costa Rica, Índia, Brasil); os rios; a biopirataria; a poluição e os trangênicos (Índia, Espanha, América Latina).

Com a intenção explícita de auxiliar a estabelecer dois campos de estudos emergentes – ecologia política e economia ecológica –, o autor investiga as relações entre as duas áreas. Traça um panorama do aumento das tensões pelo acesso a recursos naturais e da relação entre progresso econômico e uso do meio ambiente, bem como lista 24 conflitos entre eles o racismo ambiental, a biopirataria, a dívida ecológica, o feminismo ambiental e o ecologismo dos pobres.

No capítulo A dívida ecológica, o autor explica o que é essa dívida e mostra os maiores poluidores da Terra. Um exemplo é a emissão anual de carbono: 6 bilhões de toneladas. Ou seja, supera 1 tonelada/pessoa/ano. A diferença é gritante entre algumas nações e blocos econômicos, como: nos Estados Unidos rondam as seis toneladas e 0,4 na Índia, contra três na Europa.

O ecologismo dos pobres estimula o debate e oferece teorias e inquietações sobre as diversas abordagens aos leitores. A obra é recomendada a ambientalistas, geógrafos, técnicos, pesquisadores, estudantes e profissionais de economia ecológica, representantes da sociedade civil, políticos, e todos aqueles que se interessam pelo assunto.

Joan Martínez Alier é um dos mais destacados economistas ecológicos do mundo, é professor do Departamento de Economia da Universidade Autônoma de Barcelona. Membro do Comitê Científico da Agência Européia de Meio ambiente e presidente da Sociedade Internacional de Economia Ecológica, é diretor da revista Ecología Política. * Formato 16 x 23 cm; 384 páginas, por R$ 53,00.

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