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Olimpíadas Escolares: Um formador de campeões revela seus segredos em Poços de Caldas

Poços de Caldas(MG)- Técnico de Marílson dos Santos, que no dia 5 de novembro se tornou o primeiro sul-americano a vencer a Maratona de Nova York (EUA), e uma das maiores referências do Atletismo brasileiro, Adauto Domingues é pragmático na análise da importância de uma competição para cada atleta. Se a vitória de seu pupilo na maratona mais badalada do mundo foi surpreendente para muitos, para ele foi apenas o reflexo da dedicação total a esse objetivo. Dono de duas medalhas Pan-Americanas, Adauto aplica o mesmo raciocínio às Olimpíadas Escolares JEBs 2006: para o treinador, as competições estudantis têm que ser encaradas como a competição da vida dos alunos de 12 a 14 anos que até o dia 26 de novembro brigam por medalhas em Poços de Caldas.

Adauto, que não chegou a disputar nenhuma edição dos antigos Jogos Estudantis Brasileiros, lembra que em sua infância o evento já era considerado o mais importante do calendário para os jovens atletas. "Eu nunca consegui participar porque não tinha um sistema de treinamento. Eu corria bem, mas como só puxava as provas e perdia no fim, nunca me classificava. Era o sonho de qualquer atleta estar lá competindo", recorda o treinador. "Esses meninos têm que encarar as Olimpíadas como a competição da vida deles. Pode ser que daqui a um tempo elas não sejam, que eles cheguem a conquistas ainda maiores. Mas hoje eles têm que enxergar esse evento como o seu maior alvo".

Para o técnico, com a infra-estrutura atual das Olimpíadas e as possibilidades que a competição proporciona aos atletas o Brasil se equipara a países que são potências do esporte. "No mundo todo você tem exemplos de que a iniciação acontece na escola, é onde tudo começa. No Brasil, por falta de uma política que unisse esporte e educação, isso não acontecia. Felizmente isso está mudando. Essa competição é um pontapé inicial muito importante", diz Adauto, um dia antes do início das disputas de Atletismo nas Olimpíadas Escolares - 12 a 14 anos.

Palavra de quem entende de descoberta e iniciação de atletas. Adauto lida com jovens que nunca tiveram contato com o atletismo e segue critérios bem definidos para formar um atleta completo. Embora o biótipo de cada candidato a corredor dê indícios do caminho que ele pode seguir, Adauto trabalha pontos que considera importantes independentemente da especialidade futura: resistência, velocidade, força, flexibilidade e coordenação. Só depois realiza testes para identificar as aptidões específicas do atleta. "Não deve existir uma especialização muito cedo. Uma definição muito precoce pode até limitar um atleta. Por exemplo: mesmo quando pego alguém em quem vejo potencial para ser um fundista, trabalho velocidade da mesma maneira, porque faz parte do pacote e pode até ser um diferencial no futuro".

Treinado por Adauto, Marílson dos Santos é um exemplo de que uma mudança de foco no meio do caminho pode funcionar bem. Bicampeão da Corrida de São Silvestre em 2003 e 2005 e medalhista nos Jogos Pan-Americanos de Santo Domingo-2003 (bronze nos 5.000m e prata nos 10.000m), o fundista tem obtidos resultados expressivos em maratonas. "Em 2003 nós chegamos à conclusão de que nos 10.000m ele seria mais um. Investindo mais em maratonas, em função da estrutura física dele, a história poderia ser diferente", diz Adauto, dispensando a conclusão de que a decisão se provou acertada.

As Olimpíadas Escolares JEBs 2006 - 12 a 14 anos são fruto de uma parceria entre o COB e o Ministério do Esporte, com apoio do Governo de Minas Gerais e da Prefeitura de Poços de Caldas.

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