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24/07/2007 - 09:17

Progesterona reduz olho seco

Estudo inédito mostra que incidência de olho seco é 37% maior entre mulheres que fazem reposição hormonal só com estrogênio na pós-menopausa.

Uma em cada cinco mulheres com idade entre 45 e 55 anos é portadora da síndrome do olho seco, enquanto que entre homens na mesma faixa etária a prevalência é de 15%. Os sintomas são ressecamento, coceira, queimação, sensação de areia nos olhos, visão embaçada e maior sensibilidade à luz.

De acordo com o oftalmologista do Instituto Penido Burnier, Leôncio Queiroz Neto, com o avanço da idade a produção lacrimal diminui a ponto de aos 65 anos muitas pessoas chegarem a produzir até 60% menos lágrima do que aos 18 anos. A produção de filme lacrimal, observa, pode ser estimulada através de alimentação rica em Ômega 3 encontrado em semente de linhaça e nozes, além da ingestão de frutas e legumes que contém as vitaminas A e E. Ele explica que os fatores de risco para contrair a síndrome são: uso intensivo de computador, exposição excessiva ao ar condicionado, lentes de contato, medicamentos para hipertensão, digestão, depressão, alergia ou pílula anticoncepcional, além de doenças sistêmicas como lúpus, síndrome de Stevens-Johnson e penfigóide.

Entre mulheres, ressalta, a prevalência da síndrome do olho seco é maior devido à queda dos hormônios femininos que caracteriza a menopausa. A incidência é 37% maior nas que fazem reposição hormonal só com estrogênio do que nas que associam progesterona ao tratamento. Este é o resultado de um levantamento feito por Queiroz Neto nos últimos dezoito meses com 486 mulheres na faixa etária de 42 a 52 anos. Dessas, 154 (32%) faziam reposição hormonal com estrogênio e progesterona e 7% eram portadoras de olho seco. Já nas 332 (68%) restantes que só usavam estrogênio o índice observado foi de 9,6%, atingindo 32 pacientes.

Hormônio age em duas camadas da lágrima - A síndrome do olho seco é uma alteração em um dos três ingredientes da lágrima – gordura, água ou proteína. O especialista diz que a camada mais externa é a de gordura que impede a evaporação da lágrima. A aquosa tem a função oxigenar e nutrir a córnea, protegendo os olhos dos agentes externos e a protéica permite a aderência da lágrima à superfície ocular. Queiroz Neto afirma que a progesterona aumenta a retenção de água no organismo. Este fator e a produção regular da mucina, glicoproteína responsável pela viscosidade da lágrima, explicam a redução da síndrome do olho seco entre mulheres que fizeram reposição hormonal associando progesterona ao estrogênio. Isso porque, observa, o teste de “Break Up Time”, ou Tempo de Quebra do filme lacrimal demonstrou melhor estabilidade do filme lacrimal nessas pacientes.

Para diagnosticar a síndrome, o especialista diz que o mais comum é fazer o Teste de Schirmer. Consiste em colocar na base do olho papel filtro centimetrado que indica a doença quando depois de 5 minutos menos de um terço fica molhado.

Perfil clínico determina o melhor tratamento - Queiroz Neto ressalta que quando o assunto é saúde não existe verdade absoluta. Enquanto a reposição hormonal faz bem a muitas mulheres, observa, pode ser proibitiva para quem tem histórico familiar de câncer ginecológico, já fez extração do útero, tem hipertensão arterial, entre outros fatores. Outra alternativa de tratamento é o uso lágrima artificial (colírio que substitui a lágrima) na fase inicial da síndrome. Quando o desconforto noturno é grande, o uso de vaselina antes de se deitar ajuda a lubrificar melhor os olhos, afirma. Para pacientes que apresentam inflamação da glândula lacrimal o tratamento é feito com colírio à base de ciclosporina por um período de seis meses. Nos casos mais graves, ressalta, os canais lacrimais podem receber plugs que são colocados pelo médico ou passarem por cauterização cirúrgica.

Dicas de prevenção - Para quem já tem a síndrome as dicas do médico para impedir o agravamento que pode causar lesões na córnea são: Evitar bebidas alcoólicas e as que contêm cafeína.|Colocar um recipiente com água nos ambientes para aumentar a umidade relativa do ar. | Usar cremes hidratantes na pele evitando o contato com a mucosa ocular. | Proteger os olhos com máscara caso use ventilador ou ar condicionado no quarto. | Evitar lágrima artificial e vaselina com conservante Beber água com freqüência. | Adotar a suplementação de Ômega 3 encontrado em semente de linhaça e nozes.

Para prevenir o surgimento do olho seco, Queiroz Neto afirma que todos estes procedimentos devem ser seguidos, além das dicas: Dieta rica em vitaminas A e E encontradas em frutas, verduras e legumes. | Evitar carne bovina, carboidratos e gordura. | Proteger os olhos do vento, poeira, sol, fumaça e produtos em spray. | Eliminar o uso de aquecedor de ar sempre que possível. | Evitar o uso de travesseiros de pena e produtos em pó, especialmente se for alérgico.

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