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19/07/2007 - 14:48

“Contratextos”, coletiva de artistas contemporâneos colombianos


Evento no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, a exposição de arte colombian “Contratextos”, com curadoria de Maria Iovino. O evento marca a comemoração à data nacional da Colômbia, trazendo a cidade importante mostra coletiva de quatro artistas colombianos de destaque internacional, inclusive alguns participantes da atual Bienal de Veneza. São eles: Fernell Franco, José Alejandro Restrepo, Miguel Angel Rojas e Oscar Muñoz.

Na abertura haverá a apresentação do grupo folclórico colombiano Herença Gaitera de San Jacinto. Uma fusão de influências indígenas e africanas, a qual é tocada com duas gaitas e uma maraca, ambas de ancestral indígena, e tambores africanos provenientes dos descendentes dos escravos de origem africana que passaram por esta costa.

Ao longo de 30 dias serão feitas várias atividades relativas a diversos aspectos da cultura colombiana, incluindo cinema, gastronomia, música e literatura, no âmbito do evento Colombia Es Pasión.

A exposição - “Contratextos” busca se relacionar com o público da forma mais profunda possível, pela variedade de realidades apresentadas e o título da mostra, expressa as contradições das propostas selecionadas.

Em todos os trabalhos se desenvolve uma particular aproximação e significados estabelecidos com a imagem que altera os códigos de sua interpretação. O ponto de partida seria o questionamento incisivo à ordem social e fundamentalmente o controle do relato histórico.

Será uma análise das obras unidas a uma crítica em relação à problemática do contexto e a construção de uma memória, sendo o individual e o coletivo, conduzem a temas como circularidade do tempo, o que não existe, o qual se expressa de diferentes formas a cada construção pessoal do artista.

Sobre os artistas: Fernell Franco - Falecido recentemente, receberá uma importante homenagem em 2008, quando se completam a investigação e publicação sobre seu arquivo fotográfico organizada pela fundação que recebe seu nome.

Mesmo o nome de Fernell não sendo estranho em muitos países da América Latina e em alguns da Europa, somente há 3 anos iniciou-se sua reivindicação como autor de uma obra complexa e que transcende a tradicional leitura da fotografia. Igualmente começa-se a entender Fernell como fundador de visões artísticas que provocaram uma mudança radical desde o abstrato até as noções de fotografia e dos problemas sociais. As dificuldades dos diferentes tipos que marcam a vida deste artista exigiram uma constante entrega ao seu trabalho, o que permitiu uma concentração exclusiva no desempenho artístico, circulando pelo meio que o permitiu conhecer a interpretação que foi desenvolvida em silêncio, na qual, se abriu uma visão transcendente sobre o significado da memória e da matéria.

Fernell tornou-se referência, pois era um homem que conhecia por experiência e não por discurso o labirinto em que havia entrado na história. Conhecia em uma dimensão muito ampla o significado da palavra “cidade” em um país de 3º mundo.

José Alejandro Restrepo - É um dos video-artistas mais representativos da América Latina, e junto com Doris Salcedo e Beatriz Gonzalez, tem um dos mais apurados e reveladores processos de investigação já desenvolvidos na arte da Colômbia.

No geral, a interpretação da investigação trabalhada pelo artista tem favorecido a leitura da violência na Colômbia, como as problemáticas restritas ao próprio contexto do artista e o significado da sua visão da história, como a revalorização do planejamento estrutural e suas considerações do tempo espacial.

Como Oscar Muñoz e Miguel Angel Rojas, José Alejandro, inaugura uma forma poética que se confronta desde a voz crítica até o tempo histórico e real. Na qual a memória como todo assunto estrutural se compreende desde a dinâmica do eterno presente em uma inacabável e inefável multiplicidade das circunstâncias e acontecimentos, o que leva da mão perdida a qualquer noção de centro.

Das mais recentes investigações trabalhadas pelo artista, se destacam: Iconomías, Iconofilia, Santoral y Cuerpo gramatical (Cuerpo, arte y violencia, publicada por la Universidad de los Andes en 2006), visualizam outras em um lúcido “cruce” de material tomado nas mais diversas fontes, a amplitude reflexiva com que José aborda seus problemas interpretativos e criativos. Nestas obras fica claro que toda proposta do artista não existe a possibilidade de existir dentro desse contexto as fronteiras históricas, temporais, contextuais, formais e inclusive temáticas.

Debaixo dessa lógica fica compreensível o fato de que uma das principais preocupações do método analítico e produtivo do artista a representando a edição/seleção do material que agrega fundamentalmente em documentação investigativa e em diversos meios de comunicação.

Nesse campo precisamente se localiza um dos mais importantes suportes do trabalho de José Restrepo. Em sua obra a rearticulação narrativa e gramatical e um dos fundamentos expressivos, como é o uso aproveitado na expressão da Baixa tecnologia.

Miguel Angel Rojas - É um dos artistas que melhor representa a simbiose entre fotografia, gravação, desenho e instalação desenvolvidas com achados significativos na Colômbia, com ênfase especial desde os anos 70, momento no qual o desenho e a fotografia são os meios que melhor expressam os interesses realistas que tomam importância neste período da arte latino-americana.

Apesar de haver na obra deste artista uma forte importância autobiográfica, desde os próprios lugares de diferença ética e sexual, Miguel consegue expressar problemáticas comuns, concernentes aos relatos históricos e a configuração de centros de poder. Desde as mais simples até as mais complexas temáticas pessoais, este artista adverte as orientações da representação que legitimam a exclusão, assim como as fissuras estruturais por onde se filtram e se impõem a elas, modificando-as até a marginalidade. Desta forma, a obra do artista tem ampliado a visão do concreto até dos mais intrínsecos conflitos de seu contexto, compreendidos nas difíceis e desvantajosas formas de relação que se formam no palco da economia global. Como Oscar Muñoz e Fernell Franco, Miguel testifica, desde o início de suas carreiras, as bruscas mudanças que sofre a cidade em que habitam a razão de crescente contradição que desatam na implementação e desenvolvimento do moderno programa, que estão naturalmente refletidas em seu trabalho, sem premissas teóricas ou de discurso, mas sim guiado por sua intuitiva percepção poética.

Oscar Muñoz - Sua obra possibilita leituras diversas e fortes em seu sentido, que exigem uma atenção longe dos reducionismos geralmente impostos à interpretação predominantemente romântica ou exótica e as da violência no contexto colombiano e no latino-americano. Participou da Bienal de Veneza de 2007, tendo uma das obras exposta no espaço durante a mostra.

Muñoz desenvolve um trabalho que vale percorrer, de maneira lúcida e poética, as circunstâncias presentes no meio ao qual pertence, posiciona uma reformulação do significado, do meio de expressão visual como fotografia, desenho, gravações, instalações, escultura e vídeo, que só se pode ter lugar no híbrido e complexo processo existente na história da arte da América Latina.

A idéia de Muñoz é para qualquer contexto do mundo uma mistura atípica e inomeável de recursos visuais, na compreensão do tempo e da realidade sua obra transcende, tornando-se referencial para o século XX e para o que acaba de começar. Ele ainda consegue ter uma leveza sem antecedentes. Suas obras são carregadas de significados, mas sem peso, sendo que ele possui uma maestria ao manusear os recursos, que faz com que um trabalho de difícil compreensão como o seu, envolva uma apreciação penetrante desde a primeira vista.

Desde que expôs “Narcisos” em 1994, todo o trabalho de Muñoz leva consigo uma não usual interpretação do trópico em branco e preto, tem desembaraçado no tempo real ou no presente, variando sobre o irreprimível, particular e múltiplo que existe na constante mutabilidade das circunstâncias. Isso com elementos da expressão tão escassos e não renováveis como água, ar, luz, carvão. Como “Narcisos” todas as obras acontecem em cenários aquosos, que conjugam o papel da impressão, da grafia ou da detenção do momento na representação que possui uma infinidade no campo finito ou limitado da visão.

Eventos paralelos - Paralelamente à mostra ocorrerá, ainda, um Festival de Cinema e um Festival de Gastronomia colombianos, além do lançamento da reedição do livro Cem Anos de Solidão, de Gabriel Garcia Márquez, comemorando os 80 anos do escritor.

O programa educativo - Dando prosseguimento ao seu Programa educativo, o Espaço Cultural Contemporâneo - ECCO realiza um evento especial para educadores, professores, Coordenadores Pedagógicos e Diretores de Escolas Públicas e Particulares. Será o XI Encontro Técnico do Programa Educativo (curso de capacitação). O tema será Arte, História e Memória, uma abordagem latino-americana, ligado ao conteúdo da exposição.

Serão abordadas questões relativas a disciplinas como história, geografia, sociologia, antropologia, política e filosofia, matérias inclusas nos Parâmetros Curriculares Nacionais – PCN’s. A temática é ampla e atual, que reúne artistas colombianos contemporâneos em torno de temas comuns como, identidade, cotidiano, memória, relato histórico, paisagem urbana. Com objetivo de apontar as questões das relações de poder que constituem não só a Colômbia, como todos os países latino-americanos.

Será concebido material didático específico para atender aos educadores, oferecendo subsídios para o trabalho em sala de aula, desenvolvido pelo professor Paulo Faria. Os textos para análise e reflexão serão complementados por documentos iconográficos e históricos, além de exercícios que promovam a aprendizagem e favoreçam a interdisciplinaridade proposta para os currículos oficiais.

O programa educacional conta também com visitas guiadas e trabalhos em oficina educativa para alunos. É dirigido para escolas de ensino médio e fundamental, públicas e privadas, também para estudantes universitários.

O evento será quarta-feira, dia 25 de julho de 2007, com opções de horário matutino ou vespertino (9h à 12h30 e das 14h às 17h30), no Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO, SCN Quadra 3 Lote 5 (ao lado da concessionária JORLAN, entre o Liberty Mall e o Edifício Varig). Site: www.eccobrasilia.com.br. As inscrições são gratuitas, bem como material impresso aos participantes. Vagas limitadas e possibilidade de certificação. Agendamento de visitas guiadas e trabalhos em oficina.Celma Osorio- [email protected] ou Fernanda Campos- [email protected]. Telefone: (21) 3327-2027 ou 2025 r. 28, 29 ou 31.Realização: Embaixada da Colômbia e Espaço Cultural Contemporâneo – ECCO | Co-patrocinio Votorantim Metais, CTEEP. Apoio da Secretaria de Cultura, GDF, Ministério da Cultura (Lei Rouanet), Agência Click, UNICEF, Fundação Santillana e ABDV.

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