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25/02/2011 - 11:07

Governança Corporativa: quem precisa?

Matéria publicada no jornal Valor Econômico, de 18 de fevereiro, informou que “a BM&FBovespa, na tentativa de chamar a atenção de analistas e investidores para questões de sustentabilidade, vai divulgar pela primeira vez, na reunião de apresentação de seus resultados, um relatório que integra informações financeiras e não financeiras. ‘Por enquanto, será apenas uma prestação de contas unificada, a fim de provocar os analistas. Ainda não dá para usar o tempo da reunião para discutir sustentabilidade’, reconhece a diretora de sustentabilidade da BM&FBovespa, Sonia Favaretto.”

O que quer dizer isso? Resposta: busca do mercado por transparência nas demonstrações contábeis das organizações. O fato é que os indicadores ITAG (Tag Along), ISE (Sustentabilidade) e IGC (Governança Corporativa) serão em breve muito mais utilizados por empresas e para avaliação dos analistas.

Mas o que é, na realidade, a tão falada governança corporativa? Um modismo? Algo que fazem lá fora e estamos tentando imitar?

Governança Corporativa, segundo o IBGC (Instituto Brasileiro de Governança Corporativa) é “um sistema pelo qual as sociedades são dirigidas e monitoradas, envolvendo os acionistas e os cotistas, conselho de administração, diretoria, auditoria independente e conselho fiscal. As boas práticas de Governança Corporativa têm a finalidade de aumentar o valor da sociedade, facilitar seu acesso ao capital e contribuir para a sua perenidade”.

Traduzindo isso, podemos dizer que Governança Corporativa é gestão e controle do negócio. Transparência e prestação de contas são alguns dos princípios da governança. E mais uma vez devemos nos remeter ao problema do PanAmericano, que colocou em discussão este assunto nos últimos meses.

O balanço de dezembro do banco saiu sem comparação com 2009, pois os administradores mencionaram que as informações contábeis apresentadas anteriormente não eram confiáveis. O próprio diretor superintendente do PanAmericano disse, em matéria publicada no Valor Econômico de 17 de fevereiro, que “não tinha como publicar algo que não faria nenhum sentido”.

Pergunto agora aos analistas de empresa, para que serve os dados de 2007, 2008 e 2009. Será que já não existiam fraudes antes?

É preciso ter a gestão do negócio alinhada à responsabilidade civil dos administradores, conselhos de administração com maior foco de entendimento do negócio, controles internos e contábeis mais confiáveis, auditorias internas e externas mais efetivas e respeitadas, e supervisão rigorosa dos órgãos reguladores e não somente pedidos de recebimento de relatórios. Tudo isso é Governança Corporativa.

. Por: Marcos Assi, coordenador do MBA Gestão de Riscos e Compliance da Trevisan Escola de Negócios, professor da FIA, autor do livro “Controles Internos e Cultura Organizacional – como consolidar a confiança na gestão dos negócios” (Saint Paul Editora). É também consultor de Governança, Riscos Financeiros e Compliance da DARYUS Consultoria.

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