Carrefour inicia sincronização de dados com fornecedores

Varejista iniciou projeto piloto em 2011 com base de dados padronizada.

O Carrefour anunciou oficialmente o início de seu projeto piloto de sincronização de dados de cadastro de produtos com fornecedores, ontem, durante o SuperMeeting 2011, promovido pela Abras – Associação Brasileira de Supermercados. A aplicação do GDSN – Rede Global de Sincronização de Dados, desenvolvido com padrões globais da GS1, teve seu planejamento afinado durante 2010 e envolve fornecedores da rede varejista, dentre eles a Procter & Gamble. Desde fevereiro, os participantes do projeto piloto utilizam um único banco de dados para inserção de características sobre produtos, com informações padronizadas. De acordo com Paulo Crapina, executivo do Carrefour, a iniciativa é bem-sucedida em outros países e vem ao Brasil beneficiar não apenas o Carrefour, mas toda a cadeia varejista. O executivo destaca que aproximadamente 10% da perda de nível de serviço têm relação com problemas de cadastro. “As principais inconsistências estão em medidas de embalagens, descrição de produtos e itens descontinuados sem o conhecimento prévio do varejista”, explica Crapina. Como exemplo de ganhos obtidos em outros países, ele ressaltou a redução de 25% no tempo de cadastro, além de menos 80% no tempo de tratamento dos pedidos no México a partir do uso do GDSN.

Durante o evento, Sussumu Honda, presidente da Abras, comentou o aumento de 6,7% no volume de vendas do setor supermercadista observado em 2010 e adiantou que, para o ano corrente, a expectativa de crescimento fica em torno de 4%. A evolução constante nos números reforça a necessidade de investimento em sistemas de otimização de processos. Nesse âmbito, o gerente de alianças estratégicas da GS1 Brasil, Roberto Matsubayashi, esclarece que o GDSN, assim como outros os padrões disponibilizados pela associação, auxilia na fluidez de três pilares fundamentais da cadeia de suprimentos: a identificação de produtos, a captura automática de informações e o compartilhamento de dados entre todos os participantes da cadeia. “A forma como o cadastro é efetuado atualmente demanda um verdadeiro exército de pessoas dedicadas à digitação de informações nas mais diversas áreas, que poderiam estar dedicadas a tarefas mais nobres”, explica o gerente da GS1. Para Matsubayashi, um benefício adicional do GDSN é o fato de a rede permitir livre escolha de provedor de data pool por todas as partes envolvidas processo, desde que seja certificado pela GS1.

Outras vantagens são a redução de custos logísticos e no estoque de segurança, menor índice ruptura de produtos na gôndola, e menos retrabalhos em atividades de reconciliação em vendas, contabilidade e finanças. Os clientes também saem ganhando com a otimização do fluxo de produtos, com maior garantia de encontrar sempre o produto favorito à disposição nas gôndolas e até mesmo redução de custo final, consequência de várias reduções em custos obtidas no processo.

A GS1 tem a missão de tornar a cadeia de suprimentos mais eficiente em benefício das pessoas e empresas, e, para tanto gerencia, o Sistema de Padrões GS1, amplamente utilizado no varejo, como é o caso do código de barras. Com a proposta de uma “linguagem” comum e global entre parceiros comerciais, o Sistema GS1 garante a segurança no recebimento, controle de estoque e gestão administrativa de mercadorias, além de facilitar as exportações e, principalmente, contribuir para a segurança dos consumidores.

Perfil-A GS1 Brasil, Associação Brasileira de Automação, é uma organização sem fins lucrativos que representa nacionalmente a GS1 Global. Em todo o mundo, a GS1 é responsável pela padronização de processos de logística e rastreabilidade na cadeia de suprimentos e demanda. Além de estabelecer padrões de identificação de produtos para o varejo, a associação oferece serviços e soluções para as áreas de saúde, transporte e logística. A organização brasileira tem 55 mil associados. [www.gs1br.org. e www.gs1.org].