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24/07/2007 - 10:20

Produtores apontam soluções para lavouras de soja ameaçadas de segregação em regiões gaúchas

A possibilidade de que o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) exclua cerca de 70 municípios do Rio Grande do Sul da área de zoneamento agrícola de soja, especialmente das regiões Fronteira Sul e Missões, está alarmando as lideranças agrícolas estaduais e nacionais, uma vez que a decisão conflita com o empenho governamental de incentivar a tecnologia agrícola no País. A argumentação para a aplicação da medida seria o agravamento da perda média de produção, hoje ao redor de 20%, e estado de solo com baixa capacidade de armazenamento de água (tipo 2).

"O Brasil já dispõe de alternativas técnicas para possibilitar o plantio em regiões carentes de chuvas garantindo a produtividade. Aqui se incluem o uso de cultivares adaptadas à região, com qualidade e procedência certificadas, assim como técnicas agrícolas como as do plantio direto, rodízio de culturas, assistência técnica intensiva e outras", informa Ywao Miyamoto, presidente da Abrasem – Associação Brasileira de Sementes e Mudas. Para ele, não é sensato simplesmente excluir o plantio sem, antes, dar oportunidade para usarem a tecnologia existente.

O temor dos gaúchos é de que, pelos critérios em estudo pelo governo – áreas com perda superior a 20% nos últimos 15 anos e solo tipo 2 –, a área segregada pelo zoneamento agrícola da soja poderá, no futuro, atingir 1 milhão de hectares plantados de soja em 200 municípios, se o mesmo o mesmo critério for utilizado. "Isso pode vir a representar 25% de toda a lavoura gaúcha de soja", avalia Narciso Barison Neto, presidente da Associação dos produtores e Comerciantes de Sementes e Mudas do Rio Grande do Sul – Apassul. Para ele, a segregação seria "uma decisão muito simplista diante das inúmeras possibilidades de incentivo à agricultura tecnificada nas regiões atingidas pela seca e empobrecimento do solo”.

Além disso, segundo Miyamoto, a injustiça pode ser observada quando se nota que na mesma região há inúmeros agricultores com alta tecnologia e produtividade penalizados, o que demonstra o equívoco da medida. “A solução é o uso de tecnologia, principalmente de sementes certificadas recomendadas pela pesquisa para a região, porque os agricultores gaúchos guardam sementes de baixa qualidade, variedades não recomendadas, usando muito sementes piratas ou grão salvo. Outra possibilidade seria oferecer proagro ou financiamento somente para aqueles que utilizarem 100% de tecnologia”, conclui.

O presidente da Abrasem, Ywao Miyamoto, ressalta que é solidário à posição da FARSUL na luta contra essa implantação. Acredita, no entanto, que essa segregação não vá se concretizar, à medida que as lideranças agrícolas apontem ao governo as alternativas para melhora de produtividade nas regiões atingidas. Para ele, o governo deveria ampliar as exigências de uso de tecnologia e não castigar quem já usa tecnologia e que pode ser prejudicado pela medida.

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