Nardini reforça ação social e envia ajuda a desabrigados das enchentes da Região Serrana do Rio

As chuvas que castigaram as cidades serranas do estado fluminense e provocaram centenas de mortes mobilizam empresas como a Nardini para a doação de produtos de primeira necessidade.

Nos pátios de uma das maiores fabricantes nacionais de máquinas-ferramenta do país, a Nardini, funcionários preparam o carregamento de um caminhão, cujo conteúdo se difere do que habitualmente é despachado. A comoção dos últimos dias com o panorama de destruição causado pelas chuvas que castigam as cidades serranas do Rio desperta a iniciativa da empresa que busca, de alguma forma, ajudar as famílias que perderam tudo na catástrofe.

“As empresas têm adotado, cada vez mais, ações socialmente responsáveis e é desse dever, além da comoção que tem nos sensibilizado e a todo o país, que resulta o estímulo para parar um pouco nossas tarefas e praticar a solidariedade”, afirma o diretor da Nardini, Renato Franchi. Para ele, em momentos como esse, é preciso que as empresas valham-se de sua organização, no que diz respeito a sua frota e seus funcionários, para o envio de doações.

Em todas as regiões, já foram criados centenas de pontos de coleta para arrecadar alimentos não perecíveis, água potável, itens de higiene, entre outros artigos de primeira necessidade, e ainda que a ajuda individual seja importante, a participação das empresas é crucial, já que podem contribuir com mais volume.

“Diante de uma tragédia como essa, é o mínimo que podemos fazer”, ressalta Franchi. “Esse é um compromisso de toda a sociedade. Ontem ainda assistia uma reportagem e nela falava-se sobre a doação de uma empresa de colchões, exemplo que pode, perfeitamente, ser seguido por empresas do setor alimentício, de água, têxteis”.

O caminhão levando alimentos, água e itens de higiene às cidades da região serrana do Rio deixa o pátio da indústria paulista nesta terça-feira.

Perfil da Nardini - Um dos maiores fabricantes do mercado nacional de máquinas-ferramenta, a Indústrias Nardini começou sua história em 1908, no município de Americana, interior de São Paulo, como uma pequena oficina, na qual eram produzidos utensílios agrícolas simples como tesouras, foices, ferraduras e facões. Mais tarde passou a fabricar implementos agrícolas movidos à tração animal, como arados, carpideiras e adubadeiras. Porém foi durante a II Guerra que a empresa descobriu sua real vocação e iniciou a produção de máquinas-ferramenta para atender a forte demanda do mercado interno na época.

Durante sua história, estreitamente ligada ao desenvolvimento industrial no Brasil, enfrentou alguns períodos de turbulência. Em meados da década de 90, uma crise fez com que a empresa fechasse as portas por seis meses. Mas a partir de 1997, uma nova gestão liderada por Renato Franchi (atual presidente) deu nova vida à Nardini, que hoje consolidou-se novamente como um dos maiores fabricantes de máquinas-ferramenta do país.

Dentre os principais produtos fabricados pela Nardini estão tornos universais e fresadoras de médio e grande portes, eletrônicos (CNC) e convencionais, além de máquinas injetoras de plástico de alta tecnologia por meio da Sandretto do Brasil Ltda., adquirida em 2007 pela Nardini. Com isso, a empresa emprega atualmente cerca de mil funcionários.

Além de ser um exemplo por sua história centenária, a Nardini também é referência em questão de responsabilidade sócio-ambiental. Em 2006, investiu R$ 10 milhões na aquisição de fornos elétricos com baixo índice de poluição para a fundição. Já em 2007, doou todo o maquinário para a criação de uma unidade do Senai na cidade de Sumaré, no interior de São Paulo, incentivando a difusão tecnológica e formação de mão-de-obra especializada. Em julho de 2008 inaugurou em Americana (SP) uma creche que atende gratuitamente 50 crianças da comunidade local, na faixa etária de quatro meses a quatro anos, filhos de famílias de baixa renda.