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05/03/2011 - 08:11

O centenário feminino

Do patriarcal ao moderno, a força da mulher está na rotina de filhos, maridos, e mercado.

O Dia Internacional da Mulher, celebrado na data de 8 de março em homenagem a todas as mães, cuidadoras e trabalhadoras, teve uma trajetória de lutas e conquistas que se intensificou nos últimos cem anos. No dia 25 de março de 1911, em Nova York, uma tragédia repercutiu nos quatro cantos do mundo e simbolizou os tratos com o sexo feminino na época. Na fábrica Triangle Shirtwaist Company, 146 operárias, de 13 a 25 anos, na maioria imigrantes italianas e judias, morreram em um incêndio que questionou o trabalho operário americano e o abuso, inclusive, físico e sexual das mulheres da época. Foi um marco na história e, de lá para cá, o reconhecimento intelectual vem posicionando o papel feminino nos mais variados segmentos de atuação no mercado.

As mulheres hoje na sociedade - No centenário da tragédia, as mulheres conseguem tocar a vida pessoal e a vida profissional, sendo mães, assumindo postos importantes de gestão e, ainda, serem donas de casa, filhas, irmãs, amigas, companheiras, amantes de seus maridos. Uma multiplicidade de tarefas conciliadas no equilíbrio da razão e da paixão.

A emancipação feminina iniciou há cerca de 100 anos e teve, depois disso, um pico entre as décadas de 60 e 70, pelo uso da pílula anticoncepcional e a preocupação social com os cuidados pré-natais, violência doméstica, discriminação, assédio e estupro. Dos anos 90 até os dias atuais, outras perspectivas estão modificando, ainda, a sociedade em relação à cultura e o direito feminino. Após vários movimentos, mostra a autora Patrícia Rocha, da obra ‘Mulheres sob todas as luzes: a emancipação feminina e os últimos dias do patriarco’, a sociedade está, enfim, aprendendo a caminhar com os próprios pés nos terrenos movediços da independência.

Ainda presente na cultura islâmica, a ideologia patriarcal determinou no passado que as mulheres se submetessem aos homens na divisão das tarefas. Contudo, escreve a autora Patrícia Rocha, “ao conquistarmos novos direitos, surgiram muitas responsabilidades que nos cobraram um comportamento mais ativo, audacioso e corajoso diante da vida”. O resultado apareceu no voto, na arte, no serviço militar... E, neste ano, na presidência da República.

Representatividade feminina - Elas já ocupam cargos importantes nas companhias, são executivas, diretoras. Ainda assim, o IBGE – Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística apontou um abismo salarial, ainda, entre os sexos. Em 2010, as mulheres receberam 72,3% do salário médio dos homens. De acordo com notícia publicada no Portal IG no dia 27 de janeiro deste ano, pouco avanço na razão de 70,8% registrado em 2003.

Contudo, força de vontade não falta. No serviço militar, a partir de 1996 quando foram aceitas mulheres nos grupos do Exército, em menos de dez anos, a participação feminina aumentou de 49 para 3086, segundo dados da instituição, em 2001. Em 2008, já representavam 15% do efetivo das polícias civil e militar.

Sem volta, a rotina da mulher moderna já não é questionada. O desafio, para elas, é manter esse novo papel, que tem a idade de um centenário, apenas, com a feminilidade e a ternura dos tempos antigos, do qual o mundo tanto precisa e do qual elas, somente elas, têm o dom de cultivar.

.Por: Erica Brandt, psicóloga e terapeuta.

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