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31/03/2011 - 10:08

A necessidade da jornada de seis horas para bancários

Trabalhar com dinheiro, valores e responsabilidades financeiras de terceiros gera uma tensão desumana. Várias pesquisas alertam para as conseqüências desse estilo de vida frenético dos profissionais bancários. Segundo levantamentos, a categoria está entre as que mais sofrem com doenças graves como cânceres de pulmão, de próstata e de estômago, além de diabetes e as doenças cerebrovasculares.

Ser bancário é estar estressado permanentemente. Isto porque, este profissional tem de administrar diariamente as cobranças do patrão ao seu dia a dia repleto de situações perigosas como assaltos, golpes de estelionatários. Sem contar nos riscos permanentes de ser responsabilizado por erros no fechamento do caixa.

O estresse aumentou ainda mais nos últimos anos. Hoje, os bancários trabalham ainda mais atentos, em estado de alerta, para ocorrências de lavagem de dinheiro, clonagem de dados e de documentos, movimentação de contas fantasmas, questões de sigilo e fraudes. E nesse contexto, aumenta ainda mais o clima de tensão no trabalho.

Some-se a esta situação de terror permanente, a pressão das chefias pelo cumprimento de metas e a multiplicação das atribuições, pois cada vez menos profissionais do setor são obrigados a dar encaminhamento a funções diferenciadas, simultaneamente.

As metas, hoje em dia, são um capítulo de terror à parte. Se as fraudes ensejam auditoria e a possibilidade do bancário se ver envolvido em processos de averiguação de crimes, as metas desumanas impostas são uma cruz na vida dos bancários, que acabam comprometendo até mesmo a jornada legal de trabalho. Mesmo assim, ao serem obrigados a uma péssima qualidade de vida funcional, com reflexos diretos na saúde e na vida, os bancários estão sendo constantemente ameaçados por decisões do Tribunal Superior do Trabalho. A referida corte tem emitido orientações jurisprudenciais nas quais questionam a jornada de seis horas dos bancários.

Alguns juízes estão respondendo à pressão dos banqueiros pelo aumento da jornada para oito horas diárias. Às claras não se falam, mas na verdade, essas decisões só querem evitar o pagamento das horas extraordinárias ou a contratação de mais profissionais.

Para o trabalhador bancário, as seis horas são humanamente necessárias. É um direito adquirido e que tem que ser mantido para proteger vidas. Porque, invariavelmente, o bancário trabalha maior parte do tempo sentado, tenso, preocupado e atento a tudo.

Manter a jornada de seis horas diárias é, portanto, uma questão de vida ou morte, literalmente. Por isso, a Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito) se mobiliza, em todos os níveis e instâncias, e busca o apoio permanente da opinião pública pela manutenção da jornada de 6 (seis) horas.

Estamos trabalhando em favor da vida, em favor da saúde dos bancários. Estamos lutando por um direito e muito mais que isto, pela dignidade no ambiente de trabalho.

. Por: Lourenço Prado, presidente da Contec (Confederação Nacional dos Trabalhadores nas Empresas de Crédito).

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