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01/03/2011 - 13:52

Lavouras digitais: o novo perfil do Agronegócio

Números favoráveis fazem fazendeiros e empresários buscarem, cada vez mais, novas maneiras de enfrentar o mercado.

O agronegócio é responsável por quase 25% do Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro e o cenário atual inspira confiança. Ao analisá-lo, o ministro da Agricultura, Wagner Rossi, confirma o que dizem especialistas: a perspectiva é favorável para o agricultor em 2011. De acordo com um levantamento feito pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em janeiro, mas só agora divulgado, a safra nacional de grãos no ciclo 2010/2011 deve atingir um recorde de 153 milhões de toneladas. Um aumento de 2,6% em relação à safra passada. Parece pouco, mas são cerca de quatro milhões de toneladas a mais que a última safra. Como os números são promissores, os produtores rurais entraram definitivamente na briga por fatias maiores de mercado, tanto nacional quanto internacional. Uma das alternativas encontradas foi o fortalecimento a marca de seus produtos. Com isso, outro mercado se aquece: o das agências de marketing.

Ainda que forte na economia nacional, boa parte dos protagonistas do segmento permanecia anônima até bem pouco tempo. Com os novos rumos que o agronegócio parece seguir, empresários e produtores (re)descobriram o poder do marketing para alavancar preços e vendas. O setor vem amadurecendo desdea primeira metade da década de 80, quando o então ministro do Planejamento Antônio Delfim Neto anunciou uma série de cortes nos subsídios para o setor. Entretanto, onde muitos viram pedras, outros viram degraus. Para sobreviver ao novo cenário que despontava, era preciso buscar novas técnicas destinadas a elevar e garantir a rentabilidade dos empreendimentos. As mudanças deperfil do agronegócio e de seus produtores começavam aí e seguem positivas até os dias de hoje.

De acordo com a Associação Brasileira de Marketing Rural e Negócio (ABMR&N), o objetivo agora é fortalecer as ações de marketing em toda a cadeia produtiva. Um esforço que já conseguiu reunir cooperativas, fabricantes de insumos, prestadores de serviços, veículos de comunicação, agências de publicidade, institutos de pesquisa e consultorias especializadas. Ainda segundo a Associação, o segmento evoluiu na geração de produtos, a nível quantitativo, mas ainda engatinha quando o assunto é agregação de valor. A saída encontrada pelos produtores veio com a utilização de outra ferramenta muito eficaz e, até então, pouco ou mal utilizada no campo: os recursos digitais. Um levantamento feito pela ABMR&N em parceria com o Instituto Ipson Marplan, divulgado em 2010, mapeou os hábitos de mídia do produtor rural brasileiro. A TV ainda é o meio mais bem visto para divulgação de mensagens sobre novos produtos, máquinas e equipamentos. No que tange aos veículos impressos - jornais e revistas – em dez anos, os números caíram. Em 1999, 33% dos produtores liam revistas do setor agrícola. Esse número caiu para 24% em 2009. O mesmo aconteceu com os jornais especializados. Em uma década, o número de leitores caiu de 58% para 32%, queda de mais de 25%. Mas os números mais expressivos são os relacionados à internet. No fim da década de 90, somente 3% dos empresários rurais e produtores acessavam a web. Em dez anos, saltou para 30%, um aumento considerável de 27%. E a tendência é que esse número aumente cada vez mais.

O homem do campo vive um momento de transição. Antigamente, a ideia da tecnologia do campo era sinônima de desemprego. Máquinas no lugar de trabalhadores. Hoje, sabe-se que tudo isso não passa de lenda rural. As tecnologias da informação são uma grande aliada: economizam tempo e dinheiro quando aplicada aos trabalhos na lavoura e podem ser úteis na administração e gerenciamento das fazendas. É o caso de uma empresa de gestão em agronegócios, de Três Pontas, sul de Minas Gerais. A Agrogenius nasceu em 1996 e sempre atuou na área de prestação de serviços, com consultorias.

Há pouco mais de seis anos, veio a especialização em Agronegócios. A partir daí, muitas mudanças e novo produto: um software para auxiliar o produtor rural no gerenciamento da fazenda e também na certificação. "O sul de Minas está intimamente ligado ao agronegócio. Os fazendeiros e empresários da região sempre trabalharam a tecnologia no que se refere a maquinário. Com o avanço da internet no campo, eles despertaram agora para todo um mundo de tecnologias da informação, ferramentas extremamente úteis.", explica Marcio Miditieri, gerente da empresa. O software desenvolvido em Três Pontas auxilia o produtor em todo o gerenciamento da fazenda e também no processo de certificação do produto. Antes, era preciso que os auditores ficassem o dia todo na fazenda, conferindo folha por folha os dados para a certificação. Com o software, esse tempo caiu, de um dia todo, para apenas três horas. Vislumbrando um mercado promissor e pouco aproveitado, Miditieri decidiu investir todas as fichas no software. O principal investimento foi a contratação de uma agência de comunicação para auxiliar nos trabalhos de divulgação do software. "Antes, nosso trabalho estava focado nas consultorias, nos diagnósticos da fazenda, oferecíamos um serviço. Agora, trabalho com um produto, um artigo substancial, concreto, que necessita de uma série de investimentos para transitar dentro do mercado de agronegócios.

É preciso desenvolver embalagem, estratégia de venda, publicidade. Existe uma série de ações que precisam ser tomadas dentro de outro mercado tão vasto quanto o setor agrícola. Nesse cenário, ganha quem estiver melhor preparado. "

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