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18/03/2011 - 11:22

Comédia ‘As Centenárias’

Com Marieta Severo e Andréa Beltrão, volta ao Rio após longa turnê pelo país. Espetáculo acumula onze prêmios e 150 mil espectadores.

Maior sucesso da temporada teatral carioca em 2007, a comédia ‘As Centenárias’, estrelada por Marieta Severo e Andréa Beltrão, volta a ser apresentada no Rio de Janeiro a partir do dia 25 de março depois de uma longa turnê ao redor do Brasil. Por um desejo das atrizes de levar a peça a um público que não costuma freqüentar os teatros da Zona Sul, o espetáculo ficará em cartaz até o dia 24 de abril no João Caetano, no Centro da Cidade. Com onze prêmios na bagagem e assistido por mais de 150 mil espectadores, a comédia recebeu elogios da crítica Bárbara Heliodora, que o qualificou como o mais alegre daquele ano.

A amizade de Marieta Severo e Andréa Beltrão tem cerca de 20 anos, mas por conta da enorme cumplicidade que possuem dentro e fora dos palcos elas costumam dizer que já se conhecem há mais de um século. Inspirado na relação das duas – e a pedido delas –, o premiado autor Newton Moreno escreveu a comédia ‘As Centenárias’, que marca a volta das atrizes ao gênero e à parceria com o diretor Aderbal Freire-Filho, iniciada há seis anos na bem-sucedida montagem de ‘Sonata de Outono’.

Antes de rodar o Brasil em 2010, ‘As Centenárias’ fez temporada de um ano e meio no Rio de Janeiro, durante 2007 e 2008, no Teatro Poeira, de propriedade das atrizes, e ficou em cartaz por quatro meses em São Paulo, no teatro Raul Cortez, em 2009. A peça venceu os principais prêmios do país: Shell de melhor autor (Newton Moreno), melhor atriz (Andrea Beltrão) e melhor cenário (Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque); Contigo de melhor atriz (Andréa Beltrão), melhor espetáculo de comédia (júri oficial e voto popular) e melhor autor (Newton Moreno); Prêmio Qualidade Brasil de melhor espetáculo comédia, melhor atriz de comédia (Marieta Severo) e melhor diretor de comédia (Aderbal Freire-Filho); e APTR de melhor atriz (Andrea Beltrão).

Autor de ‘Agreste’, que conquistou em 2004 os prêmios Shell e APCA, e de ‘Maria do Caritó’, líder de indicações ao prêmio Shell de 2011, concorrendo em seis categorias, Newton aceitou de imediato o convite das atrizes para escrever um texto especialmente para elas. A história das amigas carpideiras que tentam driblar a morte é apoiada no humor, a pedido das duas: “Estávamos vindo de um drama denso (‘Sonata de Outono’, que marcou a inauguração do Teatro Poeira, em 2005). Queríamos ir por outro caminho. Saímos da Noruega e fomos para o Nordeste”, brinca Andréa. “Newton soube recriar de uma forma deliciosa este manancial da cultura popular em que um tema pesado como a morte é tratado com um misto de irreverência e respeito”, completa Marieta.

A peça- No interior do Nordeste, duas amigas carpideiras passam a vida percorrendo velórios, chorando os mortos, ouvindo e contando histórias. A trama se desenvolve cercada por personagens e ‘causos’ que muitas vezes beiram o irreal: “É interessante ver como o maravilhoso, o surreal, está inserido no cotidiano dessa gente. Independente da temática abordada em nossos trabalhos, nossa intenção é sempre a de contar histórias de vidas interessantes”, explica Marieta. “São personagens que enfrentam uma vida hostil, cheia de reveses, mas ainda assim seguem em frente com humor, imaginação e crença no fantástico”.

Socorro (Marieta Severo) e Zaninha (Andréa Beltrão) iniciam ainda jovens uma forte amizade. A mais nova se encanta quando vê a carpideira Socorro rezando e cantando em um velório e sonha seguir seus passos. A condição para isso era a maternidade que, segundo Socorro, lhe daria o medo da perda e, conseqüentemente, o devido respeito à morte. Exigência cumprida, elas seguem sua jornada e nela encontram personagens como o mítico cangaceiro Lampião, um coronel traído e uma viúva inconsolável, até o inevitável confronto com a morte, que quer levar o filho de Zaninha. Com esperteza e sabedoria popular, as duas encontram caminhos ardilosos e bem-humorados para driblar e adiar o inevitável. “Quem nunca pensou ou sonhou em enganar a morte?”, desafia Marieta.

Montagem- Para levar a história ao palco, Aderbal Freire-Filho apoiou-se primeiramente no próprio Newton Moreno: “É a vantagem de trabalhar com autor vivo. O texto pode ser moldado até chegar ao tom certo que a montagem exige”, explica. O resultado final é fruto de algumas versões criadas antes mesmo de os ensaios começarem, somadas a outras sugestões surgidas ao longo do processo. Uma delas foi a escolha do diretor em concentrar todos os personagens na interpretação das duas atrizes – a exceção é a Mulher de Luto, que ganha forma na boneca manipulada pelo ator Sávio Moll. Outros bonecos cumprem funções diversas, seja na representação dos mortos, do bebê de Zaninha ou mesmo no papel das próprias protagonistas, quando Marieta ou Andréa se revezam nos personagens secundários. “Neste caso optei pelos bonecos para que as duas carpideiras estivessem sempre em cena”, esclarece Aderbal. “Assim, quando Andréa encarna o coronel traído, Zaninha passa a ser a boneca manipulada por Marieta”, detalha.

A manipulação de bonecos, ensinada pelo mestre Miguel Vellinho, não é a única novidade na carreira das duas atrizes. Pela primeira vez elas cantam ‘incelenças’, os cantos fúnebres entoados pelas carpideiras. “Tivemos a ajuda valiosa de Silvia Sobreira na pesquisa de repertório e nas aulas de impostação”, conta Andréa. A trilha musical se completa com a música de Tato Taborda, composta especialmente para a peça. Em cena, Sávio Moll não canta mas toca uma rabeca, trazida diretamente do Recife. “Sávio desempenha uma figura crucial na história. Além de manipular a boneca ‘Mulher de luto’, ele é a própria morte. É forte a imagem popular que associa a morte a um grande titeriteiro, que manipula pessoas como fantoches”, diz Aderbal.

A ação é toda passada em torno de um caixão, ponto central do cenário criado pelos cenógrafos Fernando Mello da Costa e Rostand Albuquerque. No fundo do palco, presos a uma enorme grade, estão cerca de 240 bonecos confeccionados para o espetáculo. “Encomendamos 60 mamulengos ao Mestre Tonho, de Olinda. Os outros 180 foram criados pela professora em arte de bonecos Ivete Dibo, que ainda fez máscaras para compor o cenário”, detalha Fernando.

O circo é um suporte determinante na dramaturgia concebida por Aderbal. Ele está presente na forma circular do cenário, similar ao picadeiro, e ainda no momento em que cada personagem entra em cena e circunda toda a cena, repetindo a tradição circense dos artistas que se apresentam para a plateia. Outra referência a este universo está nos figurinos criados por Samuel Abrantes. Por baixo das roupas de todos os personagens estão as meias coloridas do palhaço, do clown.

“O duelo com a morte é um clássico da cultura popular, muitas vezes cantado na literatura de cordel. Daí até as feiras é um passo. E das feiras ao circo. Fazendo esse percurso naturalmente entramos na tradição popular da paródia, da bufonaria, do palhaço. Enfim, do riso que não se intimida nem mesmo com a morte”, define o diretor.

.[Temporada: de 25 de março até 24 de abril - Teatro João Caetano - Praça Tiradentes s/nº – Centro do Rio de Janeiro. Sextas – 19h | Sábados – 20h | Domingos – 18h. Ingressos na bilheteria: Terça a domingo de 14h às 18h. A bilheteria não aceita cartões: R$ 40,00 (Inteira) | R$ 32,00 (Funcionário Bradesco) | R$ 20,00 (Estudantes e Idosos).Telefone do teatro: (21) 2332-9257| Ingressos pela Internet: www.ingresso.com | A Ingresso.com aceita todos os cartões de crédito e débito, menos a bandeira Hipercard| Ingressos por telefone: 4003-2330 | Há acesso para deficientes físicos e poltronas para obesos | Capacidade do teatro: 1.123 lugares| Duração: 90 min | Classificação etária: 14 anos.

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