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17/02/2011 - 11:02

Tereos Internacional atinge lucro líquido de R$143 milhões


Comparado a R$14 milhões no 3T09/10.

Destaca-se a receita líquida total de R$1,6 bilhão, +31,3% em base anual+47,7% em moeda constante, o Ebitda Ajustado: R$260 milhões, +28,2% em base anual +34,7% em moeda constante, lucro líquido: R$143 milhões comparado a R$14 milhões no 3T 2009/10, Ebitda ajustado do segmento Cana-de-Açúcar aumentou 94,5% para R$195 milhões: Os resultados do 3T 2010/11 foram beneficiados pelas aquisições recentes nas atividades de cana-de-açúcar no Brasil e na Ilha da Reunião, assim como pela alta dos preços do açúcar e do etanol, receita do segmento de Cereais aumentou 7,9% em moeda constante: Receita de amido na Europa aumentou 14,4% em moeda constante, beneficiada pelas primeiras contribuições dos novos contratos, assim como por melhores preços de co-produtos, apesar de um ambiente ainda desafiador.

Alexis Duval, CEO, comentou o desempenho da companhia: “Nossas operações apresentaram resultados recordes, estimulados por sólida produção em todos os segmentos, impulsionados pelo aumento da capacidade das novas unidades e instalações existentes, assim como pela contribuição das aquisições recentes. As operações de cana-de-açúcar no Brasil alcançaram significativa alavancagem operacional no período, e nosso desempenho no Oceano Índicoinclui a bem-sucedida integração das atividades do Quartier Français na Ilha da Reunião.”“Apesar dos efeitos prolongados dos altos custos de energia e matéria-prima, além da parada programada de três semanas para manutenção em nossa destilaria de etanol em Lillebonne, as operações de amido apresentaram crescimento da receita em moeda constante, o qual teve crescimento de 14,4% em base anual e em moeda constante.”

Em relação ao futuro, o Sr. Duval afirmou, “Nós estamos satisfeitos por termos concluído a segunda fase do nosso acordo de investimento e por ter agora a Petrobras como acionista direta da Guarani”.

“Eu também gostaria de destacar o recente anúncio do investimento já aprovado para construir uma unidade de processamento de milho para produção de amido e adoçantes no Brasil. O investimento permitirá à Tereos Internacional entrar em um mercado de amido e adoçantes a base de milho de rápido crescimento, dessa forma alavancando nossas posições no Brasil e o know-how de nossas operações de amido na Europa”, citou Sr. Duval.

“Comentários Adicionais de Mercado”.: Açúcar - Os preços estiveram historicamente altos durante o terceiro trimestre, atingindo 34 centavos/lb em meados de dezembro. A média dos preços para o açúcar bruto e para o açúcar branco aumentou, respectivamente, 25,5% e 18,9% em relação a níveis comparáveis do ano anterior. Este momento positivo tem como fundamento previsões de produção menor que a esperada em um cenário de mercado já justo, intensificado por condições climáticas adversas causadas pelos efeitos do fenômeno La Niña, afetando principalmente as safras do Brasil e da Austrália.

Amido - Os preços do trigo permaneceram estáveis em outubro e novembro, mas subiram para mais de €250/ton em dezembro devido às inundações na Austrália assim como os rendimentos abaixo do esperado para o trigo na Argentina. Os altos preços do trigo, a utilização maior de milho pelas destilarias de etanol nos Estados Unidos, as previsões de safra menor de milho nos Estados Unidos e condições climáticas adversas na China contribuíram para a elevação dos preços acima dos €230/ton em dezembro de 2010.

A demanda sustentada de amido e produtos derivados continuou forte na Europa no terceiro trimestre, gerando uma redução menor que a usual na demanda sazonal. Todas as categorias de produtos foram influenciadas positivamente pela sólida demanda por produtos dentre os mais diferentes destinos fins, principalmente dos setores de papel e papelão corrugados, bem como químico e de nutrição infantil.

Etanol/Álcool - Durante o terceiro trimestre, os preços do etanol subiram globalmente devido aos altos preços dos cereais, aumentando as porcentagens obrigatórias de etanol na gasolina impactando em melhor ambiente econômico.

Devido à relação justa entre oferta e demanda, os preços FOB Rotterdam alcançaram €615/m³, conduzindo os preços do etanol na Europa para os níveis mais altos desde 2007/08, em outubro e essa tendência continuou até dezembro. Os preços do álcool na Europa também foram positivamente impactados durante o presente trimestre.

No Brasil, os preços elevados do açúcar incentivaram os produtores a maximizar a alocação da cana-de- açúcar para a produção do açúcar em detrimento ao etanol. Nos Estados Unidos, as destilarias de etanol estiveram trabalhando em plena capacidade para atender à crescente demanda interna. Os preços do etanol no Brasil aumentaram bruscamente devido à relação justa entre oferta e demanda, além da forte demanda doméstica sustentada pelas altas vendas de automóveis flex fuel.

Moagem de Cana-de-açúcar - A moagem de cana-de-açúcar alcançou 4,0 milhões de toneladas no 3º trimestre e 18,7 milhões de toneladas nos nove primeiros meses de 2010/11. No ano safra com início em março de 2010, a Companhia processou 19,7 milhões de toneladas comparado aos 13,8 milhões de toneladas processadas durante a safra anterior. A produção n o trimestre e nos nove meses registrou crescimento de 2,7% e 32,7%, respectivamente, se comparada à moagem do 3º trimestre e dos nove primeiros meses do ano anterior.

As comparações do 3º trimestre foram influenciadas pelas condições climáticas, que no ano passado, estenderam o período de moagem até janeiro; bem como as condições climáticas secas para este ano, quando a safra foi finalizada em meados de dezembro.

54,6% da cana-de-açúcar processada no trimestre foram compradas de terceiros fornecedores, e o restante foi proveniente de canaviais próprios da Companhia ou arrendados por ela. No 3º trimestre do ano fiscal 2010/11, o teor de sacarose da cana-de-açúcar, ATR (Açúcar Total Recuperável), foi de 137 kg/ton, beneficiado pelo clima seco. Para a safra completa, o ATR atingiu 143 kg/ton, ligeiramente acima da média do ATR para o Centro-Sul do Brasil, de 140 kg/ton de canade- açúcar para a safra 2010/11.

Produção-A Companhia continuou a privilegiar o açúcar no seu mix de produção para se beneficiar dos preços e margens potencialmente maiores, ao mesmo tempo em que, com senso de oportunidade, aumentou seus estoques de etanol durante a safra, para aproveitar as tendências favoráveis de preços. 57% do ATR foram utilizados para produzir açúcar no 3º trimestre, pouco acima dos 52,6% do período correspondente no ano passado. Neste total estão incluídos o efeito negativo das aquisições de Vertente e Mandu, que produzem mais etanol, bem como o aumento da capacidade das unidades São José e Cruz Alta, e o início de operação da fábrica de açúcar na unidade Tanabi.

A produção de açúcar no 3º trimestre alcançou 308 mil toneladas, que em base anual reflete um aumento de 21,7%. O açúcar branco e cristal foram responsáveis por 77,9% da produção total no 3º trimestre, queda dos 90,1% no mesmo trimestre do ano anterior por causa da atual produção de açúcar bruto nas unidades recentemente adquiridas. A produção total de açúcar da safra foi de 1.556 mil toneladas, comparada a 946 mil toneladas no último ano.

A produção de etanol no 3º trimestre alcançou 142 mil m3, aumento de 1,4% em volume. O etanol anidro foi responsável por 40,8% da produção deste trimestre. No mesmo período do ano anterior, foi responsável por 25,0%. A produção de etanol total da safra foi de 692 mil m³, comparado aos 470 mil m³ do último ano.

Em 31 de dezembro de 2010, os estoques estavam maiores em base anual:. Os estoques de açúcar somaram 384 mil toneladas, representando 24,7% da produção e 44,4% acima das 266 mil toneladas de açúcar estocadas em 31 de dezembro de 2009. Os estoques de etanol situaram-se em 226 mil m³, representando 32,7% da produção e 40,4% acima dos 161 mil m³ estocados em 31 de dezembro de 2009.

Investimentos: os investimentos no 3º trimestre somaram R$58 milhões, bem acima dos R$14 milhões registrados no terceiro trimestre do ano anterior. A distribuição dos investimentos foi a seguinte:. R$14,0 milhões nas atividades de plantio . R$35,8 milhões em ativo imobilizado, o que inclui investimentos para aumento da capacidade de moagem e de cogeração. .R$8,2 milhões para manutenção.

No Oceano Índico os investimentos no terceiro trimestre somaram R$10 milhões comparados a R$1 milhão no mesmo período do ano anterior, devido ao investimento na aquisição do Quartier Français.

Em Moçambique os investimentos do terceiro trimestre foram de R$1 milhão. Nos primeiros nove meses de 2010/11, os dispêndios de capital somaram R$14 milhões substancialmente destinados para a continuação dos programas de irrigação e plantação.

Para Europa, o setor de etanol teve investimentos no terceiro trimestre de R$4 milhões em comparação aos R$14 milhões do terceiro trimestre do ano anterior. Os investimentos estiveram relacionados principalmente à melhoria da confiabilidade das instalações produtivas e economias de energia.

Para o setor de cereais foram destinados investimentos na ordem de R$45 milhões para o terceiro trimestre de 2010 comparado a uma despesa excepcional de -R$8 milhões no mesmo período de 2009 decorrente de uma reclassificação contábil que ocorreu no segundo trimestre do ano passado. Os investimentos neste período foram alocados principalmente para a otimização das linhas de produção e compra de equipamentos para a unidade de álcool de cereais de Selby.

Recentes desenvolvimentos corporativos: a parceria estratégica da Companhia com a Petrobras está avançando como planejado. Em outubro, a Petrobras Biocombustível exerceu sua opção de aumentar sua participação na Guarani para 26% conforme o Acordo de Investimento que foi firmado em abril de 2010.

Em novembro de 2010, o conselho de administração da Companhia aprovou um projeto de investimento de R$130 milhões para a produção de glúten nas instalações da BENP Lillebonne. Este projeto foi lançado e as primeiras encomendas de equipamentos estão sendo realizadas. Espera-se que, a partir de janeiro de 2012, esta planta seja uma unidade de multiprodutos. A capacidade de produção de etanol a partir da transformação de cereais será mantida, porém haverá a adição da capacidade de produção de glúten para a indústria alimentícia, utilizando a tecnologia e o know-how da Syral.

Em 22 de janeiro de 2011, o conselho de administração indicou o Sr. Alexis Duval como CEO da Tereos Internacional. O Sr. Duval está no Grupo Tereos desde 2002 e passou cinco anos no Brasil, de 2002 a 2007, mais recentemente atuando como CEO da Guarani, companhia aberta predecessora da Tereos Internacional.

Cenário e planos de investimento: em moeda constante, é esperado que os resultados do primeiro semestre de 2011 sejam beneficiados pelos fatores: .Perspectiva positiva para os preços do açúcar e etanol nas operações de cana-de-açúcar no Brasil.

. Melhores margens brutas para as atividades de amido na Europa, à medida que os novos contratos são firmados e a demanda pelo produto segue firme.

.Retorno dos níveis de produção normalizados da unidade Lillebonne - Em uma perspectiva futura, Sr. Duval conclui, “Nossas operações de cana-de-açúcar estão bem posicionadas com fontes sólidas, estrutura industrial eficiente e escala necessária para aumentar sua participação de mercado rentavelmente. Nós temos sólida posição de liderança nas atividades de transformação de cereais na Europa as quais estamos utilizando para desenvolver produtos inovadores e converter nossa unidade de etanol de Lillebonne em uma planta multiprodutos.

“A Tereos Internacional tem um balanço financeiro sólido, o qual provê oportunidades importantes para aceleração do crescimento orgânico e de aquisições na consolidação do agronegócio. O conselho aprovou o nosso plano de investimento para iniciar a unidade de processamento de milho no Brasil, alavancando a força da empresa através da combinação do nosso portfólio de clientes, redes de distribuição e plataforma industrial no Brasil, aliado à expertise européia na transformação de cereais,” afirma Sr. Duval.

Política de risco prudente e uso de instrumentos financeiros: as vendas de contratos de futuros de açúcar e os contratos de swap são hedges de fluxo de caixa (CFH) e, como tais, mudanças em valores justos são contabilizadas no patrimônio líquido. As opções são consideradas transações comerciais e suas variações de valor justo são contabilizadas no demonstrativo de resultados. Em consequência, os impactos no demonstrativo de resultados estão diretamente relacionados às mudanças nos mercados de commodities, que são extremamente voláteis ao longo do ano.

A exposição do Grupo aos derivativos de commodities é mais significativa no terceiro trimestre do presente ano, sobretudo devido às posições tomadas no período de safra. A parte predominante desses derivativos são posições compradas de futuros, uma parte menor é a compra de opções. As vendas de opções são limitadas. O valor justo dos derivativos de cereais foi negativo em R$11,0 milhões na posição consolidada das commodities. Todas essas operações são consideradas como derivativos comercializáveis no demonstrativo de resultados, embora economicamente sua finalidade seja proteger o risco do Grupo contra sua exposição às flutuações das cotações das matérias-primas. Os derivativos de commodities estão ligados diretamente aos negócios principais do Grupo e, portanto, o resultado de operações fechadas de commodities e o valor justo dos derivativos de commodities na comercialização são contabilizados como resultado operacional.

Mercado Mundial de Açúcar: Balanço entre oferta e demanda justo reforça tendência altista e garante fortalecimento dos preços. Durante o 3º trimestre do presente ano, os preços do açúcar permaneceram historicamente altos, especialmente devido aos problemas climáticos que prejudicaram os maiores produtores, tal como Brasil e Austrália, com preços alcançando o pico de 34 centavos de US$/lb em meados de dezembro.

O premio do açúcar branco, a diferença entre os preços do açúcar branco e bruto, terminaram 2010 em US$/115ton, acima da média dos últimos três anos. A média dos preços do 3º trimestre foi de 29,0 centavos US$/lb para o açúcar bruto e US$728,3/ton para o açúcar refinado, aumentos de 25,5% e 18,9%, respectivamente, em relação ao mesmo período do ano anterior.

A tendência positiva de preços fortes é sustentada por previsões de produção abaixo do esperado em um mercado já justo, atingido por condições climáticas adversas em decorrência do La Niña. De acordo com a LMC International, depois de duas colheitas com déficit, existe o risco de outra safra marcada pela falta de açúcar. Previsões atualizadas indicam pequeno excedente global de menos de 1 milhão de toneladas e uma relação estoque disponível/produção abaixo de 30%. Durante as duas últimas safras, o Brasil teve papel importante ao mitigar a falta de açúcar no mundo, pois conseguiu aumentos sequenciais de mais de 10% no processamento da cana-de-açúcar. Não se espera a repetição deste cenário na próxima safra, que deve ser equivalente aos níveis atuais de moagem ou até mesmo inferior.

Na Índia, continuam as incertezas relativas ao tamanho da safra de cana-de-açúcar, causadas por atraso no começo da colheita e pelo adiamento sequencial das licenças de exportação concedidas pelo governo indiano (esperadas para fins de janeiro). De acordo com a LMC, a produção de açúcar deverá aumentar 8,5 milhões de toneladas, alcançando 28,8 milhões de toneladas (valor bruto), o que contribuirá expressivamente para o equilíbrio do mercado. Excluindo a Índia, a safra 2010/11 deverá apresentar um déficit de 2,6 milhões de toneladas.

A China, que atualmente é o 3º maior mercado consumidor, está tendo internamente pressão de demanda em razão dos baixos níveis de produção de açúcar. A Comissão Europeia adiou a autorização para que a União Europeia exporte 350 mil toneladas de açúcar, especialmente por causa das restrições de disponibilidade. A Rússia, o 5º maior país consumidor no mundo, sofreu a pior seca dos últimos 50 anos, e a Austrália, o 3º maior exportador, foi afetada pelo excesso de chuvas, que provavelmente resultará em queda de aproximadamente 25% em sua safra.

Diferentemente aos anos anteriores, a capacidade brasileira para responder à demanda global está mais limitada, e os importadores estão contando com um player instável, a Índia.

Mercado Brasileiro-Preços estabilizados em níveis altos no 3T 2010/11 e números finais de produção abaixo do esperado. Os preços domésticos do açúcar permaneceram estáveis e altos no 3º trimestre, cotados a R$67,3 por saca de 50 kg no começo de outubro e encerrando dezembro cotados a R$76,3 por saca de 50 kg. O índice ESALQ de açúcar continuou bem acima de seus níveis históricos. Assumindo como referência a última cotação do ano, os preços do açúcar cristal estavam aproximadamente 90% acima da média dos últimos três anos.

A estabilidade, apesar do balanço justo, é explicada pelo expressivo aumento anterior dos preços domésticos do açúcar, que subiram em ritmo mais rápido que os preços internacionais, e ainda pela iniciativa do setor de recomprar açúcar antes destinado a exportação. Os preços domésticos estavam 2,6% acima dos preços de exportação no fim de dezembro de 2010.

Os preços altos do açúcar encorajaram os produtores a maximizar a alocação da cana-de-açúcar para a produção de açúcar, já que em equivalência ao etanol eles estavam 62,6% mais lucrativos no final de dezembro de 2010. De acordo com os números da UNICA para a região Centro-Sul do Brasil, 44,8% da cana-de-açúcar foi convertida em açúcar, pequeno aumento de 2,2 pontos percentuais, indicando que o setor tem limitações e que o aumento da produção do açúcar virá de investimentos em unidades industriais direcionadas para a produção de açúcar e ampliação dos canaviais.

O clima seco de maio a setembro prejudicou a cana-de-açúcar plantada e provocou uma moagem final de 555 milhões de toneladas (a previsão inicial da UNICA era de 570 milhões de toneladas) ou um aumento de 2,4% em relação à safra anterior. Contudo, o clima seco favoreceu o teor de açúcar na cana-de-açúcar (+8,5% em relação à média de 2009/10), resultando na produção total de açúcar de 33,5 milhões de toneladas (+16,8% em relação a 2009/10). No mesmo momento, o início da próxima safra atrasará de 15 a 30 dias, diminuindo os estoques existentes.

A maior parte do aumento de produção foi destinada à exportação, que, em base cumulativa, foi 20% maior que no mesmo período de 2009/10, totalizando 23,5 milhões de toneladas, destinadas em especial a países asiáticos. Contudo, houve redução das exportações em dezembro, com a aproximação da entressafra. O volume total exportado foi 37% menor que em novembro e 12% abaixo do volume exportado no mesmo mês da safra anterior.

As perspectivas para a próxima safra são de mesma proporção ou talvez menor do que a verificada nesta safra, como resultado da menor produtividade agrícola e falta de investimento na ampliação dos canaviais, o que pode causar queda na produção de açúcar e manter os preços altos.

Mercado de Cereais: aumento dos preços de cereais devido a condições climáticas - As secas deste verão, restrições a exportações na região do Mar Negro e a qualidade desapontadora da safra de trigo na Alemanha provocaram fortes aumentos nos preços do trigo em agosto e setembro de 2010. Em outubro e novembro, os preços do trigo se estabilizaram na faixa 210-220 €/ton. As condições climáticas de dezembro, em especial as inundações em Queensland na Austrália, criaram preocupações sobre o potencial de exportação do trigo do Hemisfério Sul. A Argentina anunciou colheita de trigo menor que a esperada e logo a seguir impôs restrições à exportação. Em consequência, em dezembro os preços do trigo registraram valorização acima de 250 €/ton.

Como era esperado, o aumento dos preços do trigo causou aumento dos preços do milho para a faixa de 200-210 €/ton. O uso intenso do milho nas destilarias de etanol nos Estados Unidos, as frequentes reduções de estimativas da safra norte-americana de milho, feitas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos e as condições climáticas adversas na China fizeram com que os preços subissem para patamares superiores a 230 €/ton em dezembro de 2010.

As agitações atuais na área do Mediterrâneo e preocupações a respeito dos efeitos da presente seca na China sobre a colheita de inverno do trigo estão provocando estocagem.

Mercado de Amido e Adoçantes - O retorno da demanda para níveis históricos: a demanda sustentada por amido e produtos derivados existente na Europa nos últimos meses se estendeu até dezembro, fazendo com que a queda sazonal da demanda no período fosse menor que a usual.

Todos as categorias de produtos foram influenciadas positivamente pela demanda nos mercados finais. Em particular, a demanda dos setores de papel e papelão corrugado causou aumento de vendas do amido nativo e do modificado e outros produtos a base de amido se beneficiaram, além do aumento na demanda nos mercados químico e de nutrição infantil.

Mercado Mundial de Etanol - Manutenção de momento positivo baseado em preços mais altos dos grãos e ampliação do mandato de etanol. Os preços do etanol aumentaram no 3º trimestre, especialmente nos Estados Unidos e na União Europeia, e o momento positivo continua por causa de: a) preços mais altos dos grãos; b) ampliação e aumento da mistura obrigatória de etanol na gasolina e no óleo diesel; c) melhoria do ambiente econômico nos Estados Unidos e d) maiores preços de energia. No Brasil, os preços do etanol aumentaram fortemente (+21,5% para o hidratado no 3T) por causa da oferta e demanda justa e forte demanda interna sustentada pela venda de veículos flex-fuel; na União Europeia, as janelas de importação dos Estados Unidos estão diminuindo e os preços domésticos estão pressionados pelas cotações mais altas do trigo.

Nos Estados Unidos, os preços do etanol subiram como resultado de preços mais altos do milho e preocupações sobre a disponibilidade da matéria-prima. As cotações do etanol também subiram por causa da forte demanda proveniente da antecipação da recuperação econômica dos Estados Unidos, que tem provocado aumentos nos preços da energia. Em dezembro, o petróleo estava a US$90/barril e é esperado aumento ainda maior.

Neste trimestre, ocorreram exportações de etanol dos Estados Unidos para a Europa, já que os Estados Unidos se tornaram autossuficientes. Os Estados Unidos permanecerão como principal fornecedor da União Europeia, embora a vantagem desta situação provavelmente diminua ao longo do 1º semestre de 2011, já que os preços domésticos nos Estados Unidos deverão seguir os previstos aumentos do preço do milho.

A perspectiva de curto prazo nos Estados Unidos é positiva para os preços do etanol, com a ampliação do mandato RFS e com os preços do milho continuando altos. Como resultado, o Brasil poderá ter a oportunidade de exportar para os Estados Unidos e, com o tempo, até para a União Europeia, caso diminuam as vantagens dos produtores norte-americanos.

Mercado Europeu de Etanol: Situação mais justa na oferta e demanda provoca elevação dos preços spot Etanol - No 2º trimestre houve a recuperação dos preços do etanol na Europa que voltaram a seus níveis de 2007/2008. Esta tendência continuou no 3º trimestre como resultado de uma situação mais justa na oferta e demanda. As metas de regulamentação na União Europeia continuam a crescer, com consumo estimado de 13 milhões de m3 de etanol em 2020, mas não houve aumento da capacidade instalada do setor na região, o que tem causado a queda dos estoques.

O Brasil tem produzido, sobretudo, para seu consumo interno, já que seu excedente exportável reduziu por causa de queda na safra. As destilarias dos Estados Unidos estão trabalhando sem capacidade ociosa nos últimos meses para poder responder à crescente demanda interna. Ao mesmo tempo, têm aumentado os preços da gasolina e dos insumos para o etanol. A combinação desses fatores resultou em preços spot do etanol altos na Bolsa de Chicago, o que levou a preços spot mais altos do etanol T2 FOB em Rotterdam.

Álcool-Como regra geral, o mercado de álcool é influenciado pelas tendências prevalentes nos mercados de cereal e etanol. Além disso, problemas de produção em alguns fabricantes de álcool sintético, insumos caros a base de petróleo e inverno duro, que aumentou a demanda industrial, elevaram os preços spot do álcool europeu.

Mercado Brasileiro - Disponibilidade menor do etanol garante preços fortes no mercado doméstico: os preços do etanol no Brasil aumentaram consideravelmente desde o meio do ano e, durante a safra, ultrapassaram os níveis de 2009/10. O preço ESALQ para o etanol anidro subiu de R$0,86/l no começo da safra 2010/11 no Centro-Sul do Brasil para R$1,23/l no fim de dezembro de 2010 e o etanol hidratado teve uma alta recorde de 44,0%, terminando o ano a R$1,11/l. Esses movimentos foram provocados por demanda forte, estimulada pela venda de veículos flex-fuel e também por causa dos altos preços equivalentes do açúcar, o que estimulou produtores a alocar mais cana-de-açúcar para a produção de açúcar em detrimento a produção de etanol. Estes preços altos geraram maior fluxo de caixa proveniente das vendas de açúcar e também mantiveram altos os preços do etanol.

O consumo do etanol hidratado foi estável quando comparado com o consumo do ano anterior, apesar do aumento de 19,6% na venda dos veículos flex-fuel no 3T 2010/11, em relação ao mesmo período da safra anterior, alcançando 826 mil unidades. Esta queda no consumo reflete os preços menos competitivos do etanol hidratado quando comparado aos da gasolina na bomba.

A produção do etanol menor que a prevista também pressionou os preços, como consequência da menor quantidade de cana-de-açúcar processada, e redução do mix de produção para o biocombustível em relação ao ano anterior. Os números finais, de acordo com a UNICA, indicam produção de 25,3 bilhões de litros na região Centro-Sul do Brasil (menos 4,2% em relação à previsão de agosto da UNICA, mas aumento de 6,7% em relação à safra anterior).

Apesar do balanço mais justo de etanol durante esta safra, os prêmios altos do anidro em relação ao hidratado durante a maior parte da safra (+16,5% no 3T 2010/11) causaram uma oferta adequada do combustível misturado com a gasolina, até mesmo maior que a prevista pela UNICA em agosto passado. Portanto, apesar das preocupações sobre a falta do etanol anidro divulgadas durante a safra, o governo brasileiro descartou a possibilidade de uma redução na mistura de 25% de anidro na gasolina.

As exportações brasileiras de etanol estiveram 45% abaixo do volume da safra passada, 1,7 bilhão de litros neste ano comparada aos 3,2 bilhões de litros na safra anterior. Na próxima safra, as exportações devem seguir a mesma tendência, em vista da demanda doméstica sólida e preços do açúcar em altos níveis.

No curto prazo, o mercado doméstico de etanol estará muito ligado às tendências prevalentes no mercado do açúcar, com pequenas exportações para os Estados Unidos, pois o governo norte americano manteve o imposto de 54 centavos de dólar por galão. Contudo, a recente alta dos preços do petróleo e do milho nos Estados Unidos deve manter altos os preços do etanol e, com isso, aumentar a competitividade do etanol brasileiro para exportação. [www.tereosinternacional.com.br].

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