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18/03/2011 - 09:35

Dor crônica: tratamento é possível

Problema que atinge cerca de 55 milhões de brasileiros pode ser tratado com a ajuda de medicamentos e terapias.

Segundo dados da Organização Mundial de Saúde (OMS), a dor crônica afeta 30% da população do mundo, sendo uma das queixas mais comuns nos consultórios médicos, atendimentos de urgência e ambulatórios. A doença influi negativamente na vida das pessoas, já que as incapacita para o trabalho e prejudica as atividades diárias, sociais e afetivas. A boa notícia é que o problema tem tratamento, sendo possível aliviar a dor e melhorar a qualidade de vida dos pacientes.

A dor crônica é diferente da dor aguda, que é uma sensação desagradável que ocorre quando há uma lesão ou dano a um tecido. Por exemplo, quando há um corte ou uma queimadura, a dor aguda permanecerá por um tempo, mas logo depois desaparecerá. No caso da dor crônica, é diferente, como explica a neurologista Carla Jevoux: . Trata-se da doença por si só, ou seja, a dor torna-se contínua ou recorrente, persistindo mesmo depois da resolução do que a causou, podendo durar meses e até anos. Essa dor afeta a qualidade de vida e suas consequências são inúmeras: ansiedade, depressão, distúrbios do sono, dificuldade para andar e se movimentar, irritabilidade, desconfiança, prejuízos na vida familiar e profissional, além do aumento com os custos em saúde. A dor crônica também pode agravar doenças pré-existentes e diminuir a imunidade do organismo, sendo uma porta de entrada para outros distúrbios físicos e psicológicos.

A doença, caracterizada por uma dor intensa localizada em alguma região do corpo, pode ser causada por múltiplos fatores, que vão desde cefaleia (dor de cabeça), lombalgia e fraturas, até neuropatia diabética e acidente vascular cerebral. As doenças degenerativas, como osteoporose e reumatismo, também predispõem ao surgimento da dor. Estima-se que 80% dos idosos possuam algum tipo de problema de saúde que favorece o aparecimento da dor crônica.

. A dor neuropática é causada por lesão no sistema sensitivo periférico ou central do organismo e é secundária a diferentes causas. Os mecanismos envolvidos na percepção da dor crônica são muitos e, cada vez mais, pesquisas tentam entender esses caminhos para que novas medicações e tratamentos estejam disponíveis -, comenta a neurologista.

Tratamento- O tratamento da dor crônica não é simples, visto que sua eficácia nem sempre é garantida. De acordo com a Dra. Carla Jevoux, apesar do avanço e do grande número de pesquisas, apenas 50% dos pacientes doentes apresentam controle satisfatório da dor.

O objeto primordial do tratamento deve ser a melhora da qualidade de vida dos pacientes. Para isso, várias medicações estão disponíveis, como antiinflamatórios hormonais ou não hormonais, antidepressivos, analgésicos, miorrelaxantes, entre outros, que devem ser utilizados de acordo com a necessidade de cada um.

- Entre os fármacos mais novos para o tratamento da dor crônica, encontram-se a pregabalina, que reduz consideravelmente a dor, e a duloxetina, eficiente no combate a depressão e a outros distúrbios -, complementa a especialista.

Além do tratamento medicamentoso, o médico pode recomendar outras terapias para acompanhar ou, até mesmo, para substituir os remédios. Algumas opções são: laserterapia, estimulação elétrica transcutânea, ondas curtas, ultrassom, acupuntura, injeção de anestésicos, entre outras.

Segundo a Dra. Carla Jevoux, não há a necessidade de uma associação de tratamentos, visto que um único medicamento pode resolver o problema da dor crônica. O que acontece é que, geralmente, os pacientes que sofrem dessa doença já recorreram a diversos médicos e tipos de tratamento, fazendo com que a combinação de fármacos e terapias resulte em um efeito aditivo.

- A combinação de técnicas analgésicas e medicamentos de diferentes classes vem ganhando espaço no tratamento da dor crônica. A associação de fármacos que possuem diferentes mecanismos de ação pode melhorar o efeito analgésico e diminuir os efeitos colaterais, pois permite diminuir a dose total de cada medicamento -, finaliza a neurologista.

Dra. Carla Jevoux – neurologista - Graduada em Medicina pela Fundação Oswaldo Aranha/Escola de Ciências Médicas de Volta Redonda, a Dra. Carla Jevoux tem especialização em Neurologia pelo Instituto de Pós Graduação Médica Carlos Chagas, do Hospital da Beneficência Portuguesa, no Rio de Janeiro, e mestrado e doutorado em Neurologia pela Universidade Federal Fluminense (UFF). É médica do Ambulatório de Investigação em Cefaleias do Hospital Universitário Antônio Pedro, da UFF, e secretária da Sociedade Brasileira de Cefaleia. Tem experiência na área de Medicina, com ênfase em Neurologia, atuando principalmente nos seguintes temas: cefaleia, traumatismo crânio-encefálico, migrânea, cefaleia pós-traumáti ca crônica e neoplasia.

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