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08/02/2011 - 09:56

Dilma, ainda recolhida diante dos principais desafios, capricha na pontaria

Empresários devem aproveitar a temporada para arrumar a casa e refinar a estratégia. Em ambiente competitivo, a sobrevivência depende de equipe entrosada e gestão eficiente.

A mídia tem repetido que a presidente Dilma tem diante de si vários desafios. Os mais evidentes são a inflação subindo, as contas externas em acelerada deterioração e a falta de caixa para pagar os juros da dívida pública.

Os caminhos que se abrem à frente da presidente para atacar os desafios são muitos. No regime militar baixavam-se os pacotes, tantos eram os remédios. Na redemocratização, vieram os planos, todos candidatos à notoriedade, pelos nomes que carregavam.Tanto os pacotes como os planos foram dolorosos exercícios educacionais: nossos líderes políticos e acadêmicos aprenderam que era necessária melhor pontaria.

As poucas notícias sobre a presidente Dilma, desde sua posse - um bem-vindo alívio para ouvidos e olhos cansados -, permite intuir que ela está recolhida com a equipe, discutindo como corrigir as distorções criadas pela procrastinação.

Mas não há nuvens negras no horizonte para o empresário. Ao contrário do que ocorria no passado, a economia brasileira conquistou, desde Itamar, uma formidável força própria – uma grande “inércia”, como dizem os engenheiros – que impede movimentos bruscos.

Um bom exemplo de mudança estrutural são os movimentos migratórios e renda: segundo o IBGE, mais de 400 mil nordestinos voltaram aos seus estados natais nos últimos anos, conforme a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (PNAD), de 2007. Não obstante haver mais gente trabalhando na região nordeste, o salário médio do trabalhador nordestino subiu expressivamente em relação ao do trabalhador de São Paulo, como é revelado pela Pesquisa Mensal de Emprego. Exemplificando com o caso de Salvador (BA), o salário médio do trabalhador passou, entre 2003 e 2010, de 69% para 76% em relação ao de São Paulo.

Outra conquista está demonstrada pelo setor industrial que, para conseguir atender a demanda do consumidor, vem utilizando a capacidade instalada em níveis históricas, em quase todos os segmentos. Tomando o mercado de veículos como exemplo, que movimenta a cadeia de suprimento mais robusta da nação, segundo dados da Associação Nacional de Fabricantes de Veículos (ANFAVEA), o licenciamento de veículos novos subiu de 1,3 milhão no ano 2000 para 3,5 milhões em 2010, o que equivale a um crescimento anual médio superior a 10%. Não obstante esse desempenho “asiático”, o presidente mundial da Fiat – ao comentar, no Salão de Detroit, a decisão de instalar a nova fábrica no Recife, fato que desgostou o governo mineiro –, previu que a produção de veículos no Brasil alcançará 4,6 milhões até 2015. É sabido que a indústria automobilística demanda insumos em volume inigualável, permitindo inferir que as subcadeias de suprimento de ferramentas e componentes plásticos, metalúrgicos, elétrico-eletrônicos, têxteis etc. se encontrem numa agitação sem precedentes, desarticulável apenas com um expressivo ônus político.

O espaço conquistado pelo campo é conhecido. Basta lembrar que as exportações do agronegócio cresceram em média 14% ao ano nos últimos 10 anos, segundo o Ministério da Agricultura. Não obstante essa façanha sem precedentes, a FAO, agência da ONU para Alimentação e Agricultura, prevê um crescimento contínuo da demanda mundial por alimentos nas próximas décadas, porque as pessoas que passaram a comer não abrirão mão desse direito adquirido. Dessa forma, é razoável supor que o céu que paira sobre o campo brasileiro está desanuviado.

Muitos analistas insinuam que a presidente Dilma esfriará a economia. Devagar, ela capricha na escolha de alvos e na pontaria. As distorções graves estão em outros setores. Por seu turno, os empresários devem aproveitar a temporada para arrumar a casa e refinar a estratégia. Em ambiente competitivo, a sobrevivência depende de uma equipe entrosada e gestão eficiente.

. Por: Valdivo Begali, mestre em Administração e possui cursos de especialização em Planejamento Estratégico nas Universidades Columbia e Michigan State, dos EUA. Trabalhou, antes de ser consultor, em grandes companhias, no Brasil e no exterior. É membro da Association for Strategic Planning de Los Angeles. Atua como consultor em gestão empresarial há dez anos. É Coach Certificado pelo ICI e autor do livro “Trabalho de Equipe – Como Revolucionar Sua Empresa”, Juruá Editora, Curitiba (PR). | www.ciadeplanejamento.com.br.

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