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18/03/2011 - 10:36

Um olhar mais zen

Quando pensamos em Criatividade, é comum vir a cabeça a imagem de jovens excêntricos, lutando contra o sistema para chegar as suas inovações. “A cultura ocidental, especialmente após o modernismo, associa a criatividade à mudanças grandiosas, quebra de modelos, e até um pouco de loucura.

Por outro lado, a cultura oriental valoriza o aprendizado e o caminho que um indivíduo segue em sua vida. Ao invés de caos e confusão, a imagem é do mestre em completo domínio de si mesmo e sua arte. De ensinamentos religiosos a obras voltadas para a batalha, como a arte da guerra e o livro dos cinco anéis, podemos encontrar uma grande valorização em encontrar e aceitar o lugar e papel de cada indivíduo.

O que isso quer dizer para a Criatividade? Quando muitas pessoas ou empresas procuram ser criativas, é comum a tentativa de mudança vir acompanhada de uma grande ansiedade. Problemas são carregados de outras esferas da vida para aquela situação específica. Questões que não deveriam influenciar causam preocupação. Problemas secundários e sem importância desviam o foco das atenções, estressando o grupo sem necessidade.

Nesse momento, o conceito de “esvaziar a mente” ajuda. “Você é a soma de todas as experiências e aprendizado que teve até hoje. De vez em quando, no entanto, nossas cabeças ficam cheias demais. Dos 100 e-mails por dia que chegam em sua caixa postal, à preocupações financeiras, de carreira, se um projeto será aprovado ou não, se uma ideia dará certo ou não... Esses são somente alguns fatores que podem ocupar espaço indesejado em sua mente quando você está tentando criar algo novo.” Contam os autores. “Em nosso livro, falamos do valor de aprender a olhar apenas aquela questão específica que você enfrenta, aprendendo a filtrar os outros problemas e preocupações de sua mente. Se um samurai pode aprender a segurar sua espada de uma forma mais relaxada enquanto espera seu inimigo, você também podem aprender a fazer o mesmo em uma reunião.”

Segundo Fábio e Michel, muitas tentativas de mudança dão errado porque simplesmente há muitas preocupações ao mesmo tempo. “É por isso que muitas inovações vêm de empresas pequenas sem muito a perder, e também porque muitas empresas grandes aprenderam a isolar suas equipes e tentativas de inovações do restante da empresa”. Há lugar e tempo para tudo, e quando se está tentando criar algo novo, é preciso aprender a decidir o que importa e o que não importa naquele momento.

Muitas preocupações tem a ver com a dúvida se as coisas não deveriam já estar melhores, se não estamos perdendo tempo, se não deveríamos avançar mais rápido. De novo, os autores recorrem à linguagem oriental: “Conceitos como o Karma nos mostram que há coisas que podemos mudar no momento e coisas que não podemos. Ainda assim, temos livre-arbítrio para fazer aquilo que está ao nosso alcance e colher os frutos de nossas ações.” Em outras palavras, isso quer dizer que mudanças também podem acontecer de forma gradual, com pequenos passos em direção de onde se quer chegar. Tentar dar passos grandes demais, sem respeitar a situação atual, pode acabar trazendo resultados negativos e sofrimento para as pessoas envolvidas.

Lembre-se: Mudar pode parecer difícil, mas vale a pena. Da próxima vez que estiver pensando em fazer algo criativo, respire fundo, procure relaxar seus músculos, feche o e-mail, se preciso desligue o telefone, e observe apenas o problema que quer resolver. Com o tempo você aprenderá a manter uma postura mais relaxada em situações de mudança - e estará a caminho de grandes conquistas.

Os autores - Fábio Zugman é paulistano e tem 31 anos. É professor universitário, doutorando em Administração pela FEA-USP e Mestre em Administração pela UFPR. É autor dos livros Administração para profissionais liberais (Elsevier, 2005); Governo eletrônico: saiba tudo sobre essa revolução (Livro pronto, 2006); O mito da criatividade (Elsevier, 2008); e coautor de Dicionário de termos de estratégia empresarial (Atlas, 2009).

Michel Turtchin é paulistano e tem 31 anos, trabalha com a criatividade todos os dias. É formado pela Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM). Fundador e Chief Creative Officer da Online Performance Group, empresa reconhecida internacionalmente pela inovação.

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