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13/07/2007 - 10:01

Ciência deve ajudar mais no crescimento econômico do País, propõe Sociedade Brasileira de Física

Trabalhar por uma maior inclusão da ciência na vida do País, pela melhoria no ensino de ciências, em especial da Física, em todos os níveis, e pela regulamentação da profissão de físico. Essas serão as principais linhas de ação da nova diretoria da Sociedade Brasileira de Física (SBF), que tomou posse na noite do dia 11 de julho, durante a 59ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC), que está sendo realizada em Belém (PA). A nova gestão tem como presidente Alaor Silvério Chaves, professor titular do Instituto de Ciências Exatas, da Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG), que pretende dar continuidade a ações importantes iniciadas pela diretoria anterior.

Em seu discurso de posse, Alaor Chaves lembrou que a ciência no Brasil vem crescendo de forma significativa, mas ainda não se transformou em riqueza e crescimento econômico do País. “Nossos programas de pós-graduação vêm formando pessoal em números crescentes, e com isso nossa ciência vem se expandindo rapidamente”, disse o novo presidente da SBF. “Em 1981 o Brasil contribuía com 0,44% das publicações científicas mundiais, índice que subiu para 1,92% em 2006, fazendo do País o 15º maior produtor de artigos. Entretanto, apenas 11% dos pesquisadores brasileiros trabalham em empresas, enquanto nos países desenvolvidos esse percentual é de pelo menos 60%. Com isso, nossas empresas continuam sendo pouco inovadoras e vêm perdendo competitividade.”

A afirmação pode ser comprovada pelo baixo número de patentes registradas por empresas brasileiras. “Somos o 27º país no mundo na produção de patentes, atrás de Cingapura, que tem apenas 4 milhões de habitantes”, disse Chaves. “Enquanto nos países mais inovadores as empresas respondem por pelo menos dois terços dos gastos em P&D, no Brasil sua contribuição é de apenas 36% do total. O Governo está atento a esse grave cenário, e a SBF contribuirá com propostas de solução e com seu próprio esforço.”

Para ele, além de ações governamentais diversas – renúncias fiscais, incentivos à internalização de tecnologia para empresas estrangeiras, encomendas tecnológicas e até mesmo a atuação direta do Estado no desenvolvimento tecnológico –, são necessários também aprimoramentos na educação. “Para adaptar ao mercado empregador, temos formado poucos cientistas aptos para atuar em empresas e poucos engenheiros pesquisadores”, explicou. “Mais de metade de nossos físicos é teórica, enquanto no mundo desenvolvido pelo menos dois terços dos físicos são experimentais. Temos de aumentar o número de físicos experimentais, sem reduzir a formação de físicos teóricos.”

De acordo com Chaves, a SBF também lutará pela expansão e modernização da infra-estrutura de pesquisa científica e tecnológica País e buscará maior aproximação com outras associações científicas para um esforço cooperativo e um diálogo construtivo com o Governo. Além disso, dará grande atenção à Olimpíadas Brasileira de Física (OBF), da qual em 2006 participaram 70 mil estudantes do ensino médio.

Além de Chaves, fazem parte da nova diretoria, que terá um mandato de dois anos, Paulo Murilo Castro de Oliveira, da Universidade Federal Fluminense (UFF), Gastão Inácio Krein, da Universidade Estadual Paulista (Unesp), Elizabeth Andreoli de Oliveira, da Universidade de São Paulo (USP), José David V. Vianna, da Universidade Federal da Bahia (UFBA), e Nilson Marcos Dias Garcia, da Universidade Tecnológica Federal do Paraná (UTFPR).

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