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18/07/2007 - 09:10

Lições da história

Neste momento em que o governo brasileiro acaba de lançar o Plano de Desenvolvimento da Educação (PDE), com investimentos previstos de oito bilhões de reais até 2010, é pertinente recorrer a casos internacionais de programas eficazes nesse campo, para constatar o quanto o ensino de qualidade interfere positivamente na história. Sem dúvida, este foi um dos fatores que mais impulsionou as nações européias e o Japão e, mais recentemente, países como China e Coréia do Sul. O exemplo mais emblemático é o dos Estados Unidos, cuja economia representa um terço do PIB mundial.

No Século 19, em plena guerra de secessão, o presidente Abraham Lincoln sancionou o Ato da Terra, em 1862. A lei cedeu aos Estados grandes lotes, a serem vendidos com o intuito de gerar receitas para investimentos em colégios de agricultura e artes mecânicas. Estes converteram-se no Sistema Universitário de Educação Pública. Como resultado desta e de outra lei de Lincoln — a que transferiu pequenas propriedades agrícolas às famílias —, a economia dos Estados Unidos já era a maior do mundo 80 anos após a morte do presidente.

A indústria gráfica, como nenhuma outra, considerando-se os seus produtos (como embalagens, impressos comerciais, livros, revistas, jornais, manuais de automóveis e eletrônicos e talões de cheque etc), permite aferir com clareza a performance de uma economia. Pois bem, o faturamento do setor nos Estados Unidos foi de U$ 165,47 bilhões em 2005. São 39.710 empresas, que empregam 1,8 milhão de pessoas. Dados da Abigraf (Associação Brasileira da Indústria Gráfica) demonstram que a receita de vendas do setor no Brasil, em 2005 foi de US$ 7,14 bilhões e, em 2006, US$ 7,57 bilhões, algo em torno de 3,78% do PIB da indústria de transformação e apenas 0,82% do nacional.

A comparação com a indústria gráfica norte-americana pode parecer excessivamente desproporcional. Contudo, outros indicadores demonstram que a demanda de produtos gráficos no Brasil está aquém até mesmo da verificada em outras nações emergentes. O consumo per capita de papéis no País atingiu 41,1 quilo por habitante/ano em 2006, ante média mundial de 56,3 e atrás dos Estados Unidos (300,6), Japão (246), Alemanha (232), Chile (68), México (57) e Argentina (50). No tocante especificamente aos papéis para escrever e imprimir, o Brasil também apresenta demanda menor do que outros países latino-americanos. Dados da Bracelpa (Associação Brasileira de Celulose e Papel) mostram que o consumo per capita brasileiro nesse segmento é de 10 quilos anuais. Na Argentina, 11,5; no Chile, 19,5; e no Uruguai, 13,8.

As estatísticas do setor gráfico enfatizam que uma das barreiras ao crescimento mais substantivo da economia brasileira é a baixa qualidade do ensino regular público e o caráter incipiente da educação profissional. Não há dúvida de que vencendo esse desafio, o País deverá tornar-se globalmente mais competitivo, ampliar a sua base de consumidores e, portanto, melhorar o seu índice de inclusão social. O País tem 190 milhões de habitantes, mas somente cerca de 33%, ou 63 milhões de pessoas, podem ser considerados consumidores, de acordo com critérios do Programa de Meio Ambiente das Nações Unidas (poder de compra superior a sete mil dólares por ano).

A Educação Infantil e o Ensino Fundamental e Médio de mais qualidade preparariam maior número de brasileiros, de modo mais universal e democrático, para cursar boas universidades e desenvolver melhores carreiras profissionais. A ampliação do acesso à educação profissional, por outro lado, possibilitaria que milhares de jovens já tivessem excelentes condições de empregabilidade antes mesmo de cursar o Terceiro Grau. Exemplo de como o conhecimento técnico abre portas e melhora o nível salarial é a Heidelberg Print Media Academy de São Paulo, na Escola Senai Theobaldo De Nigris, uma das 14 que a Heidelberg, maior fabricante de equipamentos para a industria gráfica, mantém em todo o mundo, contribuindo para a qualificação de alunos e profissionais de empresas gráficas.

É de apenas 7,2 anos o período médio de estudo dos trabalhadores brasileiros adultos. No mercado de trabalho, o salário para esses profissionais com baixa qualificação gira em torno de 733 reais mensais, menos de cinco mil dólares por ano, ou seja, abaixo da classificação internacional como consumidor. Assim, é imprescindível mudar essa realidade! Em tempo: 49 historiadores e cientistas políticos, criteriosamente selecionados, avaliaram, em 1982, o desempenho dos presidentes dos Estados Unidos. O primeiro colocado foi Abraham Lincoln...

. Por: Dieter Brandt, diretor da Afeigraf (Associação dos Agentes de Fornecedores de Equipamentos e Insumos para a Indústria Gráfica) e presidente da Heidelberg para a América do Sul.

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