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02/04/2011 - 10:43

Rio de Janeiro sem autódromo


A Fórmula Truck deste domingo [03 de abril], marca o último evento da categoria no Autódromo de Jacarepaguá, onde já foi registrado marcas de campeões como Emerson Fittipaldi, Nelson Piquet e Airton Senna.

“O fim do Autódromo de Jacarepaguá, Rio de janeiro, para uso olímpico só tem uma explicação: a exploração imobiliária desenfreada que se alastrou na cidade do Rio de Janeiro, e parece que muito interesses inescrupulosos e políticos falam mais alto”, observa o piloto Renato Martins da Equipe RM/Volkswagen.

Após uma breve conversa ,antes do inicio dos treinos da sexta feira [1º de abril], para a 2ª etapa da Fórmula Truck no Rio de Janeiro, no dia 03 de abril (domingo), o piloto se mostrou muito indignado e triste em saber que aquela corrida seria a última de sua vida naquele autódromo histórico, que guarda grandes lembranças de um passado vitorioso do automobilismo brasileiro.

Um passado de glórias- O Autódromo de Jacarepaguá foi mal utilizado durante os 34 anos de sua existência [ fundado em junho de 1977] já em 1978, iniciou com o pé direito -com a realização do GP Brasil de Formula 1, que antes era realizado em São Paulo, e mesmo com o alto calor do verão carioca, a equipe brasileira Copersucar pilotada pelo grande campeão Emerson Fittipaldi terminou a corrida em 2º lugar, atrás apenas de uma Ferrari pilotada pelo argentino Carlos Reutmann.

Em 79, a categoria volta para São Paulo, só retornando ao Rio em 1982, onde Nelson Piquet venceu em Jacarepaguá com sua Brabham/BMW, porém, após investigações da FIA, descobriu irregularidades no seu carro, desclassificando e dando a vitória para Alan Prost da Renault.

Em 1983 Nelson Piquet, com sua determinação de campeão venceu novamente em Jacarepaguá com a Brabham, e neste mesmo ano se tornou bicampeão de Fórmula 1.

Em 1984, num fato histórico e pouco reconhecido, Airton Senna estreou na Fórmula 1 no Autódromo de Jacarepaguá, com sua Tolleman.

Em 1985, outro fato histórico Airton Senna liderou por uma volta com sua JPS/Lotus/Renault, mas seu carro quebrou.

Em 1986, Airton Senna na primeira volta com sua Lotus, joga o inglês Nigel Mansel de encontro a um guard rail, na disputa pela liderança após a largada, e com isso perde a primeira posição para Nelson Piquet, e assim os dois ficaram ate o termino da corrida, nascendo a primeira dobradinha brasileira. Nelson Piquet (Willians-honda) em primeiro e Airton Senna (JPS-Lotus-Renault) em segundo.

O Autódromo de jacarepaguá era uma referência para as equipes de Fórmula 1 que chegaram a usá-lo para os testes de equipes que antecedem o inicio da temporada, e em 1989, devido a um grande acidente nos treinos com o piloto Phillipe Streiff da equipe AGS, que capota na Curva Nonato (onde hoje se localiza a HSBC Arena), e o deixa paraplégico, mostrou a FIA um alerta com a segurança da pista e o despreparo da organização em situações de emergência.

Neste mesmo ano Senna conquista a pole position, mas na largada na primeira curva bate em Gerhard Berg e termina sua corrida, mas no final Maurício Gugelmin da March sobe ao Podium em terceiro lugar. E este foi o último ano da Formula 1 em Jacarepaguá, onde a FIA o considerou inseguro, e desde então Interlagos passou a ser o circuito brasileiro para a Formula 1.

Desde então o autódromo foi sendo abandonado pela administração pública, ficando às moscas e deixando de ter até competições nacionais, como a Stock Car.

Em dezembro de 1992 o autódromo chegou até a ser usado para um show da banda Guns and Roses que fazia turnê pelo Brasil. - Um show memorável, com mais de 100 mil pessoas.

Em 1995, o então prefeito César Maia fez uma remodelação no autódromo, que passou a receber o mundial demotovelocidade ,e neste mesmo ano é construído o oval, e o Rio de Janeiro passa a sediar a Formula Indy, - com a Rio 400 em 1996, onde o piloto brasileiro André Ribeiro vence a prova.

No inicio de 2001, o mesmo prefeito decide não gastar mais dinheiro com o autódromo, e cancela as corridas da Formula Indy e do Mundial de Motovelocidade, a partir daí o autódromo volta a ficar as moscas até a chegada do Pan Americano que mutila a área com a construção de três prédios olímpicos dentro da pista, diminuindo o seu traçado glorioso.

Agora, por conta das Olimpíadas do Rio 2016, o Autódromo Nelson Piquet termina sua historia de glórias e muito descaso.

Participantes de equipes da Fórmula Truck esperam a sensibilidade da administração pública do Rio de Janeiro e não deixem a cidade sem um autódromo, e lembram: “Automobilismo também é esporte”. | Por: Sérgio Marcos Soares Pessoa.

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