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21/07/2007 - 09:19

Cinco ouros para atleta da natação no Pan-americano Rio


Thiago Pereira consegue feito inédito para um brasileiro.

Quando criança, o nadador Thiago Pereira tinha como ídolo o catarinense Fernando Scherer, o Xuxa, que foi até algumas horas atrás o recordista brasileiro em medalhas de ouro num único Pan-Americano – quatro, em Winnipeg/1999. Dia 20 de julho (sexta-feira) Xuxa foi ultrapassado pelo fã. Na piscina do Parque Aquático Maria Lenk, Thiago conquistou mais duas medalhas de ouro no Pan do Rio (200m medley e 4x100m livre), chegando a cinco e igualando ainda a marca do norte-americano Mark Spitz em outra edição disputada na cidade canadense de Winnipeg, em 1967.

E pode ser que não pare por aí, já que Thiago vai nadar ainda três provas. Neste Pan ou no próximo, ele é candidato a superar o ex-nadador Gustavo Borges e o mesatenista Hugo Hoyama (que compete no Rio). Com oito ouros pan-americanos no total de suas participações, eles são os recordistas nacionais. Thiago já tem sede pódios pan-americanos, mas nas outras duas vezes, em Santo Domingo/2003, não chegou ao posto mais alto: levou uma prata e um bronze.

Na época, tinha 17 anos. Hoje, aos 21, ele conta que já conseguiu bem mais do que sonhava. “Vim para o Rio e brinquei, dizendo que já tinha uma medalha de prata e outra de bronze, e que queria uma de ouro. Acabei conseguindo mais que isso, e está além do que eu esperava”, afirmou o nadador, logo após ser abraçado por Fernando Scherer, que estava no parque aquático como comentarista de televisão. “O Xuxa me falou que sabia que eu iria superar o seu recorde. Ele me inspirou na natação. Estou feliz”.

Aplaudido de pé, Thiago não se cansava de acenar para o público. Os pais e os dois irmãos mais velhos estavam lá, gritando seu nome. Mas quando ele está na água, não é fácil abalar sua concentração. “Sempre procuro me concentrar no que faço. Tento não me importar com o que acontece fora da piscina para que nada me atrapalhe. Muito levam problemas particulares para dentro d’água, mas eu esqueço e só foco na prova”.

A família, segundo ele, é sua grande incentivadora desde quando começou na modalidade, ainda garoto, num clube popular de Volta Redonda, Rio de Janeiro, sua cidade-natal. A primeira medalha veio aos 12 anos, de bronze. Logo depois, começaram a aparecer as primeiras vitórias, o que chamou a atenção do Minas Tênis Clube, de Belo Horizonte, para onde Thiago se transferiu em 2001.

Sobre o futuro, além de uma boa atuação na Olimpíada de Pequim/2008, Thiago pensa em cursar economia ou administração de empresas, se possível numa universidade nos Estados Unidos - país de sua banda de rock favorita, o Guns 'n Roses. “Gosto de administrar as coisas”. E depois do Pan? “Só pretendo descansar bastante. A maratona é grande”.

Patrocínio aumenta vida útil dos atletas e deixa natação "1000% melhor", avaliam ex-nadadores - A natação é o esporte em que os atletas brasileiros conquistaram mais medalhas até agora nos Jogos Pan-americanos: 16, sendo oito de ouro, três de prata e cinco de bronze. Fora os sete recordes pan-americanos, dez sul-americanos e o feito de Thiago Pereira, que tornou-se o recordista brasileiro de medalhas de ouro numa única edição, com cinco - superando o também nadador Fernando Scherer.

O resultado é conseqüência da estrutura a que os atletas têm acesso, da progressiva profissionalização do esporte e do patrocínio, segundo o ex-nadador Djan Madruga, que nunca levou o ouro, mas é o brasileiro que conquistou a maior quantidade de medalhas num único Pan, o de San Juan/79: três de prata e três de bronze. Mas ele conta que nem sempre foi assim. Patrocínio era algo raro, o que o atleta conseguia era apoio do clube para transporte e às vezes moradia, quando muito.

Desde 1991, a Confederação Brasileira de Desportos Aquáticos (CBDA) tem patrocínio dos Correios. No ano passado, o investimento no esporte foi de R$ 8 milhões. Este ano, com o Pan, aumentou para R$ 9,6 milhões. Quando a parceria começou, havia apenas 8 mil nadadores federados, número que hoje é de 82 mil.

"Hoje você tem um apoio financeiro muito grande, uma divulgação maior por parte da mídia e uma infra-estrutura bem maior", afirma o ex-nadador Djan Madruga. Viver do esporte era difícil e a carreira de um nadador acabava cedo, por volta de 24 anos, segundo ele. "Na natação você parava muito cedo, terminava a universidade e ia trabalhar, não dava para continuar".

Hoje, a possibilidade de se manter financeiramente apenas com o esporte aumenta a "vida útil" do atleta, de acordo com Djan Madruga. Ele cita o caso de Fabíola Molina, que tem 32 anos e nesse Pan conquistou medalha de prata nos 100m costas.

Outro veterano no esporte, o ex-nadador Ricardo Prado, que voltou para casa com duas medalhas de ouro e duas de prata do Pan de Caracas/83, conta que no tempo dele reinava o amadorismo. "Ainda era uma época amadora do esporte, estava engatinhando. O patrocínio, quando alguém conseguia, era uma ajudazinha. Então, certamente, você sendo um grande atleta não podia viver bem se dedicando apenas àquilo".

Sobre o momento atual da natação, Ricardo Prado se anima: "Acho que a coisa está 1000% melhor". Para ele, o governo e o setor privado descobriram que o esporte "é um bom negócio".

Foto: A vitória na sexta-feira, dia 20 de julho, nos 200 metros medley e a da equipe brasileira no revezamento 4 x 100 metros, o nadador brasileiro Thiago Pereira chega a cinco medalhas de ouro nos Jogos Pan-americanos do Rio de Janeiro.| Por: José Carlos Mattedi, Yara Aquino

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