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25/02/2011 - 10:45

São Paulo está entre as cidades com maior incidência de raios no Brasil

INPE indica aumento no número de descargas elétricas no Brasil. Procobre alerta para manutenção constante de para-raios. Previsão é de que a incidência de raios aumente nas próximas décadas.

O Inpe (Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais) registrou na última semana uma das maiores incidências de queda de raios em São Paulo, em um único dia, último 16 de fevereiro, caíram 2.264 raios na cidade. Estudos do instituto, elaborados por meio do Elat (Grupo de Eletricidade Atmosféricado), revelam que morrem, em média, 132 pessoas por ano no Brasil, vítimas de raios. O recorde registrado aconteceu em 2001, quando foram registradas 193 mortes.

No último domingo, dia 20, uma mulher ficou gravemente feria ao ser atingida por um raio enquanto caminhada no Parque Villa Lobos, na Zona Oeste da cidade. Em janeiro, 11.862 raios foram registrados em São Paulo. O Elat aponta que a cidade de São Paulo está em segundo lugar no número de mortes entre 2000 e 2009, data do último estudo, quando foram registradas 14 mortes, número abaixo somente de Manaus, que registrou 16 óbitos.

Nos últimos 10 anos (2000 a 2009), a chance de ser atingido por um raio no país foi de 8 em um milhão. Todas estas probabilidades são maiores do que aquela de acertar a loteria com um palpite simples (1 em 50 milhões). A variação anual de raios no Brasil dobrou em 2008, quando comparado com 2005. Foram 7,5 milhões em 2008, contra apenas 3,7 milhões em 2005.

Segundo o ELAT, 90% das mortes ocorreram em situações que poderiam ter sido evitadas se as pessoas tivessem mais informações. O Sudeste foi a região onde mais pessoas morreram (29%) e o Estado de SP teve o maior número de mortes da década, 230 (17%) do total. Entretanto, como a população paulista é a maior do Brasil, a probabilidade de se morrer por um raio neste Estado é de 6 em um milhão. Os números levaram o Programa Casa Segura - projeto que visa levar informações sobre a necessidade de adequação das instalações elétricas nas residências – desenvolvido pelo Procobre (Instituto Brasileiro do Cobre, que difunde o uso e aplicações do cobre) a ampliar o número de alertas e campanhas para que se faça a manutenção de casas e edifícios.

De acordo com o engenheiro eletricista e consultor do Procobre, Hilton Moreno, edifícios localizados em região com maior concentração de raios devem instalar e fazer manutenção periódica dos sistemas de proteção contra descargas atmosféricas (SPDA), popularmente conhecidos como para-raios. “O custo de um para-raio é quase desprezível em relação ao valor de construção de um imóvel, é uma medida de segurança que deve ser implantada e fiscalizada pelo menos uma vez ao ano”, explica.

O sistema protege diretamente a estrutura do edifício e indiretamente os moradores contra as descargas elétricas no momento de uma queda de raio. Já os aparelhos eletrônicos não são protegidos pelo para-raios, pois normalmente a descarga elétrica que causa danos a estes equipamentos vem pelas redes de distribuição das concessionárias, por isso, além do para-raios, é preciso avaliar se a instalação do sistema de aterramento do imóvel está correta e, em casos de edificações antigas, se existe. Para aumentar a segurança contra queimas de aparelhos, é muito importante também a instalação dos chamados dispositivos protetores de surtos (DPS).

Atualmente a maioria dos municípios brasileiros possui normas que regulamentam as construções para a instalação correta de meios de proteção contra raios. A fiscalização é feita pelo Corpo de Bombeiros. Segundo Moreno, o risco maior está nas pessoas que optam por construir ou reformar sem apoio de empresas especializadas.

O Brasil é hoje o campeão mundial de raios e deverá continuar sendo. De acordo com o ELAT, as observações feitas por satélite já indicam um aumento de 18% na incidência de descargas atmosféricas nos últimos dez anos e a tendência é de que ocorra um acréscimo ainda maior nas próximas décadas.

Os dados da pesquisa da ELAT, referentes ao período entre 2007 e 2008, foram elaborados para nove estados brasileiros das regiões sul, sudeste e centro-oeste. O estudo tem o intuito de orientar a sociedade sobre a incidência de raios, além de gerar informações estratégicas para o setor elétrico.

Procobre dá dicas para um bom projeto de Sistema de Proteção contra Descargas Atmosféricas: Os condutores de descida são distribuídos ao longo do perímetro da edificação, de acordo com o nível de proteção, com preferência para as quinas principais.

.Em edificações acima de 20 metros de altura, os condutores das descidas e dos anéis intermediários horizontais devem ter a mesma seção dos condutores de captação, devido à presença de descargas laterais.

. Para minimizar os danos estéticos nas fachadas e no nível dos terraços, pode-se utilizar condutores chatos (fitas) de cobre.

. A malha de aterramento deve ser com cabo de cobre nu de, no mínimo, 50mm² a 0,5m de profundidade no solo, interligando todas as descidas.

.Os eletrodos de aterramento tipo copperweld devem ser de alta camada (254 microns). Os eletrodos de baixa camada não são permitidos.

. As conexões enterradas devem ser preferencialmente executadas com solda exotérmica. Se forem usados conectores de aperto, instala-se uma caixa de inspeção de solo para proteção e manutenção do conector.

.As equalizações de potenciais devem ser executadas no nível do solo e a cada 20 metros de altura, onde são interligadas todas as malhas de aterramento, bem como todas as prumadas metálicas, além da própria estrutura da edificação.

. As tubulações de gás com proteção catódica não podem ser vinculadas diretamente. Neste caso deve-se instalar um DPS tipo centelhador.

. O cobre é o melhor condutor de energia e tem papel fundamental na instalação dos para-raios.

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