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10/02/2011 - 10:02

Brasil se destaca no segmento de cosméticos orgânicos

O crescimento do segmento de cosméticos orgânicos tem se fortalecido pela procura de produtos que sejam derivados de práticas sustentáveis, de utilização de insumos de origem extrativistas com princípios ativos naturais e de alimentos saudáveis, preocupação com os efeitos gerados ao meio ambiente e ao ser humano. O crescimento no mercado mundial tem se refletido no Brasil: as vendas globais de cosméticos orgânicos e naturais atingiram mais de US$7 bilhões (dados de 2007 - Organic Monitor).

O maior responsável por este crescimento é a demanda dos consumidores por produtos menos prejudiciais a saúde, menos impactantes ao meio ambiente e do maior benefício a quem produz. O resultado é a inclusão do segmento de orgânicos e naturais na cadeia de comercialização das grandes redes de distribuição.

O orgânico, hoje, não representa mais a simples ideia e a concepção de comprar um produto sem agrotóxico, mas ressalta os conceitos e atributos para outras práticas como: comércio justo, respeito ao trabalhador e ao meio ambiente. Os orgânicos ampliam a atuação, principalmente nas linhas de produtos de uso pessoal, de limpeza, têxteis e cosméticos.

No caso específico da indústria de cosméticos e bens de higiene pessoais, o grande fator está no uso de produtos convencionais com ingredientes de base petroquímicas e outros princípios ativos, que quando aplicados em demasia podem cometer danos à saúde, como irritações, alergias e até câncer na pele; como também causar danos ao meio ambiente.

Em contrapartida, o produto orgânico é fabricado com o melhor da natureza e é a opção que vem sendo adotada pela maioria dos consumidores mais conscientes, em países de maior poder aquisitivo, e começa a ser usado pela camada da classe intermediária, que investe na saúde e qualidade de vida.

Apesar de ser um segmento novo, ainda existem dúvidas e ceticismo no que diz respeito a credibilidade desses produtos, das certificações que se apresentam e definições para a sua classificação. Debates nos mercados já estabelecidos, como o norte-americano e europeu, são intensos e toda a cadeia ainda procura informações para fugir do apelo comercial e se ajustar as regulamentações para os produtos inovadores.

Na Europa, a Alemanha é um dos países que adota uma regulamentação para os cosméticos naturais, e no segmento de orgânicos outros países como o Reino Unido (Soil Association), Itália (AIAB) e França (Ecocert) já têm adotado uma regulamentação específica baseada em certificadoras privadas para os cosméticos orgânicos. O órgão americano USDA tem trabalhado para uma regulamentação própria.

No Brasil, empresas como Florestas, Surya e Arte dos Aromas fabricam produtos orgânicos para o consumidor final; já outras como a Beraca, Terramater e MN Própolis, atendem o segmento de insumos para este setor.

No campo dos naturais, o desenvolvimento tem sido maior com empresas nacionais de porte, como Natura e Boticário, que adotam insumos orgânicos como conclusão dos resultados de pesquisas de produtos próprios, disputando com as grandes multinacionais no mercado. Muitas vezes, por falta de uma regulamentação, o termo ‘natural’ ou ecológico acaba sendo utilizado como um apelo puramente comercial.

O desenvolvimento de produtos inovadores é a chave para o sucesso. A adoção de padrões das certificadoras internacionais, a demanda por produtos com ingredientes naturais e de princípios ativos únicos.

O Brasil tem tido a oportunidade de ser um pólo de desenvolvimento como fornecedor desse segmento mundial, com extratos de óleos de andiroba, muru-muru, buriti e outros, que são os grandes apelos para este mercado. Temos de potencializar essa demanda, não apenas como fornecedores de matéria primas, mas com produtos acabados.

Produtos das empresas brasileiras Surya e Florestas podem ser encontrados em grandes redes americanas, como a Whole Foods e Body Shop; na Europa, nas lojas da rede Casino e Carrefour, e no Japão na Takashimaya. Essas lojas fazem o grande papel de divulgadoras e distribuidoras de cosméticos orgânicos e mostram o que Brasil tem por natureza.

. Por: Ming Liu, coordenador executivo do Projeto Organics Brasil, administrador de empresas formado pela FGV-SP e mestre em agronegócio em grãos pela Kansas State University.

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