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30/03/2011 - 09:50

Cinema, guerra e romance no alvorecer da Segunda Guerra

Em A amante da China, Ian Buruma reconstrói a trajetória de uma das mais impressionantes mulheres asiáticas.

Uma vida incrível, lindamente romanceada por Ian Buruma. Em A amante da China, Buruma conta a trajetória de uma bela atriz japonesa da Manchúria que teve um papel crucial na China moderna. A história da artista Yoshiko Yamaguchi é contada sob o ponto de vista de três diferentes homens, passando por importantes momentos da história, desde o período da Segunda Grande Guerra até a década de 1970. Um belo romance literário de narrativa inteligente, capaz de dar conta de importantes detalhes históricos sem perder a delicadeza. O romance explora profundamente a humilhação japonesa no fim da guerra. Mostra a agressividade do Japão na China e a retirada trágica e humilhante. Conta a recuperação, com a presença americana no país, e a radicalização esquerdista e a formação do Exército Vermelho terrorista. O livro acaba de sair da gráfica da Editora Record (www.record.com.br) e chega às livrarias nesta semana.

A Amante da China (The China lover) | Ian Buruma | Tradução de Flavia Souto Maior | Grupo Editorial Record/Editora Record| 420 páginas | Preço: R$ 57,90.

Na Manchúria da década de 1930, a bela Yoshiko Yamagushi chega ao estrelato numa série de filmes feitos para celebrar a ocupação japonesa na China. Sob o pseudônimo de Ri Koran, a japonesa Yamagushi criou sensação em melodramas retratando o romance entre uma doce camponesa chinesa e um heróico capitão de navio japonês. A carreira de Yamagushi como instrumento de propaganda militar continuaria forte até a rendição japonesa, em 1945. Mas a atriz percebeu bem antes do fim da guerra o terrível papel que teve como agente de propaganda japonesa e passou a vida devastada pela culpa.

Sua incrível trajetória ganha vida em A Amante da China, de Ian Buruma, um épico que engloba cinco décadas da conturbada história moderna japonesa. E nos conta uma história real através do olhar de personagens fictícios. Buruma usa os eventos da singular trajetória de vida de Yamagushi como metáfora para a mutante identidade do país: de ditadura militar a ruína pós-guerra e, finalmente, uma potência economicamente robusta, recuperada e rejuvenescida.

Aqui, o autor aborda de forma singular a heroína, dividindo sua biografia em três partes. Cada uma narrada por um homem diferente, traçando um paralelo com uma fase diferente da ressurreição japonesa. Yamagushi reconstruiu sua carreira das cinzas da Segunda Guerra. Primeiro como estrela de filmes pro-americanos no Japão. Depois como atriz de Hollywood, sob a alcunha de Shirley Yamagushi, homenagem a Shirley Temple. Mais tarde se tornaria uma repórter engajada em denunciar causas sociais e se envolveria com um terrorista japonês. E teve tempo, ainda, para virar uma deputada de esquerda, casada com um político de prestígio.

O livro trata, também, do papel do cinema na história japonesa, tanto como alicerce cultural quanto como ferramenta política usada por exércitos. Primeiro pelos japoneses na ocupação da China e depois pelos americanos no Japão. Mais do que uma viagem pela história da Ásia, A AMANTE DA CHINA é uma jornada pelas aspirações de uma mulher múltipla tentando se encontrar. Um belo romance literário de narrativa inteligente, capaz de dar conta de importantes detalhes históricos sem perder sua delicada veia literária.

O holandês Ian Buruma estudou literatura chinesa na Leiden University (Leiden, Holanda) e cinema japonês na Nihonn University (Tóquio, Japão). Atualmente é professor de direitos humanos e jornalismo no Bard College, Nova York. Buruma fala inglês, alemão, francês, japonês e mandarim, tem 15 livros publicados e colabora com frequência para os jornais The New York Times, The Financial Times e The Guardian.

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