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Projeto Nego D´água: Barco escola atuará no Lago do Lajeado

O convênio para desenvolvimento do projeto Nego D’Água foi assinado dia 23 de novembro, pelos representantes das instituições executoras e patrocinadoras. O Projeto é uma iniciativa da TNC (The Nature Conservancy), GAIA (Associação de Conservação do Meio Ambiente e Produção Integrada de Alimentos da Amazônia), FACTO (Faculdade Católica do Tocantins) em parceria com o MPE-TO (Ministério Público do Estado do Tocantins), com apoio financeiro da Investco e Celtins, e tem como objetivo consolidar e promover a gestão integrada dos recursos naturais do reservatório da Usina de Lajeado, visando aumentar a vida útil do reservatório e garantir a qualidade de vida dos habitantes da região. O trabalho será realizado em uma área de 4 milhões de hectares em seis municípios de influência, totalizando mais de 300 mil pessoas indiretamente envolvidas e será executado em 4 anos pelo conjunto das organizações envolvidas.

A Idéia- O trabalho começou a partir das primeiras discussões sobre os impactos do lago na vida dos moradores da região, explica Lúcia Leiko, da GAIA, uma das instituições idealizadoras do projeto. Foram mais de três anos de debates sobre a idéia, mas somente neste ano foi possível formar a aliança necessária para o início dos trabalhos concretos. Ainda assim, muitas outras parcerias precisam se concretizar para que o projeto tenha os resultados esperados. O projeto surgiu em decorrência da necessidade de se ter um plano de gestão ambiental do Lago. A comunidade dos seis principais municípios do entorno do reservatório ainda não está habituada ao ambiente de lago agora presente e pode, com ações incorretas, provocar a contaminação da água, erosão do solo, assoreamento do reservatório e uma série de impactos negativos que comprometerá diretamente a qualidade de vida de mais de 300 mil pessoas.

O Projeto Nego D’Água trabalhará para estabelecer bases científicas, técnicas e políticas para a conservação e o manejo ambiental e socialmente sustentável dos recursos naturais do lago da UHE Lajeado e seu entorno, além de criar um sistema de capacitação da população usuária dos recursos hídricos desse reservatório.

Os envolvidos - Evandro Coura, presidente da Investco, acredita tratar-se de um projeto ousado que propõe uma nova concepção de desenvolvimento: “São novos conceitos, idéias e ações que permitem crescimento econômico com sustentabilidade, união imprescindível para se escrever as páginas de um futuro moderno e responsável para o Tocantins.”

A participação da Celtins é conseqüência de sua política de responsabilidade social que, há anos, apóia iniciativas de educação e preservação ambiental que beneficiam a comunidade para a qual presta serviços.

Para o Ministério Público Estadual, o foco da participação no Projeto será a defesa da integridade das áreas protegidas por lei, como reservas legais, áreas de preservação permanente e unidades de conservação do entorno, além da prevenção e o controle da poluição e da pesca predatória no lago.

João Campari, diretor da TNC, diz que o que se espera é que ao fim do projeto ocorram mudanças nas políticas públicas locais de gestão ambiental e gestão socioeconômica do lago e seu entorno, além de favorecer o desenvolvimento de meios de vida sustentáveis dos moradores da região. O trabalho também pode contribuir com a redução dos impactos ambientais do uso múltiplo do reservatório, com o melhoramento dos sistemas relacionados ao monitoramento.

Luiz Damas, diretor da FACTO, faz questão de deixar claro que o projeto possui três componentes e somente o componente três está recebendo recursos para sua execução, o que demandará um esforço dos parceiros para a viabilização do projeto como um todo. Essa primeira parte a ser implementada é um barco escola/pesquisa que percorrerá os municípios do entorno do reservatório.

Componentes do projeto: Componente 1 – (FACTO) Pesquisa e difusão de informações sobre o lago: por meio de estudos socioambientais, econômicos, jurídicos e de uso do solo pretende indicar as atividades produtivas mais adequadas para a conservação do lago e contribuir para a adoção da gestão integrada dos recursos naturais desse ecossistema, fornecendo informações para o desenvolvimento de sistemas de manejo, monitoramento e controle. Enfim, propiciando o surgimento de políticas públicas locais voltadas para a conservação do lago.

Componente 2 – (TNC) Planejamento da paisagem do entorno do reservatório: Numa área de 4 milhões de hectares, pegando as nascentes dos principais rios que deságuam no reservatório, esse componente visa estimular a efetiva regularização das reservas legais e que ao mesmo tempo estas se integrem no arranjo da paisagem, contribuindo no processo de formação de corredores ecológicos e mosaicos de áreas protegidas. Visa também criar mecanismos em que os aspectos ecológicos, legais e socioeconômicos sejam levados em consideração nos processos de locação destas áreas. A proposta é conciliar os avanços tecnológicos existentes, os princípios da ecologia da paisagem e o uso dos instrumentos econômicos voltados ao estímulo da conservação da biodiversidade.

Componente 3 – (GAIA) Gestão sustentável do lago: sensibilizar e orientar para o uso sustentável do lago e seu entorno, com a formação de jovens, administradores públicos municipais e estaduais, estudantes e população em geral para participar ativamente na gestão do lago. Por meio desse componente espera-se incentivar e desenvolver sistemas inovadores de manejo dos recursos naturais e fortalecer as organizações de base para a gestão desses recursos. Visa também criar uma articulação social para a recuperação de pontos de degradação do lago. O forte desse componente é a implantação de um barco escola que possa servir como base para capacitações e ponto de apoio para implantação de atividades produtivas sustentáveis, realização de controle ambiental e instrumento para a coleta de material para a realização de pesquisas ligadas à ictiofauna, liminologia dentre outras.

Nego D´água, a lenda - O Nego D´água é uma figura lendária do folclore brasileiro que vive nas profundezas do rio. Dizem os moradores ribeirinhos que ele costuma virar as canoas dos pescadores que teimam em pescar durante a Piracema, que utilizam técnicas de pescaria que prejudicam o ambiente das águas ou que poluem o meio ambiente dos rios e seu entorno.

The Nature Conservancy (TNC) é uma das mais antigas ONGs ambientais do mundo, criada em 1951. Presente no Brasil desde 1988, a TNC desenvolve projetos nos principais biomas brasileiros (Amazônia, Mata Atlântica, Cerrado, Pantanal e Caatinga). Com atuação em 28 países, a TNC trabalha para proteger mais de 107 milhões de hectares. Site: www.tnc.org.br

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