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18/02/2011 - 09:54

Banco do Brasil lucra R$11,7 bi e vê crédito benigno em 2011

São Paulo- A repetição da receita de expansão forte do crédito turbinou o lucro do quarto trimestre do Banco do Brasil, que enxerga um cenário ainda benigno para a expansão dos empréstimos este ano, mesmo com as medidas do governo para esfriar os financiamentos.

A banco reportou lucro líquido de 4,002 bilhões de reais de outubro a dezembro, resultado 3,68 por cento menor do que em igual etapa de 2009, em meio a eventos não recorrentes. Sem eles, o lucro foi de 3,7 bilhões de reais, 103,6 por cento maior e bem acima da previsão média de 8 analistas consultados pela Reuters, que apontava lucro de 2,85 bilhões de reais.

"Esses números comprovam que nossa estratégia estava acertada", disse nesta quinta-feira a jornalistas o presidente do BB, Aldemir Bendine, referindo-se à ofensiva do banco no crédito deflagrada por ordem do governo desde a crise de 2008, que fez a fatia de mercado do BB no crédito subir de menos de 17 por cento para cerca de 20 por cento em dezembro passado.

A concessão de financiamentos foi o grande motor dos resultados. No final de dezembro, a carteira de crédito do banco era de 358,4 bilhões de reais, uma alta de 19 por cento em 12 meses. No geral, o crédito à pessoa física avançou 23,2 por cento, enquanto à pessoa jurídica cresceu 19,5 por cento.

Além disso, a inadimplência medida pelas operações vencidas há mais de 90 dias foi de 2,3 por cento no trimestre, comparada a 3,3 por cento no mesmo período de 2009. Com isso, as despesas com provisão para perdas com calores caíram a 2,14 bilhões de reais, 27,5 por cento menor que no quarto trimestre de 2009.

Para Bendine, o cenário segue positivo para expansão do crédito este ano, mesmo após o aumento da Selic e das medidas tomadas em dezembro pelo Banco Central para conter o ritmo de expansão do crédito, em meio aos esforços do governo para tentar conter o aumento da inflação.

Para 2011, o BB estima um crescimento de 17 e 20 por cento da carteira de crédito.

"Vai ter apenas um ligeira mudança na tendência, com mais financiamento para investimentos", afirmou, antes de contar que a presidente Dilma Rousseff lhe disse que quer que o banco direcione mais recursos para crédito produtivo privado.

De acordo com o executivo, o ritmo de concessões para crédito ao consumo vai voltar a acelerar no segundo semestre deste ano, como resultado do aumento da massa salarial, que o BB estima em 10 por cento para este ano.

Os resultados agradaram analistas. Em relatório, o Credit Suisse afirmou que os lucros vieram "acima das nossas expectativas". Tal leitura, no entanto, não se refletia na ação do BB, que caía 0,32 por cento na Bovespa, a 31,33 reais, enquanto o Ibovespa subia 0,29 por cento. Contudo, o papel subiu 11,3 por cento em quatro sessões.

Expansão - Alguns projetos que o banco inicialmente esperava ter iniciado já em 2010, como a expansão internacional nos Estados Unidos, África e América Latina, o lançamento da bandeira de cartões Elo e a integração definitiva da área de seguros devem finalmente sair do papel, segundo porta-vozes do banco.

De acordo com o vice-presidente da área internacional do BB, Allan Toledo, a compra de um banco pequeno nos EUA deve ser anunciada até o início de março. "A expectativa é ter de 25 a 30 agências no país em cinco anos", disse.

O banco também acredita que vai comprar bancos no Chile, Equador, Colômbia e Peru ainda este ano.

De acordo com Bendine, a bandeira Elo estará operacional também a partir de março. Ao longo do ano, o banco deve concluir a reestruturação da área de seguros, incluindo a aquisição do Instituto de Resseguros do Brasil (IRB) e da área de mercado de capitais.

2010 - O lucro total do BB em 2010 foi de 11,7 bilhões de reais. Seus ativos totais somaram 811,2 bilhões de reais, 14,5 por cento acima do apurado no ano anterior. A rentabilidade recorrente sobre patrimônio líquido médio do BB foi de 33,6 por cento no trimestre, ante 22,5 por cento em 2009.| Aluísio Alves, com reportagem adicional de Guilhermo Parra-Bernal/Reuters.

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