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05/03/2011 - 07:11

Preço da cesta cai em nove capitais

Em fevereiro, os preços dos produtos alimentícios essenciais apresentaram queda em nove das 17 capitais onde o DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos [www.dieese.org.br] – realiza a Pesquisa Nacional da Cesta Básica. As principais ocorreram em Brasília (-2,02%) e Florianópolis (-2,07%). Nas demais onde houve alta, destacam-se Acaraju (4,32%), Curitiba (3,36%) e Recife (3,20%).

Mesmo com leve retração nos preços (-0,03%), São Paulo continua a cidade mais cara quando os preços da cesta básica são comparados por capital. Em fevereiro, a cesta custou R$ 261, 18 na capital paulista. Porto Alegre, cuja cesta apresentou aumento de 0,71%, foi a segunda cidade mais cara (256,51); Manaus, a terceira, com R$ 252,75, e Brasília, a quarta, com R$ 250,48. Aracaju (R$ 190,66) foi a única capital onde os produtos básicos custaram menos de R$ 200,00.

Com base no custo mais elevado apurado para a cesta básica, no caso a de São Paulo, e considerando a determinação constitucional que estabelece que o salário mínimo deveria suprir as despesas de um trabalhador e sua família com alimentação, moradia, saúde, educação, vestuário, higiene, transporte, lazer e previdência, o DIEESE estima mensalmente o valor do salário mínimo necessário. Em fevereiro, o menor valor pago deveria ser de R$ 2.194,18, o que corresponde a 4,06 vezes o mínimo em vigor, de R$ 540,00, valor muito próximo ao de janeiro (R$ 2.194,76).

Em fevereiro de 2010, o valor era de 2.003,30 (3,92 vezes o mínimo vigente de R$ 510,00).

Variações acumuladas- Em fevereiro, todas as 17 capitais pesquisadas apresentaram variações acumuladas positivas em 12 meses. Apenas três localidades registraram altas abaixo de 10,0%: Salvador (6,15%), Porto Alegre (7,57%) e Vitória (9,60%). Em duas cidades o aumento superou 20,0%: Goiânia (26,70%) e Fortaleza (20,84%).

Cesta x salário mínimo- Para comprar os alimentos essenciais, um trabalhador que ganha salário mínimo precisou cumprir, em fevereiro, na média das 17 capitais, jornada de 95 horas e 09 minutos, praticamente o mesmo tempo de trabalho de janeiro (95 horas e 3 minutos). Em fevereiro de 2010, a jornada exigida era bem menor: 88 horas e 52 minutos.

Quando a comparação é feita com o salário mínimo líquido (após o desconto da parcela correspondente à Previdência), o resultado é semelhante. Em fevereiro, o custo médio da cesta representou 47,01% do mínimo líquido, muito próximo de janeiro, quando ficou em 46,96%, e bem maior que a de fevereiro de 2010, ocasião em que representava 43,91% do rendimento, após os descontos.

Comportamento dos preços-Os preços de vários produtos de maior peso na cesta apresentaram redução em fevereiro. O principal deles, a carne, barateou em 14 capitais na comparação com janeiro. As maiores quedas ocorreram em Natal (-6,91%), Rio de Janeiro (-5,32%) e Fortaleza (-4,31%). Os aumentos foram apurados em Aracaju (3,43%), Porto Alegre (3,17%) e Curitiba (2,78%). No período anual, o produto teve alta em todas as 17 capitais pesquisadas, na maioria delas, superior a 20%, como em Goiânia (33,95%), Fortaleza (29,83%), Rio de Janeiro (27,40%) e Belo Horizonte (26,79%). A menor elevação anual é a de Aracaju (10,50%).

Após um período de preços extremamente elevados provocado pela demanda internacional e a estiagem em meados do ano passado, agora com os bons pastos, há mais gado em condições de abate, o que contribui para a redução dos preços. É possível que o produto continue a baratear nos próximos meses.

O feijão ficou mais barato em 15 capitais na comparação com janeiro. As maiores variações negativas foram registradas em Salvador (-23,58%), Fortaleza (18,87%), Belém (-13,55%), Recife (-13,49%) e Belo Horizonte (-12,66%). Em Porto Alegre foi observado o único aumento (1,66%) e em Florianópolis, o preço do produto não apresentou variação. Já no período anual, os aumentos ocorreram em 16 regiões e em algumas localidades foram muito elevados, como em Aracaju (69,01%), Manaus (51,86%), Goiânia (45,28%) e Natal (41,09%). O barateamento foi constatado somente em Belém (-6,53%).

A seca prolongada em julho e agosto atrasou o plantio e provocou a diminuição da safra, seguida de intensas chuvas que prejudicaram a colheita. Contudo, o preço do produto vem sendo reduzido e deve continuar assim nos próximos meses, se o clima se mantiver favorável.

O arroz caiu de preço em 10 capitais. As reduções mais significativas foram as de Porto Alegre (-3,98%), João Pessoa (-3,79%) e São Paulo (-3,52%). Houve alta em outras três: Manaus (3,31%), Florianópolis (1,64%) e Belo Horizonte (1,60%). Nas demais cidades, o preço do produto ficou estável. Em 12 meses, houve barateamento em 13 capitais, principalmente em Porto Alegre (-16,75%), Vitória (-15,59%), João Pessoa (-12,43%) e Salvador (-10,00). Os aumentos foram registrados em Manaus (3,31%), Goiânia (2,25%), Aracaju (1,76%) e Belém (1,31%). Nos últimos meses, o preço do produto tem baixado em função das boas safras, que permitem estoque regulador.

Apesar de não ser um alimento de grande peso na cesta, o tomate, com alta em 15 capitais, em algumas, elevadíssimas, passou a influenciar fortemente o custo da cesta devido aos grandes aumentos. As maiores elevações no preço do produto em fevereiro ocorreram em Recife (31,98%), Belo Horizonte (30,71%), São Paulo (27,01%, Curitiba (26,90%) e Aracaju (26,67%).

Em Manaus (-1,58%) e Florianópolis (-7,50%) houve queda de preço. Também no período anual, elevações foram observadas em 15 capitais, em algumas localidades, extremamente altas, como em Goiânia (96,77%), Aracaju (51,45%), Natal (44,83%) e Fortaleza (39,81%). O clima, com intensas chuvas, prejudicou muito o cultivo, com redução da oferta e produtos com péssima apresentação, atacados por pragas.

O óleo de soja encareceu em fevereiro em 15 localidades, com as maiores altas encontradas em Salvador (6,62%), Curitiba (5,02%) e Fortaleza (4,42%). Em Natal (-0,33%) e Florianópolis (-1,35%) ocorreram as duas quedas. No período anual, o produto teve aumento em todas as capitais, com destaque para Goiânia (29,77%), Curitiba (23,16%), Salvador (22,36%) e São Paulo (18,97%).

O açúcar aumentou em 11 cidades na comparação com janeiro. As maiores altas foram em Aracaju (9,81%), Salvador (4,46%) e Porto Alegre (4,27%). Das cidades com redução no preço do produto destacam-se Florianópolis (-4,92%) e São Paulo (-3,00%). Os aumentos em 12 meses também ocorreram em 11 capitais, mas com taxas mais expressivas, como em Fortaleza (34,13%), Brasília (25,11%) e Goiânia (19,77%). Entre as localidades com reduções, destacam-se Manaus (-6,57%) e Florianópolis (-6,69%). O açúcar tem grande demanda do mercado internacional e preços em alta lá fora afetam também o mercado nacional.

O preço do pão apresentou alta em 7 capitais, redução em outras 7 e estabilidade em três, em fevereiro. Os maiores aumentos são de Porto Alegre (3,85%), Aracaju (2,64%) e Recife (2,32%) e as maiores reduções, de Brasília (-4,99%), Fortaleza (-1,64%) e Salvador (-1,60%). No período anual, o produto aumentou de preço em 16 capitais, com destaque para Florianópolis (13,43%) e Fortaleza (11,83%). A única redução foi observada em Salvador (-6,83%). O Brasil não é autossuficiente na produção de trigo e também enfrentou a quebra na safra, especialmente no Rio Grande do Sul, devido à seca prolongada. No mesmo período, a farinha de trigo, cujos preços são pesquisados nas nove cidades do Centro-Sul, teve aumento em todas as cidades, com destaque para São Paulo (24,23%), Rio de Janeiro (21,67%) e Curitiba (

São Paulo- O custo da cesta básica, na capital paulista, foi o mais alto entre as capitais pesquisadas (R$ 261,18) por cinco meses consecutivos. Em fevereiro, houve pequena redução no custo da cesta de -0,03% e no acumulado de dois meses, janeiro e fevereiro, a queda foi -1,50%. A variação anual, entretanto, é ainda muita elevada: 13,73%

Em fevereiro, apenas quatro produtos tiveram os preços aumentados. O tomate subiu 27,01%, a farinha de trigo, 1,57%, o óleo de soja, 1,47% e o leite, 0,48%. Outros nove produtos baratearam: manteiga (-11,47%), feijão (-6,55%), arroz (-3,52%), carne (-3,49%), café (-3,17%), açúcar (-3,00%), banana (-1,69%), batata (-0,56%) e pão (-0,15%).

No período anual, entretanto, a maioria dos produtos (10 entre 13) aumentaram os preços: tomate (29,85%), carne (24,64%), farinha de trigo (24,23%), feijão (23,96%), óleo de soja (18,97%), banana (13,65%), pão (10,82%), leite (8,69%), o açúcar (4,63), café (0,94%).

O trabalhador paulistano remunerado pelo salário mínimo comprometeu, em fevereiro, 106 horas e 24 minutos da jornada mensal com a compra dos alimentos básicos, tempo praticamente igual ao de janeiro (106 horas e 26 minutos) e maior que o de fevereiro de 2010 (99 horas e 4 minutos).

Raciocínio semelhante pode ser efetuado quando se compara o custo da cesta e o salário mínimo líquido, ou seja, após o desconto referente à Previdência Social. Esta relação correspondia a 52,57%, em fevereiro deste ano, resultado quase idêntico ao de janeiro, 52,59% em janeiro, mas bem superior ao fevereiro de 2010, quando ficou em 48,99%. [www.dieese.org.br].

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