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18/01/2011 - 10:36

De Escritores, Fantasmas e Mortos


Nas primeiras décadas do século XX, Paris era uma festa. A fama e o apelido vieram principalmente pela numerosa quantidade de artistas e, principalmente, escritores norte-americanos que foram morar em Paris, aproveitando-se do baixo custo de vida e da atmosfera inspiradora da cidade. O apelido foi merecido à atmosfera hedonista, embalada pelo vinho bom, barato e noitadas protagonizadas por celebridades internacionais.

Um século depois, a mesma cidade já não é uma festa, mas ainda guarda a mesma vocação literária, inspiradora e romântica, de tempos atrás. É justamente essa atmosfera que o escritor Paul Lodd, 59, retrata com tanta maestria em seu romance de estréia “De Escritores, Fantasmas e Mortos”. O livro se passa em sua maior parte pelas ruas do bairro latino Quartier Latin, com suas pequenas vielas e bistrôs, e caminhando por elas, o protagonista do romance encontra fantasmas literários que socorrem seus momentos de crise criativa.

O personagem Jean-Pierre repete uma rotina diária à procura de inspiração e, nessa trajetória, se envolve com outros personagens. Uma linda mulher e um intricado relacionamento com um amigo norte-americano parecem montar um quebra-cabeça que formam as bases de um enredo misterioso e um tanto fantástico. Em outro plano, numa composição clássica de “livro do livro”, Jerome é o autor dessa história à busca de um desfecho grandioso. Nessa procura, ocorre um paralelismo entre criatura e criador, resultando num final dramático, como conclusão de um mistério muito bem articulado: “Procurei dar vida aos personagens a partir da minha própria experiência como escritor”, diz Lodd.

O domínio da linguagem, com traço claramente maduros e personagem com traços psicológicos marcantes, Lodd é um autor com grande talento narrativo que, apesar de brasileiro, viveu boa parte dos seus 59 anos em viagens internacionais ministrando cursos relacionados à saúde da medicina, sua especialidade. Em Paris encontrou um lar, depois de aposentado, passou a se dedicar a leituras e a um intenso exercício de observação de situações, personagens, comportamentos: “Sempre estabeleci uma troca sensorial muito grande com meu ambiente”, explica, justificando a sua capacidade de reproduzir com tanta fidelidade o estilo de vida parisiense, um pouco “à maneira de Proust”.

Mas essa não é a única proposta de seu romance. Ao contrário, Lodd tece uma intrincada rede de fatos e personagens que parecem nunca organizar-se o suficiente para definir um roteiro tradicional. E são apenas nas últimas páginas, após uma leitura envolvente, é que o quebra cabeças se desfaz num desfecho inteligente que justifica plenamente o mistério de todo o romance.

Lodd é um escritor com muitos planos e grande produtividade intelectual: “Quero fazer uma carreira também fora do país”, diz ele. Em breve, o mercado literário verá mais um novo título de sua lavra e, possivelmente, não apenas no Brasil. Seus temas internacionais, plenos de um romantismo pós-moderno que resgata nobres valores literários, aguçam a curiosidade e o interesse não só de editores nacionais, mas também europeus. Nada mais justo: Lodd é um escritor global e seu livro de estréia é a mais plena comprovação dessa vocação.

Paul Lodd: Nascido em 11 de junho de 1951 no Rio de Janeiro, desenvolveu seu projeto de Pós-Doutorado no Departamento de Clínica Médica da Faculdade de Medicina da Universidade Federal do Rio de Janeiro (1997), com bolsa da FAPERJ. Concluiu o Doutorado na Faculdade de Medicina da Universidade de Buenos Aires (1991) .Terminou todos os créditos do mestrado em Anatomia Humana, na UFRJ em 1983 (dissertação de tese apresentada no exterior) e possui cursos de especialização e aperfeiçoamento, respectivamente em Metodologia do Ensino Superior (UFRRJ-1982) e Ergonomia (Fundación Mapfre-Espanha-1991). Foi, entre 1975 e 1979, professor colaborador da UFRJ e se aposentou como professor Associado, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, onde lecionou e pesquisou por trinta anos. A partir de 1997 passou a escrever crônicas para uma Revista da área de Saúde.

Foi consultor, contratado, do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento, exercendo, de 1992 a 1994, a função de coordenador de Biomecânica no Projeto BRA/92/006. Foi o responsável pela criação do Laboratório de Biomecânica do Núcleo de Ciências da Atividade Física-NUICAF, Ministério da Aeronáutica, exercendo a sua coordenação no período de 1993 a 1995. Recebeu, em 1999, do Simpósio Internacional de Dor o prêmio TRB Pharma, pelo melhor de trabalho de pesquisa apresentado sobre a dor. Foi orientador de teses do curso de Doutorado da Faculdade de Medicina da "Universidad de Buenos Aires"-UBA , recomendado pelo orgão similar à CAPES, com nota 6. Ministrou dois mil oitocentos e sessenta cursos e conferências em diversas universidades do : Brasil, Argentina, Espanha, Portugal, Venezuela, Uruguai e Chile

Editora: Livre Expressão | 168 páginas | Formato 14x21 cm | ISBN 978-85-7984-088-3

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