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23/02/2011 - 11:21

Compensação Digital: A Truncagem Brasileira à Frente dos Padrões Mundiais


O Brasil já tem uma das mais bem sucedidas experiências de truncagem descentralizada em termos globais.

A excelente coordenação das instituições financeiras, levada a termo pelas entidades representativas (CNAB e Febraban), fornece a garantia de que o processo de truncagem (substituição da compensação de cheques em papel pelo uso de imagens-documento) acontecerá em poucos meses e se dará de maneira relativamente tranquila.

Tarefa das mais difíceis, considerando-se a grande quantidade de bancos e sua heterogênea estrutura de TI, o movimento vem dando passos significativos ao longo dos últimos dois anos. E não é arriscado dizer que a maioria dos grandes bancos de varejo encontra-se já quase pronta para o chaveamento dos processos. Faltam ainda, no entanto, um certo número de ajustes, e há todo o rol das instituições menores, cujas providências tecnológicas ainda são, em certos casos, incipientes.

Este é, Porém, um “gap” natural que será, com certeza, resolvido pela colaboração com as instituições maiores, bem como com o apoio de iniciativas cooperativadas como a encabeçada pela ABBC (Associação Brasileira dos Bancos Comerciais) ou por ofertas de outsourcing. A opção do outsourcing, aliás, é vista como uma saída, não só para os médios e pequenos bancos, mas também por alguns gigantes do setor, que buscam otimizar suas estruturas próprias através do apoio de parceiros altamente especializados no assunto.

No momento em que estiver concluída, a compensação por truncagem trará aos bancos (e ao país) uma economia das mais importantes. A quebra de custos será superior a R$ 300 milhões/ano, apenas considerando-se certas tarefas improdutivas e algumas até prosaicas. Este é o caso do caríssimo transporte de cheques em carros-fortes, que partem das milhares de agências bancárias para as grandes centrais de processamento, onde são manipulados de maneira artesanal e depois arquivados, um a um, em pesados arquivos de aço, exatamente como se fazia no início do século passado.

Com a adoção dos documentos digitais, todo o setor ganhará também – e muito - em agilidade, exatidão, transparência, segurança e rastreabilidade dos processos.

Superando em grande medida as experiências internacionais que já ocorreram nesse campo, a indústria brasileira de automação bancária – em forte simbiose com os bancos – vem conseguindo dar respostas surpreendentemente efetivas para certos gargalos dos processos.

Uma delas é a fixação de padrões para os documentos-imagem que os tornam perfeitamente compatíveis com as bandas de transporte disponíveis nas redes eletrônicas dos bancos. Outro exemplo é a bem definida arquitetura de mensagens, protocolos de comunicação e requisitos de autenticação e conferência dos cheques, boletos e afins.

Todo este arcabouço de detalhes e salvaguardas da truncagem está perfeitamente consignado em documentos oficiais da Febraban e vem sendo amplamente absorvido pelas instâncias de TI e de governança dos Bancos.

Em sua configuração mais radical (que ficou denominada “Compe”), a truncagem bancária no Brasil compreende a completa descentralização; com os cheques e demais documentos sendo 100% processados nas agências e consolidados num mainframe remoto (do próprio banco ou de um terceiro), ocorrendo, da mesma forma o intercâmbio de processos com as demais instituições envolvidas.

Porém, uma parcela significativa dos bancos está optando ainda por uma migração em duas partes. Mantém-se, na primeira fase, o transporte dos cheques para uma central e ali se faz a sua digitalização e captura para a rede, completando-se o ciclo interno no mainframe e o ciclo interbancário igualmente por meio eletrônico.

A boa notícia para o País é que já há, por aqui, ao menos uma experiência completa de Compe, com características ainda não vistas na maior parte dos países. Trata-se de um dos maiores casos de outsourcing de truncagem do mundo, em que mais de 1,5 mil agências bancárias de todo o País partiram para a alternativa de abolir de imediato o transporte de cheques para uma central. Com isto, a digitalização de documentos em papel é feita diretamente nos balcões e pontos de atendimento ao cliente, o que possibilita eliminar os papeis ali mesmo, nas agências e pontos remotos.

Ao processar centenas de milhões de cheques através deste modelo “Compe” tal experiência já posiciona o Brasil à frente da grande maioria dos países no que diz respeito à aplicação em massa da tecnologia de truncagem. Esta é a prova também de que um movimento tecnológico de envergadura tão importante é passível de ser realizado em curto período de tempo e sem que isto represente maiores traumas para o dia a dia de uma instituição.

E mostra, afinal de contas, o que de melhor é possível construir através de uma saudável simbiose entre a instituição bancária brasileira e indústria local de outsourcing. Quando este modelo de “Compe” estiver funcionando plenamente, mais uma vez a tecnologia bancária brasileira mostrará seu papel de vanguarda.

. Por: Gian Franco Nercolini, Diretor Comercial da Veros e da M2Sys

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