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15/02/2011 - 09:45

Dia Internacional da Mulher: preconceito contra a maternidade é motivo de celebração?

08 de Março- Dia Internacional da Mulher.

Quando falamos em mercado de trabalho e igualdade de oportunidades entre homens e mulheres, ainda precisamos mencionar que os empregados enfrentam uma mesma dificuldade global: o preconceito contra a maternidade.

Mother’s Day?, recente pesquisa publicada pela consultoria Regus, revela que a proporção de empresas que pretendem contratar mais mães que trabalham caiu em cerca de um quinto, comparado com o mesmo período do ano passado. Comparado a um ano atrás, quando 44% das empresas planejavam contratar mães que trabalham, apenas 36% pretendem fazê-lo em 2011.

Essas estatísticas preocupam, uma vez que, de um modo geral, as estimativas de contratações no fim de ano costumam ser favoráveis nessa época de acelerada da economia global. No Brasil, onde 57% das empresas pretendem aumentar seu pessoal, essa tendência é ainda mais evidente, com somente 38% das empresas declarando seus planos de contratar mais mulheres com filhos.

Razões para tanto preconceito - Segundo os dados da pesquisa, globalmente, as preocupações por parte dos empregadores com relação à contratação de mulheres com filhos abrangem muitas causas, tais como: . “elas podem mostrar menos comprometimento e flexibilidade do que os demais funcionários (37%)” |.“elas podem deixar o emprego, logo após o treinamento para terem outro filho (33%)” |. “elas podem estar desatualizadas na sua área de atuação (24%)”.

No Brasil, os empregadores estão preocupados principalmente com a possibilidade de elas tirarem licença-maternidade para dar à luz a outro filho (39%) e de estarem desatualizadas profissionalmente (29%).

No fundo, os dados revelam um grande despreparo empresarial global. É mais do que tempo de adotarmos políticas de trabalho que levem em conta os prejuízos para os negócios ocasionados pela saída do mercado de trabalho de mulheres com alto nível educacional que optam por ter uma família.

Perdas pessoais - Com mais de duas décadas de atuação no campo da reprodução humana, costumo me deparar com uma realidade triste. Quando chegam à meia-idade, cerca de 30% a 50% das mulheres com uma carreira bem-sucedida nunca passaram pela maternidade. Trata-se de um segredo doloroso e muito bem guardado.

Essas mulheres, porém, não optaram por essa condição. A grande maioria quer muito ter filhos. Há mesmo mulheres que fizeram tudo o que estava ao seu alcance para engravidar: sujeitaram-se a procedimentos médicos complexos, gastaram o que podiam e até arruinaram suas carreiras, muitas vezes, em vão, visto que tais esforços são despendidos, em geral, tarde demais. A típica mulher de meia-idade realizada profissionalmente não chega a essa condição por opção, e sim porque, a contragosto, viu-se sem outra saída.

Por que uma coisa tão antiga como ter filhos tornou-se tão complicada para mulheres com alto grau de eficiência profissional?

Quando se fala em carreira e paternidade, os profissionais bem-sucedidos não têm de lidar com nenhum tipo de opção muito difícil. De modo geral, quanto mais realizado o homem, maior é a probabilidade de que se case e tenha filhos. Com as mulheres ocorre o inverso.

As mulheres pagam um preço maior pela ascensão profissional porque os primeiros anos de ascensão profissional se sobrepõem, quase que exatamente, aos anos mais apropriados para a maternidade. É difícil diminuir o ritmo nos estágios iniciais, acreditando que mais tarde será possível compensar o atraso.

Carreira e família- O fato de que tantas profissionais sejam forçadas a descartar a maternidade é uma injustiça flagrante, além de afetar significativamente os negócios em todo o mundo. Se grande parte das mulheres que insiste em seguir carreira fica impedida de constituir família, outra parte igualmente grande e que opta pela família é obrigada a encerrar a carreira.

Diversas pesquisas no campo dos recursos humanos já apontaram que as mulheres se sentem mais felizes quando têm uma carreira e uma família ao mesmo tempo. Os filhos são fontes valiosas de amor e companheirismo, evitando a solidão. São “provas vivas da nossa continuidade”. E isto é válido para mulheres e homens.

. Por: Prof. Dr. Joji Ueno, ginecologista, diretor da Clínica GERA. | Site: www.clinicagera.com.br

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