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09/02/2011 - 08:12

Inflação e Selic devem continuar a subir, diz professor da FGV

De acordo com o professor de macroeconomia da FGV-EESP (Escola de Economia de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), Rogério Mori, a inflação está aumentando por fatores específicos e deve continuar a subir. No dia 08 de fevereiro (terça-feira), o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) divulgou o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo), que apresentou, em janeiro, variação de 0,83%. Em dezembro, o índice ficara em 0,63%. Foi a maior taxa desde abril de 2005.

“A exemplo do que ocorreu no ano passado, as fortes chuvas afetaram a produção e o abastecimento de vários produtos agrícolas, o que tem provocado uma alta de vários itens nos últimos meses. Além disso, o resultado de janeiro também foi influenciado pela alta do grupo transportes, refletindo o aumento das tarifas de ônibus urbanos em várias regiões. Esses dois grupos foram responsáveis por 0,56 ponto percentual da alta de 0,83% verificada no IPCA de janeiro”, destaca Mori.

Para os próximos meses, Mori acredita que haverá alta na inflação, mas de menor intensidade: “A inflação medida pelo IPCA deverá permanecer pressionada no primeiro trimestre, embora os efeitos da alta do grupo alimentação devam se dissipar nos próximos meses à medida que a produção e o abastecimento se normalizem. Também é importante mencionar que o grupo educação deverá registrar alta um pouco mais robusta em fevereiro por conta da sazonalidade dos reajustes de matrículas e mensalidades escolares (em fevereiro de 2010, a alta de preços desse grupo foi de 4,53%). No entanto, é bem provável que a inflação apresente resultados melhores a partir do primeiro trimestre. Os preços dos alimentos devem recuar mais adiante, e as pressões inflacionárias tendem a ser um pouco menos intensas”, destaca o professor Mori.

Segundo o professor, para conter a inflação o governo deverá elevar a Selic. “Não há muito que o governo possa fazer em relação aos choques adversos de curto prazo ou a sazonalidades específicas. No entanto, o patamar da inflação brasileira é relativamente alto e instrumentos de política monetária e política fiscal deverão ser utilizados nesse processo de ajuste. Do lado monetário, é bem provável que sejam verificadas novas altas da meta da taxa básica de juros - Selic (provavelmente, deve aumentar 0,5 p.p em março). Além disso, não devem ser descartadas novas medidas de cunho monetário (como compulsórios) ou de crédito, caso o Banco Central julgue ser adequado conter a expansão da oferta. Por fim, do lado fiscal, seria muito bem vindo um conjunto de medidas no sentido de conter a expansão de gastos públicos e, com isso, evitar pressões de demanda agregada que viriam a se refletir em preços mais adiante”, finaliza Mori.

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