Brasil encerra 2010 com déficit histórico de 70,9 bilhões em manufaturados

O saldo negativo se deve ao forte aumento das importações e ao fraco desempenho das exportações do setor de manufatura.

O comércio exterior brasileiro fechou 2010 com déficit histórico de US$ 70,9 bilhões em manufaturas, valor 95% superior em relação ao ano passado, quando o saldo foi de US$ 36,5 bilhões negativos.

Conforme análise do Departamento de Relações Internacionais e Comércio Exterior (Derex) da Fiesp, o saldo negativo em bens manufaturados é resultado do crescimento das importações deste setor em 45%, contra expansão de apenas 18% das exportações.

No entanto, em dezembro passado, o superavit comercial do País fechou em US$ 5,4 bilhões – o maior da história para o período. Este valor superou em mais de duas vezes o saldo do mesmo mês de 2009, o que assegurou US$ 20,4 bilhões de superávit para 2010.

O desempenho garantiu ao governo ultrapassar a meta de exportações estipulada em US$ 195 bilhões e encerrou o ano com US$ 201,9 bilhões, um crescimento de 32% em relação a 2009.

A Fiesp explica que este saldo (US$ 20,4 bilhões) foi sustentado pela alta dos preços internacionais de produtos como minério, petróleo bruto e açúcar. O aumento de preços destes três produtos em 2010 garantiu crescimento das exportações em 118%, 74% e 56%, respectivamente em relação a 2009.

Crescimento das importações - As importações totais do País apresentaram um crescimento vertiginoso de 42%, com destaque para Índia, com aumento de 94%, e China, com 61%. Os Estados Unidos ainda lideram as importações brasileiras, com US$ 27 bilhões.

No âmbito do Mercosul, o superavit brasileiro com a Argentina cresceu 172%. Após 2009 ter sido marcado pela introdução de medidas de proteção comercial por parte de Buenos Aires, em 2010 as exportações do Brasil à Argentina voltaram a crescer e o superávit comercial passou de US$ 1,5 bilhão para US$ 4,1 bilhões. | www,fiesp.org.br