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19/03/2011 - 08:34

Censo varietal constata produtividade das RBs alagoanas


Geraldo Veríssimo, Coordenador do PMGCA/Ridesa-Ufal

O Balanço de Safra 2009/2010, publicado este ano, pelo Sindicato da Indústria do Açúcar e Álcool do Estado de Alagoas (Sindaçúcar-AL), destaca o crescimento das variedades da cana-de-açúcar produzidas em Alagoas através do Programa de Melhoramento Genético da Rede Interuniversitária para o Desenvolvimento do Setor Sucroalcooleiro (Ridesa), desenvolvido em parceria com dez universidades do Brasil entre elas a Universidade Federal de Alagoas (Ufal).

Há mais de vinte anos pesquisadores da Ufal trabalham para desenvolver variedades RBs que tenham como principal característica a alta produtividade. Os estudos levam em conta as condições de solo, clima e a necessidade de tratos culturais.

Na safra 2007/2008, 47% da área plantada do Estado era de variedades SP, a maior parte delas a SP 791011, de início e meio de safra, que ainda tem uma força expressiva em Alagoas. No mesmo período as RBs já se firmavam e representavam 43% da área cultivada. Em 2008/2009 o quadro se inverteu e as RBs apareceram com nove pontos na frente, 49% contra 40%.

O coordenador do PMGCA/Ridesa-Ufal, Geraldo Veríssimo, classificou o crescimento da RB como eficiência no uso da terra. “As variedades RBs possuem maior produtividade agrícola e produção de açúcar. Para obter crescimento as usinas alagoanas tem que investir em tecnologia e a variedade genética é a mais barata delas”, defendeu.

De acordo com o pesquisador, as limitações do Estado deixa clara essa realidade. Alagoas possui hoje 450 mil hectares de cana plantada e não tem mais disponibilidade de área para o plantio. Só se houvesse uma expansão para Agreste ou Sertão, o que precisaria de um elevado investimento em irrigação.

“Um hectare de irrigação custa em média R$ 3 mil, por ano. A adubação da terra tem custo estimado em quase R$ 4 mil reais pelo mesmo período, já o custo com o investimento em pesquisa custa por ano de R$ 3,00 a R$ 4,00 reais. É muito barato”, explicou Veríssimo.

O programa faz um trabalho direcionado com as usinas associadas, em áreas especificas e ambientes específicos. O que resultou na redução da renovação das variedades SPs em todo Brasil. Na década de 90 as SPs representavam mais da metade do plantio em todo País, hoje, estados como Paraná e Mato Grosso já trabalham com mais de 70% das suas áreas com as variedades desenvolvidas pela Ridesa.

Para o pesquisador do PMGCA, Antonio Rosário, o crescimento das RBs em Alagoas e em outros estados do Brasil é fruto de um planejamento e de um trabalho de pesquisa pública nunca visto no País. O trabalho da Ridesa engloba hoje pesquisas de dez universidades federais que conta com uma equipe de mais de duzentas pessoas.

“Dentro do programa temos uma posição privilegiada, por que Alagoas possui com o banco de Germoplasma, criado em 1966 pelo Sindaçúcar/AL e herdado em 1990 pela Ufal. Na Serra do Ouro, em Murici, estão armazenados os recursos genéticos do PMGCA, com mais de 2.500 tipos de cana”, revelou.

A consolidação veio com a safra 2009/2010, onde 54% das variedades colhidas em Alagoas são oriundas dos estudos da Rede Interuniversitária. Nesta safra 37% foram de SPs e 8% da VAT. Mas o diferencial está mesmo na produção. No ano passado a Ridesa liberou 13 novas variedades sendo cinco delas produzidas em Alagoas com características fortíssimas de precocidade e riqueza em açúcar.

Fazendo um comparativo entre a SP 1011, a RB 579 e a mais nova variedade a RB 710, todas de inicio de safra, o pesquisador Edinaldo Martins, garantiu que não existe uma cana com a produtividade da RB 710. “O maior problema enfrentado pelas usinas alagoanas é o florescimento da variedade de inicio de safra e nós conseguimos uma variedade que não floresce e é altamente produtiva”, destacou Martins.

Os levantamentos mais recentes do PMGCA dão conta que a 710 já está em todas as usinas do Estado e sua multiplicação sendo priorizada pelas indústrias do setor sucroenergético de Alagoas. Conforme os resultados do censo, as variedades que estão em Alagoas são: RB92579 com 27%; RB867515 com 12%; RB93509 com 5%; RB855113 com 1%; RB83160 com 1%; RB72454 com 1%; SP791011 com 21%; SP813250 com 9%; SP716949 com 2%; SP784764 com 1%; VAT90212 com 6%, VAT9061 1% e outras com 13%.

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