Professor da FGV recomenda investimento em infraestrutura

E ajustes fiscais para que a indústria cresça acima dos dois dígito.

Ao analisar o crescimento industrial no ano passado, divulgado no dia 09 de fevereiro (quarta-feira),pela pesquisa do IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) sobre Produção Industrial em 2010, o professor de economia da FGV-EAESP (Escola de Administração de Empresas de São Paulo da Fundação Getulio Vargas), Evaldo Alves, disse que não é impossível obter um crescimento de dois dígitos na indústria brasileira, este ano, mas, para isso, o País precisaria fazer alguns “deveres de casa”, nas disciplinas infraestrutura e equilíbrio fiscal.

“O Brasil tem potencial para crescimento muito robusto, no entanto, enfrentaremos vários pontos de estrangulamento, sendo o da infraestrutura um dos principais. A crise internacional abriu possibilidades de crescimento muito grande para os países emergentes, mas temos limitações. Como, por exemplo, o déficit público, que deverá ser administrado pelo governo para que gastos muito acima da arrecadação não se transformem em recursos sem cobertura tributária, gerando, portanto, pressões inflacionárias”, explica o professor.

De acordo com a pesquisa do IBGE, em 2010, a indústria brasileira apresentou alta em todos os 14 locais pesquisados, destacando-se como fatores propulsores desse crescimento a demanda interna por bens de consumo duráveis, como automóveis, eletroeletrônicos e equipamentos de comunicação.

“O Espírito Santo apresentou um crescimento de 22,3% porque investiu mais em portos e o Amazonas (16,3%), pois conta com sistema de transportes naturais, como rios. Ainda no âmbito da infraestrutura, não podemos esquecer o item energia, que também está no seu limite de utilização, e que vai ver aumentar os riscos de apagões, caso a economia cresça um pouco mais do que os níveis atuais”, ressalta Alves.