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23/03/2011 - 10:14

Oncologistas de todo mundo debatem lesões císticas do pâncreas

O tema foi discutido no 64th Surgical Society of Oncology Symposium, o principal evento de oncologia do mundo, que contou com a presença do médico brasileiro Dino Altmann.

O gastroenterologista e especialista em cirurgia oncológica, Dr. Dino Altmann, acaba de chegar de San Antonio, nos EUA, onde participou da 64ª. edição do mais importante evento sobre cirurgia oncológica do mundo, o Surgical Society of Oncology Symposium. Altmann conta que uma das principais discussões dessa edição do evento foi sobre detecção das lesões císticas do pâncreas, das quais é especialista.

Segundo Dino Altmann, há um cenário importante hoje nessa patologia, principalmente em função do crescente uso e da melhor resolução de métodos avançados de imagens, como o ultrassom, também com sua variedade endoscópica, tomografia computadorizada e ressonância magnética. "Com esses exames, as lesões císticas do pâncreas são cada vez mais e melhor diagnosticadas e podem representar não somente cistos benignos, mas tumores císticos malignos do pâncreas. E o mais importante é que é necessário ao médico saber como interpretar estes cistos, não levando a intervenções desnecessárias e também diagnosticar um eventual tumor numa fase mais precoce e com maior possibilidade de êxito no tratamento", ressalta o cirurgião oncológico.

Os cistos pancreáticos podem ser decorrentes de trauma, infecções ou anomalias congênitas. Na grande maioria são assintomáticos, mas os pacientes podem também apresentar sintomas inespecíficos como dor abdominal, náuseas, vômitos, perda de peso ou icterícia. "A existência de sintomas pode muitas vezes estar associada à malignidade destes cistos. O diagnóstico precoce diminui as complicações e mortalidade peri-operatória e aumenta as chances de cura dos pacientes", destaca ele. Nos EUA, por exemplo, onde são realizadas anualmente 22 milhões de tomografias ao ano, existem dignosticados 3,7 milhões de cistos pancreáticos, com risco relativo/ano de 1 em 2000 exames. "Considerando-se os cistos maiores de 2,0 centímetros, 25% são tumores císticos malignos e sua incidência aumenta à medida que o cisto é maior. Os cistos menores que 2,0 centímetros raramente são malignos. Os cistos são mais e frequentes e maiores com o avançar da idade", revela o especialista.

Estudo do CEA-Uma das principais inovações discutidas no Encontro de San Antonio baseou-se no estudo de uma proteína produzida por alguns tumores denominada antígeno carcino-embrionário (CEA), feito a partir do ultrassom endoscópico. "O ultrassom endoscópico é o método de eleição para avaliação destes cistos. É o exame com maior sensibilidade para a detecção de cistos menores que 4,0 centímetros, sendo que somente 25% dos cistos menores do que 2,0 centímetros são vistos na tomografia computadorizada. Além da melhor visualização, permite a coleta de material para citologia e avaliação do CEA no líquido obtido por aspiração com agulha fina", explica Altmann. "O est udo do CEA no líquido do cisto é o método mais sensível e específico para o diagnóstico de tumores císticos malignos", afirma. De acordo com o especialista, a citologia, análise de células contidas no líquido, embora bastante específica, é menos sensível.

Dr. Dino Altmann- Gastroenterologista, com doutorado em cirurgia pela Faculdade de Medicina da USP e título de especialista em cirurgia oncológica (aparelho digestivo, melanomas e sarcomas), cirurgia geral e gastroenterológica. Possui habilitação em cirurgia video-laparoscópica e robótica, com treinamento no Celebration Hospital (FL - USA). É especialista também nas áreas de emergência e trauma como médico em provas de Automobilismo e tornou-se o Diretor Médico do Grande Prêmio Brasil de Fórmula 1. Membro da Comissão Médica da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) e Membro do Grupo de Especialistas da Faculdade de Medicina do Instituto FIA. É instrutor do Programa Advanced Trauma Life Support, do American College of Surgeons. É também o responsável médico Campeonato Brasileiro de Stock Car e Porsche GT3 Cup Brasil.

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