Bombardeio de informações e postura crítica

A arte do convencimento.

O comportamento de uma sociedade deve ser pensado e repensado várias vezes numa tentativa de, no mínimo, corrigir maus hábitos. Se pararmos para refletir um pouco, veremos que nossa conduta é inúmeras vezes influenciada pela mídia, que apregoa hábitos de conduta e, até mesmo, pensamentos e concepções, sabe-se lá com quais intenções.

Não é tão difícil deduzir que tudo o que se divulga em muitos canais de comunicação, como a internet, a televisão, o rádio, os jornais impressos e as revistas, tem um fundo propagandístico que pretende vender produtos, serviços e, acredite, até ideias e conceitos.

Aconselho o professor a reservar uma aula para debater o assunto, de modo a fazer o aluno desenvolver uma postura crítica diante de tudo aquilo que lhe é exposto, dia após dia, pelas muitas propagandas nos meios de comunicação. Para isso, busque textos (ou produza-os você mesmo) na internet ou nas revistas e livros impressos, em que uma ação de marketing gerou uma reação de aquisição quase que imediata.

Com textos que tratam de assuntos assim, o professor terá argumentos suficientes para contribuir para a boa formação de seus alunos, questionando-os, por exemplo, sobre quantas vezes adquirimos algo só porque este algo está na moda, sem ao menos desenvolvermos uma postura crítica a respeito do objeto, ideias ou sentimentos a ser adquiridos.

As novelas, por exemplo, costumam ditar hábitos de comportamento à sociedade. Oriente-os a respeito delas, pois até a caracterização dos personagens (ou das personagens, como preferir) é feita de modo a firmar - e quem sabe até a perpetuar - modelos de como pensar e entender as mais diversas situações.

Esclareça que a questão não consiste em assistir ou não a novelas, filmes ou propagandas, mas sim em desenvolver uma forma de “filtro comercial”, de maneira que só fique em nós somente aquilo que conscientemente permitimos. O jovem precisa saber que essa postura não deve ser desempenhada apenas ante propagandas televisivas ou de algum outro modo, mas em todos os momentos de nossas vidas, pois é necessário filtrarmos todas as informações que nos bombardeiam diariamente, efetivadas nas mais diversas formas.

Um aluno bem-preparado em tais assuntos torna-se um cidadão consciente, que contribuirá para uma sociedade melhor. O professor, por sua vez, terá um aluno cada dia melhor em suas aulas, pois este compreenderá que até mesmo a maneira como age ante seus instrutores pode, também, sofrer interferências de modelos propagados por diversas fontes e que, muitas vezes, ele, como aluno, está reproduzindo comportamentos de outros, sem nem ao menos perceber.

. Por: Erika de Souza Bueno, editora e consultora pedagógica de Língua Portuguesa do portal Planeta Educação (www.planetaeducacao.com.br); professora de Língua Portuguesa e Espanhol pela Universidade Metodista de São Paulo; e articulista sobre assuntos de língua portuguesa e família.